A rotina

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Capítulo 10: A Rotina do Amor

Os dias começaram a se fundir em uma rotina confortável. A cada manhã, Luan acordava com o som de Caio fazendo café na cozinha, o cheiro preenchendo o apartamento de uma forma que, de alguma maneira, o fazia sentir que a vida tinha mais cor. Mesmo que os dois não compartilhassem o mesmo entusiasmo matutino (Luan nunca foi fã de acordar cedo), ele começava a achar graça nos hábitos de Caio, como o fato de ele cantarolar baixo enquanto preparava o café ou como insistia em arrumar a casa de um jeito meticuloso.

Era engraçado como a presença de Caio transformava algo tão simples em algo especial. Ele tinha essa habilidade de tornar qualquer lugar mais acolhedor.

No entanto, a rotina não era perfeita. Havia dias em que Luan acordava de mau humor sem motivo aparente, e Caio sabia disso. Ele tinha aprendido a reconhecer os sinais: os olhos de Luan evitavam contato, e ele ficava irritado com as coisas mais pequenas, como quando Caio deixava um copo na mesa ou quando o leite da geladeira estava acabando.

— Luan, você está bem? — Caio perguntou com suavidade, quando Luan parecia mais quieto do que o normal em um sábado pela manhã.

Luan olhou para ele, tentando esconder a tempestade que se formava dentro de si.

— Eu estou bem. Só... cansado.

Caio não acreditava nele, mas não forçou a barra. Ele se aproximou, tocando seu ombro com gentileza.

— Sabe, você não precisa fazer isso sozinho. Pode me contar o que está acontecendo.

Luan apenas suspirou, antes de dar um sorriso forçado.

— Eu sei que você se preocupa, Caio, mas não estou pronto para...

— Não precisa estar pronto. Só precisa ser você. E se for o caso, eu estou aqui. Sempre.

A maneira como Caio falava o fez baixar as defesas. Luan não sabia o que era pior: a sensação de que estava deixando alguém entrar em sua vida ou o medo de precisar dessa pessoa. Mas algo naquele momento fez seu coração amolecer um pouco mais.

À medida que os dias passavam, os dois encontraram pequenos jeitos de se encaixar nas rotinas um do outro. Eles tinham uma espécie de dança: Caio tomava o controle quando Luan se sentia sobrecarregado, e Luan dava espaço para Caio respirar quando ele se tornava excessivamente cuidadoso. Era uma troca natural, e ambos começavam a perceber o quanto aquilo os fazia crescer.

À noite, depois de um longo dia de trabalho, eles se sentavam no sofá, dividindo um filme ou apenas conversando sobre o que aconteceu no dia. Era nesses momentos que Luan se sentia mais tranquilo. Quando Caio o puxava para o sofá e deitava a cabeça em seu peito, ele finalmente entendia o que significava estar em paz. A rotina, com suas pequenas falhas e deslizes, era o que eles precisavam para começar a construir algo sólido.

Uma noite, depois de um jantar simples, Caio sorriu, olhando para Luan com um brilho nos olhos.

— Você sabe que está começando a gostar dessa rotina, né?

Luan olhou para ele, ainda com um sorriso meio desconfiado.

— Talvez. — Ele pausou, observando o jeito tranquilo de Caio. — Mas, se você continuar cantando essa música horrorosa todas as manhãs, vou ter que reconsiderar.

Caio riu, puxando Luan para mais perto.

— Prometo que vou tentar. Mas não posso garantir que o café vai ser o mesmo.

Luan deu uma risadinha.

— Eu posso viver com isso.

Naquela noite, quando a luz suavemente se apagava e o silêncio tomava conta do apartamento, Luan percebeu que já não se via mais sozinho. Ele não estava apenas compartilhando um espaço físico com Caio; estava permitindo que o amor e a confiança se estabelecessem entre eles, aos poucos. E, de alguma forma, isso já parecia o suficiente.

Chega de cap né? Kkk a noite posto mais, mas só se comentarem bastante e votarem bjs 💕

E seu eu me machucar?!Onde histórias criam vida. Descubra agora