Margins of Love

Ethan

Capítulo totalmente dedicado a leitora Ceciliasilva09 <3

Sophie Clifford POV

O olhar azul de Cecília encontrou o meu, carregado de surpresa por causa do que eu acabara de dizer. Aquele leve rubor em suas bochechas era fascinante, e eu senti minhas mãos se apertarem ao conter a vontade de tocar seu rosto.

Essa garota perfeita...

Ela realmente acredita que pode transformar minha vida em um caos durante nosso tempo em Nantucket. Um sorriso de canto escapou dos meus lábios. Se a ilha será o palco das provocações dela, por que não tornar Nova York o meu terreno de jogo? Um lugar mais intenso e irresistível... especialmente para ela.

— Não fale como uma tarada! — Cecília disparou, desviando o olhar e mordendo os lábios. Uma mecha loira ondulada deslizou de sua orelha, repousando sobre seu rosto.

Não deveria... mas não resisti.

Minha mão se ergueu com uma lentidão quase teatral, e o movimento pareceu se desenrolar em câmera lenta. Quando meus dedos finalmente tocaram sua pele, senti o calor em sua bochecha, e, com um toque delicado, ajeitei a mecha atrás de sua orelha.

Nossos olhares se cruzaram.

— Deixar de dormir no meu próprio quarto para você tê-lo só para si... isso não prova alguma coisa? — murmurei, a voz suave, mas cheia de insinuações.

— Tanto você quanto eu sabemos que vai acabar voltando para dormir comigo. Parece que finalmente descobrimos como nos entender em algo... — respondeu Cecília, com um ar desafiador.

Franzi o cenho, dando um passo à frente. Agora estávamos tão próximas que seus braços cruzados, apertados contra os seios, roçavam minha barriga. Apesar de ser um pouco mais baixa que eu, ela tinha a postura e o porte que poderiam facilmente colocá-la nas passarelas mais importantes do mundo.

— Que jeito seria esse? — perguntei, minha curiosidade genuína escondida sob um tom provocador.

Ela manteve seu olhar fixo no meu antes de murmurar, com uma voz tão baixa que era quase um segredo:

— Parece que precisamos ficar longe uma da outra por um tempo.

Mas seu comportamento dizia outra coisa. Um sorriso de canto curvou seus lábios, e ela virou o rosto para contemplar a paisagem de Nova York coberta pelo frio do inverno através da enorme parede de vidro.

— Talvez. Mas saiba que você me irrita. — Não consegui conter o sorriso que apareceu em meu rosto. — E se você está planejando tornar minha vida um inferno em Nantucket, não espere que eu não faça o mesmo em Nova York. Essa é a minha cidade, Cecília.

Enquanto falava, inclinei-me para frente, deixando a ponta do meu nariz roçar sua bochecha. Cecília suspirou.

— Eu odeio você. Isso nunca vai dar certo — sussurrou ela, quase como um desabafo.

Virei meu rosto lentamente, deslizando a ponta do nariz por sua pele até chegar ao seu ouvido. O cheiro doce de seu shampoo de morango me invadiu, e por um breve instante fechei os olhos para apreciar. Cecília descruzou os braços e pousou as mãos nos meus ombros, mas não para me afastar. Pelo contrário, era como se me segurasse ali, como se não quisesse que eu fosse embora.

— Você já é minha, Cecília. Não precisamos dar certo, contanto que aproveitemos o momento do jeito certo — murmurei, enquanto minha mão pousava em sua cintura e a puxava suavemente contra mim. Suas mãos subiram, deslizando por meus ombros até alcançarem minha nuca, os dedos se perdendo em meus cabelos.