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Eu estava na minha mesa favorita, perto da janela da padaria em Mayfair, com o aroma de café fresco e croissants acabados de sair do forno invadindo meus sentidos. Penélope estava do meu lado, mexendo no seu tablet, e Spencer, como sempre, estava com a cara em um livro que ele havia trazido. A conversa entre nós estava leve, mais uma vez falando sobre as peculiaridades do trabalho e nossas vidas pessoais. Eu estava começando a me sentir cada vez mais parte desse pequeno círculo de pessoas que, aos poucos, estávamos virando amigos.

“Você sabe, Spencer, às vezes fico pensando sobre os casos que a gente resolve e como isso afeta a vida de tantas pessoas… É muito mais do que números e análises, né?” Eu disse, olhando para ele com uma expressão reflexiva.

Spencer olhou por cima de seus óculos, como se estivesse ponderando minha pergunta. “Bem, sim, Íris. Na verdade, as estatísticas mostram que a maioria dos crimes não é só sobre quem comete, mas sobre o que aconteceu antes, o que motivou... Mas o mais importante é que, no fim, podemos ajudar alguém a ter uma chance de recomeçar. Você já pensou sobre como isso pode impactar sua vida pessoal?”

Parei por um momento, refletindo. Era difícil separar minha vida profissional da pessoal, especialmente depois do que aconteceu comigo no Brasil. Pensar em confiar em alguém de novo parecia quase impossível, mas eu estava tentando. Tentando...

Antes que eu pudesse responder, Penélope, sempre animada e com seu estilo único, levantou os olhos do tablet e apontou discretamente para o canto da padaria.

“Olha só, Íris. Acho que você vai adorar isso,” disse ela, com um sorriso malicioso, e eu segui sua linha de visão. No fundo da padaria, em uma mesa reservada, vi um grupo de homens rindo e conversando animadamente. Meu coração deu um salto no peito, e eu fiquei paralisada por um momento. Não podia ser... Eles estavam ali.

“São eles,” eu murmurei, mais para mim mesma, mas Penélope ouviu.

“Ah, você é fã, né? Não me surpreende. Que tal tirar uma foto, como todo bom fã faria?” Penélope brincou, dando uma risada abafada. Spencer, no entanto, parecia apenas curioso, observando a cena.

Eu estava nervosa. Será que eu deveria? Eu não queria ser invasiva, mas a ideia de ver eles de tão perto outra vez...

“Você não vai deixar passar essa oportunidade, vai?” Spencer perguntou, como se fosse algo simples. “Não é todo dia que se tem os ídolos tão perto, certo?”

Eu hesitei, olhando para o grupo mais uma vez. Naquele momento, algo me fez pensar duas vezes. Eu já tinha tirado uma foto com eles alguns meses atrás, e eu sabia que eles eram acessíveis e adoravam os fãs, mas também não queria parecer uma fã desesperada, ou algo do tipo. Eu sabia que a linha entre admirar alguém e invadir o espaço de uma pessoa podia ser muito tênue.

“Nossa, seria tão legal tirar outra foto... Mas… eu já tenho uma foto com eles, quando eu cheguei aqui” Eu disse, olhando para Penélope. “E, sinceramente, eu não quero ser aquela fã que fica o tempo todo perseguindo, sabe? A gente, como fã, tem que respeitar o espaço deles também.”

Penélope sorriu, compreendendo perfeitamente. “Você tem razão. Isso mostra que você respeita o espaço deles. Se você se sentir confortável em abordá-los, tudo bem, mas... você já tem a sua lembrança, não precisa mais nada.”

Spencer assentiu com a cabeça, concordando com o que Penélope disse. “Eu acho que você está sendo bem sensata. Mas se algum dia você quiser bater outro papo com eles, só deixar a gente saber. Quem sabe a gente encontra um jeito de fazer isso de um jeito mais casual, né?”

Eu sorri para os dois, me sentindo mais tranquila. “Sim, você tem razão. Às vezes, o melhor é aproveitar a oportunidade de estar perto, sem pressionar. Eu fico feliz em apenas ver eles ali, felizes, comendo e se divertindo. Já é uma experiência surreal, não preciso de mais nada.”

Reescrevendo o Futuro - Liam Payne Onde histórias criam vida. Descubra agora