O inicio do amor

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Logo após o desaparecimento de Júlia, passei por uma das piores fases da minha vida. Não havia notícias dela, e na minha cabeça, o pior já havia acontecido. A angústia me consumia, e parecia que não haveria saída para aquela dor. Foi nesse período turbulento que conheci uma garota chamada Vivi, através do Instagram. Começamos a conversar, e nossa conexão foi imediata. As conversas fluíam com naturalidade, e em pouco tempo elas se tornaram mais intensas, repletas de risadas e confidências. Decidi então convidá-la para sair.

Vivi me contou que tocava violino e que estava se preparando para uma apresentação. Disse que, se eu chegasse cedo, poderíamos passar um tempo juntos antes do evento começar. Aquilo me encheu de expectativas. Em pouco tempo, nos tornamos grandes amigos e criamos uma lista de coisas que queríamos fazer naquele dia especial. Quando o tão esperado dia chegou, eu estava nervoso, ansioso como há muito não me sentia.

Assim que cheguei ao local, fui recebido por Davi, um amigo dela, que me conduziu até Vivi. Quando a vi pela primeira vez, meu coração disparou. Ela era ainda mais encantadora pessoalmente. Seus olhos brilhavam, e meu olhar parecia encontrar nela algo familiar, quase mágico. Cumprimentei-a com um abraço e entreguei um livro que havia comprado especialmente para ela. Sentamos para conversar e logo começamos a riscar itens da nossa lista: cantamos nossa canção favorita juntos, lemos cartas que tínhamos preparado um para o outro e, claro, assisti à tão esperada apresentação de violino.

Ver Vivi tocar foi uma experiência que me marcou profundamente. A maneira como ela se entregava à música me emocionou a ponto de lágrimas. Nunca havia presenciado algo tão belo e sincero. Durante a apresentação, ela olhava para mim com um brilho nos olhos, e isso só reforçou o que eu já sentia: aquela garota estava mudando a minha vida. Após o concerto, fiquei do lado de fora do teatro esperando meu Uber, ainda perdido nos pensamentos e nas emoções daquele dia, quando de repente senti uma mão apertar meu bumbum. Surpreso, virei-me e vi Vivi com um sorriso travesso. Ela apenas disse: "Acabei de realizar um sonho". Caí na gargalhada, e naquele momento compartilhamos nosso primeiro beijo, um gesto que selou o que já era óbvio: estávamos apaixonados.

A partir daquele dia, nossa conexão ficou ainda mais forte. Começamos a fazer planos e até falávamos em namoro. Mas Vivi queria que o pedido fosse especial. Então, decidi organizar algo memorável. Combinei de levá-la ao cinema, mas antes, fiz uma parada estratégica em uma loja de joias. Comprei um par de alianças, decidido a transformar aquele dia em um momento inesquecível. No shopping, esperei por ela sentado em um banco, e quando ela chegou, fiquei sem palavras. Vivi estava radiante, mais linda do que nunca. Passeamos um pouco e, ao chegarmos na praça de alimentação, lotada de pessoas, tomei coragem. Ajoelhei-me diante dela e a pedi em namoro, sem me importar com as dezenas de olhares ao nosso redor. A reação foi unânime: aplausos calorosos ecoaram pelo shopping, e Vivi, emocionada, disse "sim".

Depois do pedido, fomos ao cinema. Durante o filme, ela deitou a cabeça no meu ombro, e passamos a sessão trocando selinhos, como se o mundo lá fora tivesse desaparecido. Parecia um sonho. Ao lado dela, eu me sentia o garoto mais feliz do mundo. Vivi era tudo o que eu sempre quis, e nossos planos para o futuro me enchiam de esperança.

No entanto, como em toda relação, enfrentamos desafios. O maior deles era a família de Vivi, que não aprovava o namoro. Eles tinham regras rígidas, e Vivi, temendo desagradar os pais, pediu que eu respeitasse a situação e não tentasse falar com eles. Respeitei sua decisão, mesmo sentindo o peso dessa barreira. Além disso, ela tinha pouco tempo livre para sairmos, o que tornava nossos encontros ainda mais preciosos. Para driblar essas dificuldades, decidimos frequentar uma igreja, pois sua mãe permitiu que ela fosse. Ali, todos os finais de semana, encontrávamos um espaço só nosso, onde o amor crescia e se fortalecia.

Apesar dos obstáculos, Vivi era a luz da minha vida. Cada momento ao lado dela reforçava a certeza de que eu havia encontrado a mulher dos meus sonhos, alguém com quem eu queria construir uma vida inteira. Sabia que, não importa o que enfrentássemos, ela era o meu destino. E, com o coração cheio de esperança, eu só conseguia imaginar um futuro ao lado dela, repleto de amor e felicidade.

Não me deixe cairOnde histórias criam vida. Descubra agora