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Se passaram quase semanas desde esse primeiro “beijo” entre elas, nesse tempo a mente de Alcina repetia quase toda a noite o sentimento que teve ao sentir os lábios da jovem nos seus. Durante esse tempo de pura agonia sem ver a Clara, a Lady ficava em sua varanda observando a densa floresta ao redor de seu castelo, esperando apenas um sinal de luz de uma clareira, como da primeira vez que foi atrás da jovem moça.
Algumas noites a mulher ia na floresta tentando refazer os mesmos passos que deu para encontrar novamente aquele local no meio das árvores estreitas da floresta, mas sem nenhum sucesso. Era como se não existisse mais um caminho certo a ser seguido para a clareira, como se algo à fizesse andar em círculos, mesmo conhecendo quase toda aquela floresta como a palma de sua mão, sempre que tentava alcançar aquele mesmo lugar, os caminhos ficavam confusos e o riacho sumia como algo extranatural. Suas buscas pela floresta pararam depois de três semanas, foi quando ela percebeu que o máximo que podia fazer naquele momento era esperar o sinal de sua amada.
Sentindo-se perdida e de coração partido, pois ao ir embora a jovem levou consigo uma parte significativa do coração da Lady.
Alcina resolveu voltar a focar nas coisas importantes ao seu redor como suas filhas e seu vinhedo, que finalmente depois de muito trabalho árduo se viu livre das pragas que tomavam conta das uvas. Além disso, ocorreram algumas reuniões, que antes eram quase escassas, entre os lordes que a deixaram bastante ocupada nesse tempo.
Mesmo deixando ocupada sua mente durante a maior parte do dia, é sempre a noite sozinha em seu quarto luxuoso que às vezes se pegava pensando na menina de cabelos ruivos como chamas.
Novamente chegaria o inverno à vila, e com isso a Lady teria que conseguir mais algumas servas, pois algumas delas mesmo dentro do castelo, não conseguiriam sobreviver até o final desse inverno, devido ao frio extremo ou até mesmo por conta da diversão das suas queridas filhas, que se ela deixasse não sobraria nenhuma serva para cuidar de seu castelo.
Dimitrescu odiava profundamente ter que ir à vila, mas como ela prezava por ter as melhores servas, consequentemente os sangues mais frescos e jovens, precisava ir para escolher dedo a dedo suas novas servas.
Já dentro de sua carruagem, o cocheiro vestido com um sobretudo preto que cobria todo seu corpo, estalou no ar o chicote fazendo os três cavalos de pelagem preta saírem em disparada pela estrada de pedra em direção a vila.
Durante todo o percurso até a vila, a Lady se encontrava preocupada e inquieta assim como nos dias anteriores, como se ela sentisse que algo além de seu controle fosse acontecer, todos os outros três lordes também compartilhavam desse sentimento, porém nenhum deles alertava sobre essa preocupação com a Mãe Miranda. Afinal de contas, ela não ligava para o que ocorria na vila ou com outros lordes, apenas se concentrava na falsa ideia de sentir sua filha viva em seus braços novamente.
Quando a carruagem parou no centro do vilarejo, onde aconteciam essas escolhas de mulheres para serem servas do castelo, havia dez dessas mulheres enfileiradas lado a lado com as mãos para trás apenas esperando a chegada da Lady.
Saindo de dentro da carruagem, a imponente figura da Dimitrescu faz com que algumas das meninas tremam de medo do que está por vir.
Sem dizer uma palavra para as pessoas que assistiam a escolha das servas, ela caminhou de um lado para o outro observando as diferentes mulheres que estavam em sua frente, quando de repente algo chamou sua atenção, algo não, alguém.
Uma moça, a última da fileira, que estava de cabeça baixa, tinha em seu pescoço uma corrente de prata com um pingente da mesma imagem que tinha no copo que recebeu no dia em que encontrou a Clara na clareira. Parando na frente dessa menina, a Lady em um rápido ato puxou a corrente fazendo a arrebentar e deu uma olhada na imagem gravada nela.
-Onde conseguiu isso? - Perguntou apertando a imagem entre seus enormes dedos.
Sem obter resposta da menina que a encarava completamente séria, Alcina irada segurou em seu pescoço apertando o suficiente para deixar as marcas de seus dedos.
-Não vai responder minha pergunta? -
Enquanto apertava cada vez mais forte o pescoço da mulher, ao longe no meio da multidão de pessoas que se formava ao redor daquela cena, a poderosa Dimitrescu era observada não só por aquele pessoal, mas sim pela pessoa por quem ela tanto procurou por semanas.
Clara observava aquele terrível cenário se formando e sabia que pelo pavio curto da Lady aquela jovem iria ser morta a qualquer momento, decidida a dar um basta nisso, se aproximou das duas passando facilmente por entre o povo, parou ao lado da grande mulher que estava tão cega pela raiva que não notou de imediato sua presença.
Assim que a mulher segurou fortemente no braço da Lady a fazendo soltar o pescoço da jovem que estava vermelha pela falta de ar, seu olhar que antes estava na mulher em sua frente se voltou para a Clara que ainda apertava gentilmente seu braço.
Sem acreditar no que seus olhos estavam vendo, ela piscou algumas vezes, a ruiva estava mais linda do que da última vez que se viram. Seus cabelos que antes eram longos, estavam curtos quase da altura do ombro, seu rosto parecia mais amadurecido e com poucas sardas, seus olhos castanhos claros estavam mais escurecidos e brilhantes, vestia um enorme sobretudo marrom de capuz que estava meio aberto mostrando parte de seu vestido branco.
As palavras sumiram da boca da Lady, quando ela tentava pronunciar qualquer coisa, de tamanho choque que ficou ao ver sua amada bem diante de seus olhos depois de semanas, quase meses.
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A camponesa
VampireA temível lady dimitrescu se vê encatada por uma camponesa diferente e talentosa