O início do infinito

O bom partido

- Larga esse celular agora! - Gritou minha mãe.

- Espera mãe, estou falando com o Edu.

- Espera nada, eu já disse que não quero você trocando mensagens com esse menino.

- Mas mae...

- Não quero ouvir mais nenhuma palavra, obedeça!

- Sim, mãe.

- E vá buscar sua irmã na escola!

- Estou indo.

Arrrg como minha mãe é chata, ela não gosta nenhum pouco do meu namorado Eduardo. Uma vez nós até terminamos por culpa dela. Assim que voltei com minha irmã Lavínia, Edu me ligou.

- Oi. - Eu disse.

- Oi, tudo bem? - Edu perguntou

- Sim e você?

- Estou bem, onde você estava?

- Fui buscar a minha irma na escola. - Respondi.

- Ah sim, você parou de me responder fiquei preocupado.

- Por causa da minha mãe, você sabe como ela é. - Respondi com raiva.

- Sem problemas, e aí como foi a...

- Bárbara! Eu já falei para você largar esse celular! - Minha mãe disse brava, interrompendo Edu.

- Ta bom mãe. Desculpe Edu, preciso desligar!

- Okay, depois a gente se fala. - Ele disse chatiado.

- Okay.

- Tchau, te amo. Beijos! - Ele se despediu.

- Tchau. - Eu disse e desliguei.

Chegando a cozinha minha mãe já começou a brigar.

- Eu não quero você falando com esse garoto.

- Mas mãe, eu gosto dele.

- Não, não mesmo. Pode tirar isso da sua cabeça, quantas vezes tenho que dizer que você precisa gostar do Daniel ou do FILHO DA ANDRÉIA! - Ela fala filho da Andréia de uma forma ridiculamente engraçada, afinando a voz e levantando a mão como se ele fosse o garoto mais perfeito do mundo.
O famoso "filho da Andréia" chama-se Vitor, ele é filho de uma amiga da minha mãe, chamada Andréia, claro. E ele é o tipo de garoto julgado pela minha mãe como um bom partido para mim. Alto, loiro, dos olhos claros, estudioso e claro... Rico!
Não sei porque ela não gostava do Eduardo, ele tinha uma boa condição de vida, não tanto que se compare ao Vitor, mas também não era miserável. Acho que o principal motivo de ela não gostar do Eduardo é pelo Daniel, meu ex namorado. Nós terminamos porque ele estava indo para Cuiabá e eu preferi terminar do que manter um relacionamento a distância. Mas minha mãe não entendia, ela queria que eu ficasse com o Daniel, que por sinal tem as mesmas características do filho da Andréia, só uma condição de vida um pouco inferior à do Vitor.
No final das contas o Daniel não foi para Cuiabá, mas para nós dois é como se ele tivesse ido, nós nos afastamos de tal forma que parece que estamos mais distantes do que se ele estivesse em Cuiabá. Talvez como se ele estivesse em Plutão e eu no Sol. Nós até tentamos voltar mas não deu certo. As dificuldades em vez de nos fortalecerem, nos destruíram, as vezes foi pela nossa falta maturidade, ainda éramos muito novos para passar por tantos problemas em um relacionamento.
Eu amava muito ele mas também não era santa, o coitado não deveria mais passar pela porta de casa sem abaixar de tantos chifres que tinha, um deles foi com o Alves, meu melhor amigo, nós tínhamos brigado e fomos ao cinema com raiva um do outro, o Alves estava lá e eu acabei ficando com ele na frente do Daniel. Foi erro, eu deixei a raiva tomar conta de mim, mas não me arrependo, faria tudo de novo se fosse preciso. Daniel me perdôo, me deu uma aliança e estava tudo bem, mas nós estávamos frios um com o outro, não era a mesma coisa, nem brigar nós brigávamos mais, então, resolvemos seguir cada um sua vida, mesmo que ainda nos amassemos.
Minha mãe saiu para trabalhar e levar minha irma na escola, sim, ela estuda em duas escolas. Fiquei sozinha em casa como de costume e claro, depois que ela saiu falei com Edu. Nosso relacionamento já estava chato, eu não era fiel e as vezes achava que ele também não era, apesar de ele sempre dizer que eu era a única na vida dele. Eu não amava ele de verdade, apenas gostava. Eu ainda amava o Daniel. Alem disso minha mãe não apoiava meu relacionamento com Edu, ela ainda queria que eu voltasse com o Daniel, e sinceramente vontade não me faltava.