O amor proibido

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Mesmo com todos os desafios do nosso relacionamento, eu e Vivi vivíamos o auge de nossas vidas. Era como se nossas almas tivessem se encontrado em um momento de pura sintonia. Nós nos completávamos. Não havia espaço para dúvidas quando estávamos juntos. O amor que sentíamos um pelo outro transcendia qualquer obstáculo, e nossas conversas se estendiam do momento em que o sol nascia até a hora em que fechávamos os olhos à noite. Eram conversas que preenchiam meu coração e me faziam acreditar que eu era o homem mais sortudo do mundo.

Eu havia encontrado um amor verdadeiro, um sentimento raro e avassalador que me fazia transbordar de felicidade. Saber que eu fazia Vivi feliz da mesma forma que ela me fazia era como carregar uma chama constante de amor, orgulho e gratidão no peito. Em meu coração, eu já a enxergava como a mãe dos meus filhos, a mulher da minha vida, aquela com quem eu construiria uma família. O futuro ao lado dela parecia tão claro, tão certo, que não havia espaço para outra ideia.

Mas, por mais que meu coração estivesse cheio de Vivi, havia um espaço nele que nunca deixava de se preocupar com Anna Júlia. Todos os dias, eu desabafava com Vivi sobre a saudade que sentia daquela menina. Havia algo em Anna que me fazia enxergá-la como uma filha, mesmo que não fosse minha de sangue. Eu tinha medo de que algo ruim acontecesse a ela, principalmente por não confiar no pai dela. Esse pensamento me assombrava, e a ideia de perdê-la para o descaso ou algo pior era como uma nuvem de tristeza que eu não conseguia afastar. Vivi ouvia minhas preocupações com paciência e empatia, mas mesmo assim, o peso permanecia.

Nosso amor era intenso, mas também carregava o peso de ser "proibido". Vivi tinha medo de contar para sua família sobre nós. Temia a rejeição, temia me magoar. Assim, ela criava pequenas mentiras para manter nosso amor vivo: dizia à família que sairia com as meninas da igreja, mas, na verdade, era comigo que ela se encontrava. Eu entendia suas razões, mas, ao mesmo tempo, isso tornava tudo mais delicado, mais tenso, como se estivéssemos vivendo um amor escondido do mundo.

Uma tarde em particular ficou gravada em minha memória como um dos dias mais felizes da minha vida. Decidimos fazer um piquenique em um parque, um momento simples, mas que se revelou inesquecível. Assim que chegamos, estendemos uma toalha no gramado e nos sentamos lado a lado. Enquanto comíamos, conversávamos sobre tudo: nossos sonhos, nossos medos, e o futuro que sonhávamos compartilhar. O sol iluminava seu rosto de uma maneira que a fazia parecer ainda mais linda, quase etérea.

Depois de um tempo, ela sugeriu algo que fez meu coração acelerar. Pediu que eu me escorasse em uma árvore, e então se sentou entre as minhas pernas, repousando o corpo contra o meu. Naquele momento, o mundo pareceu parar. Não havia mais parque, nem pessoas ao nosso redor. Só existíamos eu e ela. O som de sua respiração misturado ao silêncio da tarde era tudo o que eu precisava para sentir que minha vida estava completa.

Passei o restante daquela tarde abraçado a ela, acariciando seus cabelos, beijando sua testa e dizendo o quanto ela era importante para mim. Eu amava aquela garota com cada parte da minha alma, e nada parecia ser capaz de mudar isso. Vivi era meu mundo. Naquele instante, tive certeza absoluta de que jamais amaria alguém como a amava.

Mas o destino, traiçoeiro e imprevisível, já estava conspirando contra nós. Mal sabia eu que toda aquela felicidade estava prestes a se transformar em tristeza. E que, por mais forte que fosse o nosso amor, o peso do que estava por vir colocaria tudo à prova.

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⏰ Última atualização: 20 hours ago ⏰

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