DARK ROMANCE || +18
× STALKER
× MONSTER
/PLÁGIO É CRIME!
Darcie Grayce tem a vida perfeita: boas notas, uma mãe aparentemente amorosa e uma cidade pacata chamada Shady Vale. Mas tudo começa a ruir quando seis novos alunos misteriosos surgem em sua e...
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DARCIE GRAYCE
Não.
Eu não vou voltar pra Shady Vale. Essa decisão está cravada dentro de mim como uma sentença. Irrevogável. Inquebrável. E, ainda assim, aqui estou. Empacotando a vida que construí em Newark com mãos trêmulas e um nó apertado na garganta. Já se passaram mais de seis anos desde que eles destruíram tudo que eu conhecia. Tudo que eu era.
Minhas mãos pairam sobre a mala aberta, trêmulas, paralisadas no ar. Cada peça de roupa que tento dobrar parece pesar como chumbo. A mala está pela metade, mas não consigo continuar. Não por falta de tempo, mas porque eu... não quero ir. Não quero deixar esse pequeno refúgio de normalidade que lutei para construir.
Seis anos escondida. Seis anos em silêncio. Seis anos desaparecida do radar.
Como eles me encontraram?
Essa pergunta se repete na minha mente como um eco torturante. Eu cortei todos os laços com Shady Vale. Apaguei rastros. Queimei fotos. Troquei de número e de vida. Ainda assim, eles conseguiram me rastrear. Como?
O ar do apartamento parece mais denso. Quente demais. Sufocante.
Empurro a mala para o canto do quarto e agarro minha bolsa. Minutos depois, estou cruzando as calçadas molhadas da cidade, o cheiro de chuva recém-caída impregnando tudo. Meus passos são apressados, quase desajeitados, como se estivesse sendo seguida — mesmo que, racionalmente, eu saiba que isso é paranoia.
A biblioteca é meu santuário. E, agora, meu esconderijo temporário.
Assim que entro, o cheiro de papel antigo e madeira encerada me acolhe como um abraço. As paredes altas repletas de estantes parecem me proteger, e a iluminação suave e quente dissipa, ainda que levemente, o pavor que se instalou no meu peito.
Caminho até a sessão mais antiga e esquecida, guiando os dedos pelas lombadas de couro. Paro diante de um tomo pesado, empoeirado, com o título apagado pelo tempo. O pego com cuidado, como se fosse sagrado, e sigo até o fundo da biblioteca.
Lá está ela — minha poltrona favorita. Tão velha que a espuma escapa pelas laterais. A vista através do vitral colorido revela as ruas úmidas lá fora, a chuva escorrendo preguiçosa pelo vidro. Me acomodo. Me afundo. Me perco.
As palavras no livro logo me engolem e o tempo se torna um conceito irrelevante.
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