Capítulo 5: A Escolha de Elijah

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Elijah, sempre o mediador, decide conversar com Ilara. Ele a encontra em um jardim isolado, onde ela aprecia a vista da cidade.

"Você sempre foi o nobre, Elijah," diz Ilara com um sorriso irônico. "Mas até mesmo você me deixou para trás."

Elijah tenta argumentar que os atos de Esther estavam além do controle dele, mas Ilara não aceita desculpas. "Você era o irmão mais velho. Era seu dever me proteger. Em vez disso, virou as costas como todos os outros."

Ele percebe que, apesar de sua raiva, há uma dor profunda em Ilara. Elijah tenta convencê-la a se juntar à família, mas ela apenas ri. "Família? Essa palavra perdeu o significado para mim séculos atrás."

Quando Ilara vai embora, Elijah é deixado com um dilema: deveria proteger a família de Ilara ou protegê-la da própria destruição?

Elijah ficou parado, observando Ilara desaparecer na penumbra do jardim. As palavras dela ecoavam em sua mente, cada sílaba carregada de mágoa e acusação. Ele apertou os punhos, sentindo a familiar culpa que o acompanhava desde que começara a carregar o peso de sua família. Desta vez, porém, a culpa tinha um rosto novo: o de Ilara, a irmã esquecida, ferida e cheia de ressentimento.

De volta à mansão Mikaelson, Klaus aguardava impaciente, andando de um lado para o outro. Ao ver Elijah entrar, ele se aproximou rapidamente.
"Então, irmão, quais foram os frutos de sua conversa com nossa irmã perdida? Espero que tenha convencido ela a abandonar suas ameaças e abraçar o calor do lar."

Elijah suspirou, tirando o casaco e o jogando sobre uma cadeira. "Ela não quer ouvir sobre família, Klaus. Não agora. Para Ilara, essa palavra representa abandono, traição. Ela nos vê como parte do problema, não como a solução."

Klaus estreitou os olhos, a paciência claramente desgastada. "E você acredita que deveríamos nos curvar às mágoas dela? Ou será que está propondo que lidemos com ela como lidamos com todos os outros que se voltaram contra nós?"

"Não é tão simples," Elijah respondeu, o tom firme. "Ilara não é como os inimigos que enfrentamos antes. Ela carrega a mesma dor que nós. Foi moldada pelos erros de Esther tanto quanto qualquer um de nós. Se dermos um passo errado, Klaus, poderemos transformá-la em algo ainda pior."

Nesse momento, Freya entrou na sala, trazendo consigo um grimório antigo. Seus olhos estavam escuros, o peso da pesquisa evidente em sua expressão.
"Há algo que vocês precisam saber," ela disse, colocando o livro sobre a mesa. "Esther fez mais do que selar os poderes de Ilara. Ela também vinculou sua força vital a um antigo feitiço de equilíbrio. Se Ilara sucumbir à destruição completa — seja pela nossa mão ou pela dela mesma — isso pode desencadear um colapso mágico. Estamos falando sobre um evento capaz de romper as linhas de magia em todo o mundo."

Elijah e Klaus trocaram um olhar. Mesmo Klaus, sempre o mais impetuoso, parecia alarmado.
"Então você está dizendo que, se algo acontecer a Ilara, todos nós poderemos pagar o preço?" Klaus perguntou, com uma ponta de frustração.

"Exatamente," Freya confirmou. "Ela é mais do que uma irmã, Klaus. Ela é essencial para manter o equilíbrio que Esther criou... por mais tortuoso que isso seja."

Rebekah, que até então estava ouvindo em silêncio, finalmente se pronunciou. "Então, o que fazemos? Convencê-la de que ainda é parte da família parece impossível, e matá-la seria catastrófico. Há outra saída?"

Freya hesitou antes de responder. "Talvez. Esther deixou registros de um feitiço que poderia desvincular Ilara desse equilíbrio. Mas é arriscado, e precisaríamos do consentimento dela. Sem isso, o feitiço poderia desmoronar e levar Ilara — e nós — junto com ele."

Elijah passou a mão pelo rosto, cansado. "Ilara não confia em nós. Convencê-la a cooperar será uma tarefa monumental."

Klaus deu um passo à frente, seu semblante decidido. "Então temos que dar a ela um motivo para confiar. Mostremos que não somos os monstros que ela acredita que somos. Ou, ao menos, convençamos ela de que somos os monstros certos para protegê-la."

A estratégia estava longe de ser perfeita, mas era tudo o que tinham. Elijah sabia que enfrentar Ilara novamente seria tão desafiador emocionalmente quanto perigoso. Mas, ao lembrar da dor em seus olhos, ele se comprometeu. Por mais difícil que fosse, ele não falharia em protegê-la — e a todos os outros — desta vez.

Enquanto os Mikaelsons começavam a planejar seu próximo passo, Ilara estava em outro lugar, sozinha. Em seu refúgio, ela contemplava o horizonte, as emoções conflitantes a consumindo. Parte dela desejava aceitar a oferta de Elijah, mas outra parte, mais ferida, sussurrava que confiar nos Mikaelsons novamente era se expor a mais dor.

"Família," ela murmurou para si mesma, sua voz carregada de ironia e melancolia. "A maior bênção... e a pior maldição."

Enquanto isso, as sombras ao seu redor pareciam se mover de forma inquietante. Algo antigo e sombrio estava despertando, atraído pelo poder de Ilara e pelos laços quebrados dos Mikaelsons. O tempo estava se esgotando.

A Mikaelson Rejeitada Onde histórias criam vida. Descubra agora