𝗣𝗔𝗦𝗧 - '𝗥𝗔𝗙𝗘 𝗖𝗔𝗠𝗘𝗥𝗢𝗡

cinco

𝘽.𝙏

4 de julho. Dia de ação de graças. O feriado que para as famílias em casa por um único dia, e o cheiro de doce com salgado invade o lar de todos. Esse ano seria diferente. Minha mãe não estava mais beijando meu pai na cozinha fazendo com que eu e meu irmão nos enojasse disso, enquanto sua tentativa era falha de fazer um fricassê de frango. No final de tudo era as funcionárias que terminavam o almoço. E nem tinha também o meu pai desenterrando os jogos de tabuleiro dele.

Era apenas eu e Topper.

— Eu juro que não me importo Topper. — Falei passando minha mão pelo ombro do meu irmão. Sua nova namorada tinha pedido para que ele passasse o feriado com a família dela e pediu para que fosse também. Mas como uma boa irmã, eu percebi que seria meio invasivo a irmã do novo genro chegar do nada. — Eles são a sua nova família agora, tem que se acostumar.

— Eu te vejo amanhã. Tudo bem? — Assenti e ele depositou um beijo em minha testa antes de sair pela porta.

Bom. Agora era só eu.

— Nem pense em recusar novamente.

Eu e Sarah.

— Juro que posso passar o Natal ou ano novo. Mas não estou afim de ir hoje. — Avisei antes que ela pudesse abrir a boca para me pedir para ir almoçar com a família dela. Seria muito desconfortável sentar na mesa dos Camerons com Rafe ao lado.

— Meu pai está contando com sua presença e ele faz questão de ter você lá, B. — Sarah me olhou com a feição triste. — Você sabe que ele faz mais questão de você estar la do que o Rafe. — Ela sorriu.

Suspirei me convencendo de que não seria uma má ideia ir passar o feriado com a família do meu ex namorado. Não posso fingir que não percebo que Ward me suporta. Algumas vezes até parece gostar de mim.

— Quero que me traga ao campus, odeio dormir fora. — Minha melhor amiga reagiu com pulos e batidas de palmas.

— Eu venho com você. — Sarah falou me puxando para um abraço, que logo foi desfeito por mim.

Passei a manhã tentando achar alguma roupa que coubesse na ocasião. Normalmente na casa dos Camerons não é muito simples o almoço. E a maioria das minhas roupas estão em casa, lugar onde eu não piso a meses. Por fim me dei conta de um vestido que minha mãe havia me dado em uma viagem a Lisboa antes da tragédia.

— A gente vai se atrasar, Blair. São quase uma da tarde, meu pai deve estar esperando a gente. — Apenas gritei um "já estou acabando" para Sarah enquanto deixava minha cara um pouco mais apresentável. — Faz tempo que eu não te vejo assim.

— Está me chamando de feia?

— Não.

— Ok, Sarah.

Ela sorriu e quando me puxava para fora do nosso quarto. O campus estava literalmente vazio, as pessoas já tinham ido para suas casas ontem à noite para amanhecer junto com seus pais. Fomos o caminho até sua casa em um completo silêncio. Eu estava estranhando a forma como estava sendo o dia de hoje. Eu não estava me sentindo tão mal quanto ontem mas também não estava esbanjando felicidade. Não sei se isso é um bom sinal ou qualquer coisa que seja.