Durante a tarde do dia seguinte, S/N estava em sua aula de judô. Enquanto isso, Mikey estava com Takemichi, sentado em um canto afastado, refletindo.
Mikey: Eu só lembro de ter acordado aqui... Não me lembro de mais nada. O que aconteceu?
Takemichi: Você se matou, Mikey. No futuro, disseram que a S/N estava morta. Você não aguentou a dor, voltou para casa e... bem, deu um tiro na própria cabeça.
Mikey: Então ela não estava morta...
Takemichi: Não. Quem quer que tenha te contado isso deu a informação errada.
Mikey: Suji... Hanma.
Takemichi: Será que ele gosta dela também?
Mikey: Não sei. Mas não quero perder ela. Só que tenho medo de fazer tudo errado. O Kisaki... ele é muito...
Takemichi: Deixa o Kisaki comigo. Desde quando você tem medo do Kisaki, Mikey?
Mikey: Ele faz parte da Toman. Apesar de tudo, respeito o cuidado que ele tem com ela. E sei que ele não vai gostar.
Draken aparece por trás deles, interrompendo a conversa.
Draken: Quem?
Mikey: Kisaki.
Draken: Manda ele se ferrar e fica logo com ela.
Takemichi: Fácil pra você dizer, já que nem tá namorando a Emma ainda.
Mikey: Então, Kenzinho?
Draken: Depois que a Toman decidir seu destino, eu tomo uma decisão sobre meu futuro com a Emma.
Mikey: Diferente da Emma, a S/N não vai me esperar para sempre.
Takemichi: Verdade. Ainda mais porque ela vai embora logo.
Draken: Leva ela no parque. Ela adora, não é, Mikey?
Mikey: Sim. Daqui a pouco vou buscar ela no judô. Espero que ela não me expulse.
Quando o fim do dia chegou, S/N saiu da aula radiante. Finalmente havia conquistado a faixa preta que tanto desejava. Ao sair da academia, viu seu irmão esperando por ela.
Kisaki: Você conseguiu.
S/N: Sim!
Kisaki: Que tal irmos ao parque? Já faz um tempão que não saímos juntos.
S/N: Tá bom, mas você vai deixar eu fazer tudo o que eu quiser.
Kisaki: Só hoje.
Os dois saíram em direção ao carro que os esperava, enquanto Mikey os observava de longe, incapaz de fazer qualquer coisa.
***
A noite no parque foi incrível. Para S/N, aqueles momentos com Kisaki eram raros, já que eles viviam brigando. Mas, por algum motivo, naquela noite, ele estava diferente, mais calmo e atencioso. Foi uma memória única para ela.
Quando chegou em casa, S/N viu várias mensagens de Mikey no celular. Ele pedia para se encontrarem na manhã seguinte, antes da aula, na ponte.
No dia seguinte, ela o encontrou como combinado. Mikey estava sentado na ponte, olhando para o céu, perdido em pensamentos.
Mikey: Eu não quero que você vá.
S/N: Palavras não significam nada, Manjiro.
Ele desceu da ponte e a encarou, a expressão séria e carregada de emoções.
Mikey: E se eu te disser que amo você desde a primeira vez que te vi? S/N, toda vez que olho para você, meu coração acelera de um jeito inexplicável. Eu não penso direito quando estou com você. Não raciocino ao olhar nos seus olhos. Quando estou perto de você, eu não sou o Mikey invencível. Sou apenas Manjiro, loucamente apaixonado por você. Toda vez que vejo um garoto perto de você, sinto vontade de matar ele. Cada vez que alguém te machuca, eu enlouqueço. E quando você dá atenção para os meus amigos, eu morro de ciúmes. Tudo isso porque eu te amo. Eu acho que te afastei porque morria de medo de te dizer isso.
Os olhos dela se encheram de lágrimas. As palavras dele a deixaram paralisada.
S/N: Por que você está falando tudo isso? Isso não é justo, Mikey. Não estava no combinado.
Mikey: Sempre esteve, S/N.
Ele deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, seus olhos fixos nos dela.
Mikey: Eu posso te beijar? Se você disser que sim, vou entender que você sente o mesmo. Mas se disser que não, eu nunca mais vou te procurar.
S/N hesitou, a voz tremendo: E a nossa amizade?
Mikey: Você acabou com ela outro dia, lembra? Então... eu posso?