Capítulo 8

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Jang Taeyang encontrou Dae-hyun e Mi-young logo na entrada da cafeteria. Os dois pareciam esperar por ele, mas não havia sorrisos nos rostos. Mi-young, com os braços cruzados, o encarava com uma expressão séria, enquanto Dae-hyun, normalmente descontraído, parecia igualmente preocupado.

— Já vai embora? Pensei que passaríamos o dia juntos - disse Dae-hyun, tentando manter a voz leve, mas não conseguindo esconder a decepção.

Mi-young foi mais direta, o tom carregado de frustração.
— Você nem nos procura mais, Taeyang. Às vezes, parece que, se não formos atrás de você, nossa amizade de anos vai desaparecer. É isso que você quer? Que tudo acabe assim?

A pergunta bateu forte. Taeyang sentiu um aperto no peito, o peso da culpa misturado à realidade amarga que escondia deles. Ele desviou o olhar, os ombros se curvando, enquanto passava a mão pelo cabelo em um gesto nervoso.

— Mi-young... — começou, a voz baixa. Ele respirou fundo antes de continuar. — Eu sinto muito. De verdade. Muitas coisas têm acontecido nos últimos meses... —  Sua voz vacilou. Ele precisava ser cuidadoso, mas honesto o suficiente para não afastá-los ainda mais. — O Jang Taeyang que cresceu com vocês... ele não existe mais.

O silêncio caiu entre eles por um momento. Mi-young o olhou incrédula, e Dae-hyun suspirou, coçando a nuca.

— Eu entendo que você está passando por algo, Taeyang — disse Mi-young, suavizando o tom, mas ainda firme. — Mas somos seus amigos. Sempre estivemos ao seu lado, não importa o quê. Não precisa carregar tudo sozinho.

Antes que a conversa pudesse se intensificar, Dae-hyun interveio, como sempre o pacificador.
— Ninguém é mais o mesmo, Mi-young. Nem você, nem eu... nem o Taeyang. Isso é normal. — Ele olhou para os amigos, seu sorriso melancólico contrastando com o habitual. —  Estamos crescendo, e vai ser cada vez mais difícil nos vermos com frequência. É nosso último ano na escola, e o futuro... bem, é incerto. Mas é por isso que precisamos aproveitar o presente.

As palavras de Dae-hyun surpreenderam Taeyang. O amigo alfa, sempre tão dramático e brincalhão, parecia ter amadurecido de repente. Era estranho e reconfortante ao mesmo tempo.

— Você está certo, querido Dae-hyun — respondeu Taeyang, tentando aliviar o clima com um sorriso enquanto jogava o braço ao redor dos ombros do amigo. &
— Mas, enquanto isso, vou aproveitar para lembrá-los de como minha vida é difícil. Vocês sabem, ser um alfa de família tradicional é um verdadeiro pesadelo.

— Ah, você vai começar com isso de novo? — retrucou Mi-young, arqueando uma sobrancelha, já antecipando as provocações.

-— Claro que vou! — Taeyang respondeu com um sorriso travesso. — Minha vida está nas mãos dos mais velhos. Sou praticamente um fantoche! Daria tudo para ser um beta de família comum. Muito mais liberdade!

Mi-young bufou e chutou levemente a panturrilha de Taeyang, provocando uma risada.
—  Você não sabe de nada, alfazinho de terceira categoria! Os betas têm seus próprios problemas, como ser parceiros de alfas presunçosos e ômegas teimosos!

— Ah! Tem certeza de que não é uma alfa? —  brincou Taeyang, fingindo massagear a perna enquanto recuava alguns passos. — Está bem, está bem, não me bata mais, Mi-young! Eu desisto! — Ele se escondeu atrás de Dae-hyun, que assistia à cena com um sorriso discreto.

— Idiota — murmurou Mi-young, mas havia um sorriso em seu rosto agora.

Enquanto a conversa fluía de volta à normalidade, uma pontada de melancolia tomou conta de Taeyang. Eles não sabiam. Nunca saberiam. Por mais que tentasse agir normalmente, não era o verdadeiro Jang Taeyang. Era um intruso, um impostor, vivendo uma vida que não lhe pertencia.

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