Sombra e Luz: O Destino de Elenwen

✵A Despedida✵

3975 Palavras

A noite em Mirkwood estava silenciosa, mas o sono de Elenwen era turbulento. Os pesadelos a consumiam com uma intensidade que ela não podia controlar. Na escuridão, uma mulher de rosto borrado, longos cabelos negros e a mesma mecha branca que ela mesma tinha caminhava lentamente em direção a um precipício. Elenwen tentou correr, mas seus pés pareciam pesados, imobilizados, como se a própria terra a impedisse de se mover.

"Não! Não faça isso!" Ela gritou, mas sua voz era engolida pelo vento, sem som, sem força. A mulher continuava a andar em direção ao abismo, indiferente, como se não a ouvisse. A sensação de impotência tomou conta de Elenwen, o medo apertando seu peito, o vazio à sua frente parecendo devorar tudo.

Quando a mulher se inclinou para o precipício, o terror de Elenwen a despertou. "Não!" Ela gritou novamente, mas o abismo não a escutou, e o mundo ao seu redor se desfez. O peso da queda, a dor dos ossos quebrados, tudo se misturava com a sensação de que ela também estava se despedaçando.

Elenwen acordou com um grito abafado. O pesadelo ainda reverberava em sua mente, mas o quarto estava silencioso, e a única coisa que podia ouvir era o som da própria respiração acelerada. Ela estava suada, tremendo, o medo ainda apertando seu peito. O escuro do quarto parecia mais denso do que nunca, e a sensação de estar perdida, vulnerável, a envolvia completamente.

"O que isso significa? Quem era aquela mulher?" Pensou, enquanto tentava se recompor, mas a angústia só aumentava. As lágrimas escorriam sem que ela pudesse controlar.

Foi quando ela ouviu a porta se abrir. Legolas entrou no quarto sem hesitar, seus olhos azuis fixos nela, o semblante carregado de preocupação. Ele parecia ter corrido, ainda com os cabelos soltos e o robe amassado que cobria um peito claramente desnudo.

- Elenwen... - Sua voz suave cortou o silêncio, cheio de uma preocupação que ela não esperava. Ele a observou por um momento, antes de se aproximar rapidamente.

Sem palavras, ele a envolveu em um abraço firme, mas delicado. Elenwen se entregou àquele gesto, sem resistência, e a sensação de segurança que ele lhe oferecia a acalmava, ainda que o tremor em seu corpo não desaparecesse completamente. Ele a segurava com a certeza de alguém que não queria deixá-la ir, que não a soltaria até que ela estivesse bem.

Ela fechou os olhos, sentindo o calor do corpo dele e o toque reconfortante de suas mãos em seus cabelos. As emoções conflitantes dentro de Elenwen se misturavam, e, por um momento, o medo do pesadelo foi ofuscado pela proximidade dele. Havia algo em seu toque que fazia com que ela se sentisse mais viva, mais ciente de si mesma do que gostaria. Mas o que era isso? Ela não sabia.

Enquanto ela não se acalmava, Legolas a puxou suavemente para deitar-se ao seu lado. Sua cabeça repousou sobre o peito dele, e o som do seu coração, o ritmo constante de sua respiração, parecia tranquilizar Elenwen. Ela sentiu os dedos dele passando pelos seus cabelos, uma carícia suave, mas que a deixava com uma sensação estranha no peito. Algo que ela não sabia como lidar, mas que não conseguia ignorar.

A proximidade deles, as roupas inadequadas, o calor do corpo dele contra o dela, aumentava a tensão entre eles. A cada respiração, ela sentia a sensação de desejo crescer dentro de si, mas se afastava, sem saber como lidar com isso. "Eu não posso sentir isso... Não agora," pensou, tentando afastar a confusão.

Legolas percebeu a tensão. Sabia que algo estava mudando, mas também não queria afastá-la. Eles estavam ali, no silêncio, em uma proximidade que era reconfortante e avassaladora.

- Fique... - A voz de Elenwen saiu baixa, mas carregada de um desejo silencioso. Ela não sabia o que queria, mas não queria que ele a deixasse.

Legolas a observou por um momento, o coração acelerado. "Eu não posso..." Pensou, mas algo dentro dele o impedia de sair. Ele continuou ao lado dela, puxando-a suavemente para mais perto, sua respiração mais tranquila, mas o desejo crescente tornando tudo mais complicado.