Adolescente Desocupado | Yorchbin (Yorch & Jungbin)

"A Verdade Revelada"

A tensão na escola continuava a aumentar. Os sussurros e olhares furtivos eram constantes, e Jungbin não conseguia escapar da sensação de que todos estavam falando dele. Ele tentava se concentrar nas aulas, mas sua mente estava repleta de preocupação sobre como seria o dia seguinte.  Em um intervalo, enquanto os alunos se reuniam ao redor da quadra de esportes, Jisoo decidiu que era hora de intensificar o bullying. Ele se aproximou de um grupo de amigos e, com uma voz alta e provocativa, disse: “Ei, vocês já ouviram as últimas sobre o Jungbin? Ele é na verdade norte-coreano! Aquele que ficou fazendo a gente acreditar que era sul-coreano!”  As palavras de Jisoo ecoaram pelo pátio, e um silêncio momentâneo tomou conta do grupo. Em seguida, as risadas começaram a surgir.

Jungbin, que estava a poucos metros de distância, sentiu seu coração parar por um instante. Ele queria se esconder, mas as pernas pareciam coladas ao chão.  “Como você sabe disso?” perguntou um dos garotos do grupo.  “Eu ouvi isso de uma fonte confiável,” respondeu Jisoo com desdém. “Ele deve estar aqui para nos espionar! Olhem para ele! Um verdadeiro traidor!”  As provocações começaram a se espalhar como fogo. Os alunos começaram a cercá-lo novamente, e Jungbin percebeu que não havia como escapar. Os olhares agora eram mais hostis do que nunca.

Minsoo se aproximou com um sorriso malicioso.  “Ei, espião! O que você vai fazer agora?” ele gritou, enquanto outros alunos riam e filmavam a cena.  Jungbin tentou se afastar, mas a pressão do grupo o fez sentir-se encurralado. “Eu não sou norte-coreano!” ele gritou em desespero. “Eu sou sul-coreano! Por favor, parem!”  “Claro que não!” respondeu Jisoo com ironia. “Você sempre foi um mentiroso! Agora todos sabemos quem você realmente é!” Ele empurrou Jungbin levemente para trás, fazendo-o quase perder o equilíbrio.  Jungbin sentiu uma onda de humilhação e raiva crescendo dentro dele. Ele queria gritar, queria revidar, mas as palavras simplesmente não saíam.

A dor era insuportável; o peso da mentira que havia carregado agora parecia esmagá-lo.  “Vamos fazer um teste!” sugeriu outro garoto. “Vamos perguntar sobre coisas da Coreia do Norte! Se ele souber alguma coisa, então é verdade!”   O grupo começou a fazer perguntas ridículas e provocativas: “Qual é a capital da Coreia do Norte?”, “Quem é o líder?” Jungbin olhou para eles, sentindo-se cada vez mais pequeno. Ele sabia as respostas; tinha lido sobre tudo isso quando era mais novo. Mas admitir isso parecia como cavar sua própria cova.  Nesse momento, Suyoung apareceu no meio da confusão. Ela tentava entender o que estava acontecendo e ficou horrorizada ao ver seu amigo sendo cercado e zombado por outros alunos.  “Parem com isso!” ela gritou, tentando intervir. Mas suas palavras foram facilmente ignoradas pela multidão ensandecida.  “Você está defendendo ele? Você sabe quem ele realmente é?” Jisoo desafiou Suyoung. “Ele mentiu para todos nós! Como você pode ser amiga dele?”  O olhar de Suyoung mudou; ela estava dividida entre defender Jungbin e questionar sua própria confiança nele. “Jungbin… é verdade? Você… você é norte-coreano?” A pergunta dela cortou ainda mais fundo no coração de Jungbin.  Ele olhou nos olhos dela e viu uma mistura de confusão e desapontamento.

A pressão era demais; ele não conseguia mais suportar a dor da mentira revelada.  “Sim,” ele finalmente admitiu em voz baixa, as lágrimas começando a escorregar pelo seu rosto. “Eu sou norte-coreano… Eu só queria ser aceito aqui…”  O silêncio caiu momentaneamente entre os alunos enquanto processavam suas palavras. Então Jisoo explodiu em risadas: “Viram? Ele mesmo admitiu! Um verdadeiro traidor!”  As risadas começaram novamente, rápidas e cruéis. Jungbin sentiu seu mundo desmoronar ao seu redor. O desprezo nos rostos dos colegas era palpável; cada risada era como uma facada em seu coração.  Ele virou-se abruptamente e começou a correr na direção da saída da escola, sem olhar para trás, as lágrimas escorrendo livremente pelo seu rosto enquanto sua mente girava em busca de algum tipo de refúgio — longe daquela dor insuportável e do peso da verdade revelada.