Um ano se passou, e, naquele momento, S/N, Emma e Hinata estavam em um café conversando.
Emma: O Yudi anda tão agitado ultimamente. Tem dias que ele fica acordado a noite toda, e eu já não sei mais o que fazer.
Hinata: Nem me fale. Ser mãe é maravilhoso, mas é muito cansativo também.
S/N: Deve ser uma loucura mesmo, mas também algo incrível, não é?
Hinata: Sim, mas só quem é mãe entende o quanto é difícil e exaustivo.
Emma: Só de estar grávida já é cansativo.
S/N: Eu não acho. Deve ser maravilhoso sentir uma vida crescendo dentro de você.
Emma: Você nunca esteve grávida, S/N. Não sabe o que está dizendo. Talvez nunca entenda como é a maternidade, e nem todas as dificuldades que ela traz.
Hinata: Pra você é fácil falar, já que nunca vai passar por noites em claro, choros ou birras.
As palavras, ditas sem muita intenção, atingiram S/N como facas. Ela tentou segurar as lágrimas, mas não conseguiu.
S/N: Vocês têm razão... Eu nunca vou passar por isso. Eu não posso ter filhos. Só posso me contentar em cuidar dos filhos de vocês como se fossem meus. Achei que já tinha aceitado a minha realidade, mas a verdade é que nunca aceitei.
Emma: S/N, me desculpa. Eu ando tão cansada com a casa, o casamento e o Yudi. Falei sem pensar.
Hinata: Eu também, me perdoa.
S/N: A boca só fala o que o coração já está cheio. Não preciso da pena de vocês.
Sem dar chance para uma resposta, ela se levantou e foi embora.
Depois de uma longa caminhada, chegou em casa, visivelmente abalada.
Mikey: O que aconteceu?
Ele segurou o rosto dela com delicadeza, preocupado.
S/N: Eu não tô feliz, Manjiro. Acho que nunca vou ser completamente feliz. Não posso ter algo tão importante pra nós dois... e isso me destrói por dentro.
Sem hesitar, ele a abraçou forte.
Mikey: Amor, já conversamos sobre isso. Somos suficientes um para o outro. Eu te amo e isso é tudo o que importa.
S/N: Eu sei.
Ele a beijou com carinho, tentando confortá-la.
Mikey: O que te fez chorar?
S/N: O mesmo motivo de sempre.
Mikey: Sinto muito por não conseguir apagar essa dor.
S/N: Só me ama, Manjiro. Isso já alivia muito.
Ele a puxou para mais perto e a beijou com mais intensidade, como se quisesse reafirmar tudo o que sentia.
Alguns meses depois, Mikey começou a perceber mudanças no comportamento dela.
Mikey: Notei que você não tem saído com as meninas e quase não fala mais com elas.
S/N: Não quero falar com ninguém agora.
Mikey: Vocês brigaram?
S/N: Não exatamente. É só que eu sempre me sinto como uma espectadora da maternidade delas. Nunca vou entender ou sentir o que elas sentem.
Mikey: Entendi.
Ele observou enquanto ela mexia na comida sem comer nada.
Mikey: Não vai comer?
S/N: Não estou com fome.
Mikey: Já faz dias que você está assim. O que está acontecendo?
S/N: Não é nada, Manjiro... nunca é.
Ela se levantou para sair da mesa, mas, de repente, desmaiou.
Mikey se levantou num salto, desesperado, e chamou os seguranças para ajudá-lo a levá-la até o carro.
Após alguns minutos no hospital, o médico veio falar com ele.
Médico: Sua esposa está bem. É normal que ela tenha desmaiado, considerando a condição dela. Vou receitar algumas vitaminas.
Mikey: Que condição?
Médico: Sua esposa está grávida. Pelos exames, ela já está com oito semanas.
Mikey ficou paralisado por alguns segundos. Não conseguia acreditar no que acabara de ouvir.
Mikey: Posso vê-la?
Médico: Claro, ela já está no quarto.
Quando entrou, encontrou S/N chorando baixinho.
Mikey: Você sabia?
S/N: Não. Eu juro que não sabia.
Ele se aproximou e a beijou com carinho.
Mikey: Conseguimos, amor.
S/N: Conseguimos...
O médico entrou logo em seguida com os papéis de alta.
Médico: Aqui está a alta. Qualquer coisa, é só voltar.
Depois de se trocar, os dois foram para o carro.
Mikey: Vou ligar para os meninos e contar a novidade.
S/N: Não, Manjiro. Não quero que ninguém saiba por enquanto. Tenho medo de que algo dê errado.
Mikey: Você tem razão. Vamos esperar.
Ele segurou a mão dela com firmeza, sorrindo. Pela primeira vez em muito tempo, sentiam-se verdadeiramente felizes.