Adolescente Desocupado | Yorchbin (Yorch & Jungbin)

"Os Ecos da Noite"

Jungbin adormeceu novamente, sua mente ainda agitada pelas lembranças do pesadelo anterior. Desta vez, ele se encontrou em um lugar que parecia ao mesmo tempo familiar e distante, uma mistura de memórias e anseios. Era uma casa simples, com paredes de madeira desgastadas pelo tempo e janelas abertas que deixavam entrar a brisa suave da primavera. O aroma reconfortante de arroz cozido e kimchi pairava no ar, trazendo à tona lembranças da infância.  Ele entrou na casa, sentindo o chão de madeira sob seus pés. O som de risadas e conversas o guiava até a sala de estar. Ao abrir a porta, seus olhos se iluminaram ao ver seus pais biológicos sentados à mesa. A mãe estava com um vestido florido, seu cabelo preso em um coque bagunçado, enquanto o pai tinha um sorriso largo no rosto e os olhos brilhantes. 

'Jungbin! Você finalmente voltou!", exclamou sua mãe, levantando-se rapidamente para abraçá-lo. O abraço era quente e acolhedor, como um cobertor em um dia frio. Ele fechou os olhos por um momento, sentindo a segurança daquele momento. Mas assim que olhou para seus rostos, notou uma sombra de tristeza nos olhos deles.  "Vocês estão bem?", perguntou ele, a preocupação começando a tomar conta do seu coração. "Senti tanto a falta de vocês."  O pai sorriu gentilmente, mas havia uma melancolia no seu olhar. "Nós sempre estivemos com você", disse ele, passando a mão pelo cabelo do filho. "Mas você precisa entender que não podemos estar juntos como antes." 

As palavras atingiram Jungbin como uma onda fria. Ele hesitou antes de responder, o nó na garganta o impedindo de falar. "Por que vocês me deixaram? Eu não entendo!", ele exclamou, a dor transbordando em sua voz.  A mãe se aproximou mais e segurou suas mãos entre as dela. "Amor, nós fizemos o que pudemos naquelas circunstâncias difíceis", disse ela com a voz trêmula. "Queríamos te proteger." Seus olhos estavam marejados enquanto ela falava.  "Proteger? De quê?", ele questionou com raiva e confusão. "Eu só queria estar com vocês! Todo esse tempo… eu me senti tão sozinho!"

A frustração explodiu em seu peito enquanto ele lutava contra as lágrimas que ameaçavam escorregar pelo rosto.  O pai se inclinou para frente, sua expressão se tornando mais séria. "Jungbin," começou ele com uma voz firme mas amorosa, "nós amamos você mais do que qualquer coisa neste mundo. Mas havia forças além do nosso controle." As palavras dele eram pesadas, carregadas de significado.  Jungbin olhou fixamente para eles, tentando entender o que significava tudo isso.

A imagem dos seus pais começou a se distorcer lentamente à medida que suas emoções se intensificavam — a saudade misturada com dor tornava-se quase insuportável.  "Não! Não me deixem!", gritou Jungbin enquanto tentava alcançá-los. Suas mãos passaram pelo ar vazio quando eles começaram a se afastar dele, como sombras fugidias na bruma da manhã.  "Sungjoon!" A voz do pai ecoou em sua mente enquanto tudo ao seu redor começava a desmoronar em fragmentos de luz e escuridão. "Nunca se esqueça de quem você é!"  Com essas palavras ressoando em sua cabeça, Jungbin acordou abruptamente em sua cama, ofegante e coberto de suor frio.

O quarto estava escuro e silencioso; apenas o som da respiração acelerada preenchia o espaço à sua volta.  Ele se sentou na beirada da cama, as lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto tentava processar o sonho intenso e emocional que acabara de ter. As imagens dos rostos amados ainda dançavam diante de seus olhos fechados; o calor do abraço da mãe ainda parecia presente em seu corpo.  A realidade era dura; seus pais biológicos estavam longe dele para sempre — uma verdade que parecia mais pesada após aquele sonho vívido.

Ele olhou pela janela para o céu noturno salpicado de estrelas; cada uma delas parecia contar uma história diferente sobre amor e perda.  Jungbin sabia que precisava enfrentar esses sentimentos — tanto a saudade quanto a dor da rejeição — e encontrar um caminho para reconciliar sua identidade entre duas famílias tão diferentes.  Com um profundo suspiro, ele decidiu que não permitiria que esses pesadelos dominassem sua vida; precisava encontrar força nas memórias dos seus pais biológicos e no amor que sempre existiria dentro dele.