| Charlotte Wolf |
🌶️Londres sempre teve uma forma peculiar de me atrair. À noite, a cidade parecia respirar de maneira diferente, com um ar denso e cheio de possibilidades. Não importava quantas vezes eu saísse, cada vez era única. Mas naquela noite, enquanto Emily falava sobre o Lux, havia uma inquietação em mim que eu não conseguia ignorar.
Precisava estar ali.
O Lux era mais do que uma balada; era um refúgio. Discreto, luxuoso, e reservado para aqueles que preferiam a privacidade ao caos dos clubes convencionais. Assim que entrei, fui envolvida pela atmosfera. Luzes suaves em tons de dourado e azul pulsavam ao ritmo da música, criando um ambiente quase onírico. Perfumes caros misturavam-se ao cheiro dos drinks que os bartenders preparavam com precisão cirúrgica.
Deslizei até o bar, o tecido do meu vestido de seda preta ajustando-se ao corpo como uma segunda pele. Não era exagerado, mas suficiente para atrair olhares. Eu sempre soube como usar a simplicidade a meu favor. Pedi dois martínis e deixei meus olhos vagarem pelo ambiente, observando rostos, gestos, conversas que fluíam como uma coreografia perfeitamente ensaiada.
Foi quando o vi.
Ele estava encostado no balcão, um pouco afastado do resto, como se estivesse ali, mas ao mesmo tempo distante. A primeira coisa que notei foi a forma como ele segurava o copo de whisky, com uma certa firmeza, mas os ombros relaxados, como se tentasse se desligar de algo. Alto, com uma presença forte, mas sem esforço. O cabelo castanho ligeiramente despenteado, como se tivesse passado o dia inteiro em compromissos e, por fim, se permitido um momento de desordem.
Nossos olhares se cruzaram.
Por um instante, esqueci onde estava. A música, as luzes, as vozes ao redor... tudo desapareceu. Havia algo naquele olhar — profundo, inquisitivo, quase cauteloso. Não era o tipo de homem que olhava por olhar. Ele observava. E, por algum motivo, isso me atingiu de uma forma diferente.
Desviei o olhar, tentando não parecer afetada. Peguei meu martíni, mas não resisti. Olhei de novo. E ele ainda estava me encarando.
Venha. Era o que seus olhos diziam.
Com um gole lento, decidi aceitar o convite não verbal. Caminhei alguns passos até o bar, o suficiente para diminuir a distância entre nós, mas não tanto para parecer óbvio. O jogo precisava ser lento, carregado de intenção.
Ele se aproximou.
— Noite movimentada. — A voz dele era grave, com um leve sotaque que imediatamente chamou minha atenção. Espanhol.
Levantei o olhar para ele, mantendo a expressão serena.
— É Londres. Sempre é. — Respondi, girando o copo nas mãos. — E você? Está aproveitando?— Tentando. — Ele sorriu de lado, um sorriso contido, mas suficiente para fazer meu coração acelerar um pouco mais.
— Primeira vez aqui? — Perguntei, embora já soubesse a resposta. Ele não tinha o perfil dos frequentadores habituais do Lux.
— Sim. Meus amigos insistiram. — Ele fez um leve gesto com a cabeça na direção de dois homens que conversavam animadamente. — E você?
— Algumas vezes. — Dei de ombros, mantendo o ar de mistério. — Mas hoje... hoje parece diferente.
Ele me olhou com mais atenção, como se tentasse decifrar o significado por trás das minhas palavras. O silêncio que se seguiu não foi desconfortável. Pelo contrário. Havia uma tensão sutil, um fio invisível que nos conectava.
— Carlos. — Ele estendeu a mão, finalmente quebrando o silêncio.
— Charlotte. — Apertei sua mão, sentindo o calor da sua pele contra a minha.
— Charlotte... — Ele repetiu meu nome, quase saboreando cada sílaba.
Seus dedos demoraram um segundo a mais antes de soltarem os meus, e naquele toque breve, senti uma faísca que percorreu todo o meu corpo. Ele era diferente. Não apenas fisicamente — embora fosse inegavelmente atraente —, mas pela forma como me olhava. Como se o mundo ao nosso redor não importasse.
— Gosta de dançar, Carlos? — Perguntei, desafiando-o com um sorriso no canto dos lábios.
Ele ergueu uma sobrancelha, um brilho divertido nos olhos.
— Acho que posso tentar.Peguei sua mão, guiando-o até a pista de dança. A música mudou, tornando-se mais intensa, com uma batida que vibrava sob nossos pés. As luzes ficaram mais suaves, quase sensuais, refletindo em nossos corpos à medida que começávamos a nos mover.
No início, ele parecia cauteloso, adaptando-se ao ritmo, ao ambiente. Mas não demorou muito para que a hesitação desaparecesse. As mãos dele deslizaram para minha cintura, puxando-me para mais perto. O calor de seu corpo contra o meu era inebriante, e a cada movimento, a distância entre nós se tornava menor.
— Você dança bem para alguém que só estava "tentando". — Provoquei, aproximando meu rosto do dele.
Ele riu, um som baixo e rouco que me fez estremecer.
— Talvez você esteja me ajudando.O calor das mãos dele em meus quadris era firme, mas não invasivo. Carlos dançava como vivia — com controle, precisão, mas deixando espaço para a espontaneidade. Minhas mãos subiram até seus ombros, sentindo a tensão suave dos músculos sob a camisa. Cada toque parecia amplificar a química que já pulsava entre nós.
— Você é sempre assim? — Ele perguntou, inclinando-se até que sua voz tocasse meu ouvido.
— Assim como? — Respondi, provocando.
— Instigante.
Sorri, deixando meus lábios roçarem de leve em sua orelha antes de sussurrar:
— Apenas quando encontro alguém que vale a pena.Os olhos dele escureceram, a respiração tornando-se mais profunda. Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir o calor de sua pele, o aroma amadeirado de seu perfume, misturado ao cheiro suave de whisky.
Por um instante, não éramos duas pessoas em um clube. Éramos uma conexão que se formava ali, naquele exato momento, sem passado ou futuro. Apenas o presente.
A música continuava, mas para mim, tudo já havia mudado.
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𝐋𝐔𝐗 || CARLOS SAINZ
Fanfiction+ Carlos Sainz || Após um dia exaustivo de reuniões com patrocinadores em Londres, Carlos Sainz, conhecido por seu estilo tranquilo e focado, decide escapar da rotina e sair para descontrair. Juntamente com seus amigos Gus e Guzmán, ele se aventura...