Sofrimento - parte 1

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    POV Autora


Na sala de cirurgia o médico corria contra o tempo para salvar Freen. A hemorragia era grande, assim como o estrago que o acidente ocasionara. Uma das costelas quebradas perfurara o pulmão esquerdo e estava sendo bem trabalhoso o procedimento.

O inchaço do cérebro ocasionado pelo choque havia sido contido, mas ainda não se sabia se havia alguma sequela em razão da lesão sofrida.

- Temos que conter a hemorragia. – disse o médico com voz de urgência.

- A frequência cardíaca está caindo.

Quando a enfermeira disse aquilo se ouviu um som contínuo na sala saindo da máquina que monitorava os batimentos cardíacos de Freen.

(...) 

Becky estremeceu contra Faye e soluçou. As lágrimas voltaram a escorrer por seu rosto.

- O que houve, Becky? – perguntou preocupada.

- Uma sensação ruim, como se estivesse perdendo a Freen. – choramingou.

- Nós não vamos perde-la. Fique calma. – Faye tentou tranquiliza-la, mas ficara bastante aflita com o que Becky dissera.

As duas permaneceram abraçadas por um longo período, até que Becky foi conduzida a uma poltrona confortável para aguardar. Billy lhe trouxe um suco e obrigou-a a bebê-lo, em função dos remédios que havia tomado quando passara mal.

Quatro horas e meia desde que chegaram ao hospital já havia se passado e todos estavam angustiados pela falta de notícias. O motorista já havia sido instalado em um quarto e naquele momento estava sendo ouvido por Patrick, que até aquele instante não havia saído do local.

Quando a porta abriu pelo que parecia ser a milésima vez todos olharam em sua direção e viram o médico sair com uma cara séria e bastante cansada. Becky saltou na frente de todos e o interpelou.

- Dr., como está Freen? – seus olhos suplicavam por notícias boas.

- Ela está na UTI e seu quadro é bastante grave. Ela teve uma parada cardíaca durante a cirurgia e nós quase a perdemos, mas por um milagre conseguimos trazê-la de volta. – anunciava para o desespero de todos – Agora ela está em observação e a evolução de seu quadro é crucial nas próximas 24 horas.

Becky se agarrou a Kate e Sam, as três se abraçavam quase com desespero. Uma queria consolar a outra, mas ao mesmo tempo também queriam ser consoladas. Não podiam perder sua Freen.

- Eu posso ao menos vê-la? – perguntou Becky entre soluços.

- Você e a Sra. Kate podem me acompanhar para vê-la, mas infelizmente tem que ser rapidamente. – disse e ambas concordaram imediatamente.

O médico às conduziu até uma sala de recuperação cheia de aparelhos aos quais Freen estava ligada para ter seus sinais vitais monitorados e também para auxiliarem que permanecesse viva nas primeiras horas.

A morena estava mais pálida que o normal e respirava com ajuda de aparelhos. Aquela visão doeu em Becky mais que tudo. Sua Freen era uma figura frágil sobre uma cama e ela não poderia fazer nada. Chorou diante daquela visão. Queria se aproximar e abraçar a esposa, mas sabia que não podia fazê-lo para não machuca-la ainda mais.

Estava abraçada a Kate que também mantinha os olhos fixos em Freen e chorava. Uma amparava a outra diante daquela visão que lhes partia o coração e a alma. Becky olhava para a mulher e só conseguia pedir a Deus que ela voltasse para junto dela e dos filhos.

Abismo - Freenbecky g'pOnde histórias criam vida. Descubra agora