Levei as minhas mãos à cabeça mais uma vez e o choro quis fazer-se notar.
Não queria saber se as pessoas olhavam, apenas não estava interessada.
Recebi vários olhares de várias pessoas naquele corredor, alguns de pena outros de sei lá, estranheza talvez.
Levantei a minha cabeça e suspirei, senti as lágrimas molharem as minhas mãos e os meus braços.
Olhei para o nome uma última vez e por fim dobrei o papel em metade. Levantei-me rapidamente, olhando as pessoas e limpando as lágrimas ao mesmo tempo.
Dirigi-me até ao quarto onde inicialmente fui colocada para verificar se tinha os meus pertences perto de mim, ou se por acaso tivesse essa sorte.
Calum estava com a cabeça pousada nas mãos também. Surpreendeu-se e levantou-se assim que deu pela minha presença no quarto.
Inspirei fundo mais do que uma vez e fungei, contra a minha vontade.
- Então? - Calum parecia interessado em saber a resposta.
- Eu vou ter com o meu irmão. - apenas disse. Não tinha intenções de lhe responder a tal pergunta.
E mais uma vez, assim que saí do quarto, Calum fez questão de me seguir, mas deu-me espaço.
Verifiquei o corredor e a sala onde o meu irmão se encontrava.
Corri, desesperada.
Entrei no corredor e o meu coração disparou incontrolavelmente.
"Sala 36" ecoava na minha mente.
Estremeci assim que encontrei o espaço dos pacientes.
Tive medo de entrar. Eu estava bem, apenas me sentia imensamente mal disposta e o meu estômago não estava a funcionar bem, consegui perceber isso, mas e o meu irmão? Como estaria?
Tinha medo que estivesse seriamente magoado. Tinha muito receio de entrar naquele quarto, mas acabei por o fazer. As saudades e a preocupação que tinha por ele eram superiores à minha falta de coragem.
Os meus olhos percorreram toda a sala e reconheci o cabelo do meu irmão mesmo ao lado da entrada.
Corri até à cama e só a meio caminho é que obtive resposta vinda dele.
- Ella! - gritou, sem querer saber do descanso dos outros pacientes - Ella! Meu Deus, tu estás bem?!
Saltei-lhe para os braços e este abraçou-me durante longos segundos. Queixou-se de algo, mas não consegui entender onde estava magoado.
- Elliot, meu Deus... - apenas sussurrei.
Quebrou o abraço e falou.
- Já viste a mãe? - perguntou entusiasmado.
Não sei como não conseguiu ouvir o meu coração.
- Ah - pausei, pensando no que dizer - a mãe não está aqui.
- Está noutro hospital? - perguntou, achando estranha a situação.
Olhei-o com atenção.
- Não Elliot. - olhei-o intensamente e este retribuiu-me o olhar - Ela não está aqui. - repeti.
A expressão do meu irmão mudou assim que reparou na lágrima que me escapou.
- Não. - os seus olhos ficaram aguados em poucos segundos e levou as mãos à cara, abafando as suas palavras de lamento.
Abraçei-o de novo mas Elliot não se agarrou a mim com a mesma força de antes. Estava muito mais fraco. E eu entendia perfeitamente a sua dor.
Já contra o seu ombro sussurrei mais uma vez.
- Elliot, a mãe está morta. - dei a entender de novo, por mais que magoasse.
O meu irmão soluçou e chorou com mais intensidade agora.
- Podes chorar Elliot. - esfreguei a minha mão nas suas costas, enquanto chorava em conjunto com ele.
As minhas palavras saíam tremidas e enrodilhadas no choro desesperado.
Peguei na sua mão e entrelaçei-a com a minha.
Afastei-me de Elliot e este falou logo de seguida.
- O que é que lhe aconteceu?
- Eu não sei Elliot.
Elliot olhou para trás de mim e eu virei-me imediatamente. Calum estava mesmo a poucos centímetros de distância.
Olhei Elliot e falei.
- Ah, este é o Calum, ele também estava aqui no hopital. - disse, sem ter muita certeza do que afirmei.
Calum não me tinha contado nada a cerca dele e porque estava ali mas não tencionava perguntar-lhe. Estava curiosa por acaso mas não tinha a coragem para tal.
- Elliot. - disse limpando as lágrimas da cara.
Calum sorriu meio com pena do sucedido.
- Já tens notícias dos médicos? O que se passa contigo? O que tens? - perguntei preocupada.
- Não sei, os medicos disseram que ainda tinha que esperar algumas horas ou talvez alguns dias para saber o meu diagnóstico. - assenti - E tu, estás bem?
- Ah sim. - pausei, estava apenas a pensar nele e aquela intervenção deixou-me confusa - Dói-me a perna, só um bocado.
E a verdade era que ninguém me tinha alertado do meu estado, por isso nunca achei que tivesse algo de grave, daí me ter levantado da cama tão cedo.
Elliot voltou a chorar e abraçei-o de novo. As minhas lágrimas voltaram a escorrer pelo meu rosto. Elas nunca deixaram de lá estar, apenas tinham secado sobre as minhas maçãs do rosto.
- Elliot eu sei que é difícil, mas não há volta a dar. Não há mesmo. - agarrei a sua cara entre as minhas mãos e conclui - Mas temos de ser muito, muito fortes Elliot. - reforcei a minha ideia.
O meu irmão assentiu. Ainda com a voz a tremer.
Os médicos entraram dentro do quarto. Olharam-me relutantemente e esperaram que me apresentasse eu acho, pelo menos foi o que fiz.
Pediram que de seguida, saísse do quarto porque teriam de continuar com os últimos exames do meu irmão e dos pacientes restantes espalhados pelo quarto.
Concordei com eles e despedi-me de Elliot.
Olhei para onde Calum se encontrava e fiquei surpresa por ele não estar lá.
Claro que ele teria mais que fazer mas não sei. Realmente não sei o que tinha na cabeça. Era tudo muito confuso ainda.
Voltei para o quarto onde me tinham hospitalizado para obter mais informações sobre o que realmente aconteceu naquele acidente de avião.
Olhei para o sofá onde Calum estava quase sempre sentado e não o encontrei lá, com uma pose descontraída com sempre.
Franzi as sobrancelhas em dúvida.
Será que tinha família em apuros e decidiu procurá-la?
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Olá!! Foi pequeno o capítulo mas espero que gostem.
Votem e comentem por favooor.
Digam-me o que estão a achar da fic até agora.
Boas férias.
XxSara
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don't you mind + cth
Fanfiction"Apanhei um avião a meio da noite. Desculpa mas prefiro andar bêbado do que ver a minha família morrer. Oh, eu estava a pensar em matar-me, eu amo-te, não te importes" "I got a plane in the middle of the night, don't you mind, I'm sorry but I'd rath...