Um nome muito bonito

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POV Gizelly

No sábado, minha vida estava perfeita: uma ótima carreira, um apartamento arrumado, várias mulheres disponíveis para foder onde e quando eu quisesse.

Domingo e segunda: uma completa merda. Eu não conseguia me concentrar e ficava assistindo aquele vídeo compulsivamente, além de ter a calcinha de uma estranha queimando um buraco no chão do meu quarto.

Ajeitando-me na cadeira, passei o polegar na tela, ligando o celular pela milésima vez no dia. O assunto na reunião do almoço tinha se desviado novamente, e tentei fingir interesse nas bobagens que surgiam, mas, assim que começaram a falar de futebol, eu simplesmente desisti.

De qualquer maneira, eu só conseguia pensar nela. Olhei para o celular e chequei o botão de volume. Hesitei por um momento antes de apertar o play. A tela estava escura, a imagem, tremida, mas eu não precisava ver todos os detalhes para saber o que viria a seguir.

Mesmo sem som, eu conseguia lembrar da música pulsante e a maneira como seus quadris se moviam no ritmo enquanto o vestido subia cada vez mais pelas coxas.

As mulheres americanas não apreciam o valor de uma pele bronzeada, mas a minha estranha tinha a pele mais perfeita que eu já vi. Droga, eu a lamberia inteira, desde o calcanhar até o pescoço se ela me desse a chance.

Deus. Aquele vestidinho. O cabelo castanho e longo quase chegando naquela bunda deliciosa e perfeita, e aqueles lindos e inocentes olhos verdes. Olhos que eu podia admirar o tempo todo, e ah, aqueles seios. Seios que me deixavam com vontade de fazer coisas muito malvadas enquanto ela me observava.

— Você é uma péssima companheira de almoço, Gizelly — Arthur esticou o braço e pegou uma batata frita do meu prato.

— Hum? — Murmurei, com os olhos ainda abaixados, tomando cuidado para manter uma expressão neutra. — Vocês estão discutindo sobre futebol. E eu morrendo de tédio. Estou sentada aqui praticamente morta.

Se tem uma coisa que aprendi nesta profissão é que você nunca, nunca mostra suas cartas, ou um vídeo de uma garota dançando minutos antes de você ter transado com ela.

— Seja lá o que estiver olhando nesse celular, obviamente é muito melhor do que os Jets vão fazer neste ano. E você não está compartilhando.

Se ele soubesse...

— Estou dando uma olhada no mercado. — Eu disse, balançando um pouco a cabeça. Quase soltei um grunhido quando fechei o vídeo e guardei o celular na bolsa. — Só coisa chata.

Arthur tomou o resto de sua bebida e riu.

— Eu te odeio por você mentir tão bem. se não fôssemos melhores amigos desde que abrimos uma das mais bem-sucedidas empresas da capital há três anos, eu até poderia acreditar em você.

— O que mais eu estaria fazendo?

— Acho que você está vendo pornografia no seu celular. — Eu o ignorei.

— Ei, Gizelly — Cauê Fantin, nosso conselheiro sênior de tecnologia, se inclinou para o meu lado. — O que aconteceu com aquela mulher com quem você estava conversando no bar?

Normalmente, quando meus melhores amigos perguntam sobre alguma mulher que eu conheci, eu respondo, desinteressada, "Foi só uma rapidinha", ou apenas diria "Limusine". Mas, por alguma razão, desta vez eu balancei a cabeça e disse:

— Não aconteceu nada.

Outra rodada de bebidas chegou em nossa mesa e eu agradeci o garçom distraidamente, mesmo não tendo nem tocado no meu primeiro copo. Olhei ao redor do restaurante. Havia a típica multidão da hora do almoço: pessoas fazendo reuniões e senhoras almoçando. Eu queria sumir dali.

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