Imagines

VELOZES E FURIOSOS-BRIAN O'CONNER 4/4

O silêncio entre eles parecia confortável agora, uma espécie de entendimento silencioso. O vento leve fazia as árvores balançarem suavemente, e a cidade abaixo parecia um mar de luzes que se estendia infinitamente, como se tudo fosse possível ali, naquele momento. Sn olhou para Brian ao seu lado e sentiu uma tensão sutil no ar. Algo que antes estava tão denso e desconfortável agora parecia se transformar em algo mais... algo inesperado.

Ela não sabia dizer exatamente o que era, mas havia algo no jeito como Brian olhava para ela, como ele a escutava e como estava presente para ela sem fazer perguntas demais. O jeito suave com que ele a apoiava sem pressioná-la parecia criar uma conexão, algo mais profundo do que uma simples amizade. Ela havia começado a ver Brian de uma forma diferente, mais próxima, mais intensa.

Brian, por outro lado, sentia a mudança no ar. Ele notava o jeito que Sn olhava para ele, a suavidade em sua expressão, a vulnerabilidade que ela estava começando a deixar transparecer. Sabia que, apesar de sua dor, ela estava permitindo que ele se aproximasse mais, e isso mexia com ele de uma maneira que ele não podia ignorar. O abraço deles mais cedo, a forma como ele a confortou sem forçar, tudo parecia levar a esse momento, onde a proximidade entre eles não era mais apenas sobre amizade.

-Eu... nunca pensei que algo tão simples como uma vista pudesse me fazer sentir tão... em paz.

Brian sorriu suavemente e deu um passo mais perto dela, sentindo a atração crescente entre eles, mas não sabendo como agir. Ele sabia que Sn estava passando por um turbilhão emocional e que não era o momento perfeito para qualquer coisa que fosse além disso, mas algo em seu peito dizia que era impossível ignorar a química que estava crescendo entre os dois.

-Às vezes, as coisas mais simples têm esse poder. A paz não está em grandes mudanças, mas nas pequenas coisas.

Sn o olhou mais uma vez, agora com um sorriso fraco, mas sincero. Ela podia sentir a tensão, mas estava tão imersa na conversa, tão absorvida pela presença dele, que se permitiu relaxar, por um instante, na companhia dele.

Brian não queria forçar nada, mas também não podia deixar de sentir que algo estava no ar. Ele deu um passo à frente, quase imperceptível, e seu olhar encontrou o dela, mais intenso agora. Algo em seu peito apertou, e ele sabia que a proximidade deles estava se tornando mais do que ele havia planejado.

-Eu... não quero fazer você se sentir pressionada, Sn. Só... queria que soubesse que você pode contar comigo, em qualquer momento.

Sn sentiu as palavras dele penetrarem em sua mente e no seu coração. Ela queria retribuir, queria falar algo que mostrasse que também sentia algo mais, mas a confusão emocional ainda a dominava. Ela tentou se afastar um pouco, como se tentando recuar para não sucumbir àquela sensação crescente.

-Eu sei, Brian. E... eu agradeço. Sério. Eu não sei o que faria sem você por perto.

Brian olhou para ela, sua respiração mais pesada agora, sentindo a tensão aumentar a cada segundo que passava ao lado dela. Seus olhos estavam fixos nos dela, buscando alguma resposta, algo que dissesse que ela também sentia o que ele estava começando a perceber. Algo mais. Algo que fosse além da dor e da amizade.

Sem querer pensar demais, sem querer se afastar do que estava acontecendo entre eles, ele se inclinou lentamente, deixando a distância entre eles diminuir ainda mais. Quando seus rostos ficaram a poucos centímetros de distância, o som do vento e da cidade ao fundo desapareceram por um momento. A conexão era palpável, a atmosfera carregada de um sentimento que os dois pareciam não saber como chamar, mas que estava ali, claro e inegável.

-Sn...

Ela não se afastou, mas também não deu um passo à frente. Eles estavam em um espaço delicado, e Sn sabia disso. Mas, em sua mente, as palavras de Brian reverberaram, e ela percebeu que não queria resistir. Ela sentiu algo por ele, algo que não podia ignorar, mesmo que fosse complicado e confuso no momento.

Finalmente, com um impulso suave, ela se aproximou, seus olhos se fechando por um instante antes de se entregar àquela sensação. E, no silêncio da noite, os lábios deles se encontraram. Não foi apressado, não foi um beijo impetuoso, mas foi intenso, carregado de todas as emoções que ambos estavam experimentando naquele momento.

Quando o beijo terminou, eles ficaram ali, ainda próximos, seus rostos ainda colados. Sn sentiu seu coração bater mais forte e, por um momento, se permitiu não pensar na dor, na perda, ou no que ainda estava por vir. Apenas sentiu. Apenas respirou.

Brian olhou para ela, sem palavras, e Sn, ainda com os olhos fechados, sussurrou suavemente.

-Eu não sei o que isso significa, Brian... mas... eu...

-Eu sei. Não precisa saber agora, Sn. Só... deixa acontecer, ok?

Ela assentiu, e, em vez de palavras, ambos se deixaram levar por um silêncio confortável, onde não havia mais confusão. Havia apenas eles, a cidade abaixo e uma nova conexão entre eles, que, talvez, fosse o primeiro passo para algo que nem eles entendiam completamente, mas que estavam dispostos a explorar juntos.

O silêncio se estendeu por mais um tempo, mas não era um silêncio desconfortável. Ambos estavam imersos na sensação que se formava entre eles. A cidade iluminada abaixo parecia distante, como se o mundo ao redor deles tivesse diminuído de tamanho, tornando a conexão entre eles ainda mais intensa. O clima entre Brian e Sn continuava carregado de tensão, mas, ao mesmo tempo, havia uma sensação de conforto, de acolhimento, algo que Sn não havia sentido em muito tempo.

Brian, ainda perto dela, sentiu o calor de sua respiração, a suavidade de seu toque quando ele tocou seu rosto com a ponta dos dedos. Ele não sabia exatamente como dar o próximo passo, mas sabia que aquilo que estava acontecendo era real, algo genuíno, mesmo que fosse complicado e inesperado.

-Você está bem? -Ele perguntou, a voz suave, tentando ler a expressão de Sn.

Sn abriu os olhos lentamente, fixando seu olhar em Brian. Ela sabia que ele estava perguntando sobre mais do que apenas a situação em que estavam. 

-Eu estou... tentando. -Ela respirou fundo. -Eu nunca pensei que... me sentiria assim agora. Com tudo o que aconteceu...-Ela parou, a voz falhando por um instante. -Mas você tem sido uma presença tão importante para mim, Brian. Eu... não sei como te agradecer por tudo.

Brian sorriu, mas não era um sorriso de alívio ou felicidade, mas de compreensão. Ele sabia o que ela queria dizer. 

-Você não precisa me agradecer, Sn. Eu só... quero que você saiba que pode contar comigo, sempre. Não importa o que aconteça. -Ele se aproximou dela, pegando sua mão com a sua, de forma suave. Sn olhou para as mãos entrelaçadas e, por um momento, se sentiu um pouco mais leve. 

-Brian...-Ela começou, mas hesitou por um momento. -Eu não quero que isso seja confuso... Mas... eu sinto algo por você. 

Brian olhou para ela, um pouco surpreso com a sinceridade dela.

-Eu também sinto, Sn. Mas não vamos apressar as coisas. 

Sn assentiu, com um pequeno sorriso nos lábios. Não havia promessas feitas, não havia certezas, mas havia uma sensação de esperança.

A noite continuou, mas eles não precisaram de mais palavras. Eles sabiam que o que estavam criando, aquele vínculo, era algo importante.

Quando o vento soprou novamente, Sn se aproximou um pouco mais de Brian, e ele, sem pensar, envolveu-a com um braço, como se quisesse protegê-la, mas também demonstrar que estava ali para ela, sem reservas. 

END