(II) A Torre e O Peão

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As aulas foram chatas como sempre, mas aí o prof de história, Takeda, aparece para animar novamente, inscrições para clubes!

Tá, que clube?

—para as pessoas indecisas, no recreio vocês podem ir visitar os clubes, e lá vocês fazem as inscrições no qual vocês mais gostaram— as vezes eu acho que ele sabe ler mentes, sei lá.

Primeiro eu fui no clube da Yachi e da kiyoko (a menina que ela tanto falou) o clube de matemática, mas matemática nunca foi meu forte, tantos motivos para eu tar na 1-F...

Logo fui no de skate, mas não é meu forte, dói tanto quando cai, e eu não quero cair, tirando que eles são melhores que eu, me decepciona saber que na mente deles, eles estão rindo de mim...

Fui em tantos e tantos que perdi a conta, bom, cheguei no clube do xadrez e, WOW, um tumultuado de pessoa cercando um local, tava tendo uma partida ali.

Os cartões estavam escrito "Tsukishima Kei, 1-A" um cara loiro, com óculos e cara sarcástico. "Yamaguchi Tadashi, 1-A" um menino de cabelo preto e mechas pintadas de verde, olhos verdes, e uma fofura de sardas.

O clima na sala estava tenso, mas ainda assim, um silêncio observador estava lá. Meus olhos estavam fixos no tabuleiro, acompanhando a batalha de mente e estratégia entre dois jogadores, que, à primeira vista, pareciam tão diferentes um do outro. Eu estava entre a plateia, quase dentro do que estava acontecendo ali. Havia algo... diferente. Algo que brilhava no simples jogo de xadrez.

Do lado esquerdo, ele estava lá: o menino alto e calmo, com o olhar sereno e confiante. Ele era como uma torre encarnada, seus movimentos calculados com precisão implacável. Cada jogada que ele fazia parecia querer fazer todos a sua volta sentir inveja, não apenas pela a força de suas peças, mas sua própria autoridade. Ele era imenso em sua presença, não apenas no tabuleiro, mas na maneira como comandava tudo ao seu redor. O ritmo da partida, a tensão no ar... tudo parecia ser governado por ele. Ele movia sua torre com uma naturalidade assustadora, e era como se nada no mundo pudesse impedi-lo de atravessar o campo de batalha e derrotar qualquer obstáculo.

Do outro lado, um menino mais baixo, nem tanto, e de semblante preocupado, enfrentava o jogo com uma postura completamente diferente. Ele parecia pequeno diante da grandiosidade de sua adversária torre, mas havia algo no seu olhar que me fazia pensar que ele não se entregaria tão facilmente, eu tô amando isso. Era como se ele fosse um peão, o mais fraco no tabuleiro, mas que se recusava a ser apenas uma peça descartável. Eu podia ver o esforço em cada movimento dele. O peão, mesmo sendo uma peça simples, estava avançando, com uma dedicação visível em cada passo. Ele sabia que, diante de uma torre tão imponente, não teria chances. Mas havia algo no jeito como ele jogava, um brilho em seus olhos, como se ele acreditasse em sua própria força, mesmo sabendo da grande disparidade entre eles.

A partida seguiu, cada movimento levando-os para mais perto do fim. A torre avançava, calmamente, como se estivesse apenas esperando o momento certo para dar o golpe final. O peão, por outro lado, não parava de avançar. Ele dava passos pequenos, mas cada um parecia mais corajoso do que o anterior. Quando ele chegou perto da linha final, um suspiro coletivo, que me inclue, se espalhou pela sala. Todos sabíamos que, se ele conseguisse avançar mais um pouco, poderia se transformar. Poderia se tornar algo mais, algo poderoso, e é tão bom ver isso.

O ambiente ficou carregado. Eu vi o esverdeado hesitar, talvez pela primeira vez sentindo o peso do seu próprio objetivo, com medo de perder? Eu não sei, mas quero descobrir. Ele já havia chegado tão longe, superado tantas dificuldades, mas ainda assim, diante da torre, ele não era mais que uma peça que não poderia avançar sem ser destruída, como uma peça que chegou tão longe pode ser facilmente capturada numa emboscada dessa? Ele conseguiu, mas foi em vão.

E então, com um movimento silencioso e preciso, Tsukishima avançou. Um movimento que não deu espaço para o peão. Com um deslizar firme, a peça que antes parecia frágil foi capturada, e o tabuleiro finalmente ficou em silêncio.

O peão, agora sem mais forças, olhou para o amigo com um sorriso cansado, mas genuíno. Ele sabia que não poderia vencer, e Kei fez apenas um cafuné no cabelo do garoto para reconfortar, mas eu acho que eu era o mais tenso ali, e olha que nem tava participando.

Depois desse tenso momento, obviamente eu me inscrevi, mas tbm fui falar com eles, tipo, que incrível, eles são do mesmo bloco que eu, porém são bem mais inteligentes, 1-A, e parecem ser legais!

Corri em direção deles, mas ambos já haviam sumido da multidão, como eles são da turma da minha querida colega de dormitório, eu vou saber mais sobre ele, não tem opção não é mesmo?

Na lista da inscrição, lá tava meu nome, dos dois, de um monte de gente aleatória, e do meu rival, rival? É brega, inimigo! Pior ainda, ah desisto de pegar adjetivos se eu fosse bom e Português pelo menos eu estaria na 1-E, kageyama Tobio, pronto.

As aulas voltaram depois do recreio, e foi totalmente vaga para o bloco 1 "período de adaptação do primeiro ano" é assim que chamam.

Encontrei com a Yachi, e contei para ela sobre TUDO, e é claro que pedi informações, recapitulando.

Tsukishima kei: 16 anos, 1.88, quieto, inteligente, sarcástico, cheio de garotas em volta mas não dá atenção para nenhuma, amigo do Tadashi.

Yamaguchi Tadashi: 16 anos 1.80, extrovertido, tímido, inteligente, calmo, prefere ficar em lugares vazios, onde não tem nenhuma chance de ele ter uma crise de nervosismo (a Hitoka entende bem sobre isso) e é melhor amigo, e único, do mister sarcasmo.

Com todas essas informações, acho que tá na hora de encher o saco deles, pátio, em busca deles!

Eu tenho que encontrar Tsukishima e Yamaguchi, não importava o que acontecesse. Eu estava animada com a possibilidade de fazer parte daquele clube, e mais ainda, com a chance de finalmente conversar com eles.

Quando o intervalo começou, eu me lancei no pátio, determinada a caçar os dois. Com as informações que ganhei, era provável que eles iam se esconder em um canto isolado do Pátio, e realmente aconteceu, previsível.

Eu não sabia muito bem o que fazer, então resolvi apenas me aproximar e esperar que ele não me ignorasse.

— Tsukishima! — gritei, meio sem jeito, mas decidido.

Ele levantou a cabeça e me olhou, sua expressão sem mudanças, mas eu percebi a leveza no olhar. Ele sabia que eu estava tentando me aproximar. E sim, o olhar dele era o tipo que dizia: Eu não estou interessado, mas vá em frente.

Fui direto ao ponto.

—eu queria entrar no clube, mas meio que eu não sei quase nada, e pensei em conversar com você e Yamaguchi.

Tsukishima olhou para o lado, pensativo, e então balançou a cabeça, como se estivesse cansado de tudo.

—Não.

Pera, NÃO? Isso é resposta?

—ham..—o garoto ao lado se pronunciou, ele olhou para baixo procurando algo— Shouyo, agora não é uma boa hora, por favor, volte depois.

—como sabe meu nome? E por que depois?

Ele apontou para minha mochila, onde estava escrito meu nome bem grande— agora não é uma boa hora, por favor, volte depois.

—por que?

—agora não é uma boa hora, por favor, volte depois.

—mas— fui interrompido

—agora não é uma boa hora, por favor, volte depois.

Ele não desistiu, então eu tive que arregar, como assim não é uma boa hora, tão fazendo o que? Já que é tao importante assim.

Na porta para sair do pátio, eu olhei para trás com expectativa, mas a única coisa que pude ver foi Yamaguchi acenando com um sorriso que claramente dizia: agora não é uma boa hora, por favor, volte depois.

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⏰ Última atualização: Nov 21 ⏰

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Xeque-Mate! (kagehina)Onde histórias criam vida. Descubra agora