A skatista e a Sereia-Rayssa Leal

Ondas e ventos cruzados

Rayssa e Marina estavam sentadas lado a lado na borda da pista de skate, observando o mar ao longe. A brisa fresca carregava o cheiro de sal, e as luzes da cidade começavam a piscar à medida que o sol desaparecia no horizonte.

"Você sabia que eu nunca fui muito boa em esportes?" Marina confessou, olhando para Rayssa com um sorriso tímido. "Sempre fui mais do tipo que fica no canto, escrevendo letras e observando o mundo."

Rayssa riu. "E eu sempre fui o contrário. Nunca consegui ficar parada. Acho que o skate é minha forma de escapar, sabe?"

"Entendo." Marina fez uma pausa, sua expressão suavizando. "Sabe o que é engraçado? Nossas paixões parecem tão diferentes, mas, no fundo, são iguais. Ambas nos fazem sentir livres."

Rayssa virou o rosto para Marina, surpresa com a profundidade de suas palavras. "Nunca pensei nisso assim, mas você tem razão."

Por um momento, o mundo ao redor parecia desaparecer. Os olhos de Marina refletiam o brilho suave das luzes distantes, e Rayssa se pegou pensando em como era fácil estar ao lado dela. Havia uma calma, uma conexão que parecia inexplicável.

"Você me lembra o mar," Rayssa disse de repente, quebrando o silêncio.

"O mar?" Marina perguntou, intrigada.

"Sim. Ele é imprevisível, mas sempre fascinante. Forte e calmo ao mesmo tempo."

Marina sorriu, ligeiramente corada. "E você me lembra o vento. Sempre em movimento, empurrando todos à sua volta para seguir em frente."

Elas trocaram um olhar que parecia carregar algo além de simples palavras. Rayssa sentiu seu coração acelerar, mas não era o mesmo tipo de adrenalina que sentia ao tentar uma nova manobra. Era algo diferente, algo mais suave, mas igualmente intenso.

"Marina," Rayssa começou, hesitante, "você já sentiu que conhece alguém há muito tempo, mesmo que tenha acabado de conhecer?"

Marina assentiu, seus olhos nunca deixando os de Rayssa. "Estou sentindo isso agora."

Ambas sorriram, mas nenhuma das duas sentiu a necessidade de dizer mais. Havia algo especial naquele momento, uma promessa silenciosa de que aquela conexão não era passageira.

"Quer dar mais uma volta na pista antes de irmos?" Rayssa perguntou, tentando aliviar a intensidade do momento.

"Com você me ajudando, claro," Marina respondeu com um sorriso travesso.

E assim, com o som das rodas deslizando pelo concreto e as risadas ecoando sob o céu noturno, elas continuaram a explorar a dança entre liberdade e conexão, uma manobra por vez.