Capítulo 15

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Acordei de madrugada, meu pulso estava acelerado e meu corpo suava, tinha tido outro pesadelo. Me levanto cuidadosamente para não acordar os outros, eu não sabia para onde ir, então adentrei á floresta e andei até achar o lago em que tinhamos tomado banho, me sento na beira da água e observo.
O pesadelo dessa vez tinha sido sobre mim, eu estava no fim do mundo outra vez, só que era o fim do Novo Mundo e ninguém apareceu para me salvar. Uma lagrima escorre pelo meu rosto, eu tinha perdido todos, ninguém nunca ocuparia o vazio em meu coração...
- Isabela ? - A voz era de Alef, ele estava atrás de mim.
- O que faz aqui ? - Enxugo meu rosto.
- Eu vi você sair. - Ele se senta ao meu lado - E vim ver se estava bem.
- Eu estou bem. - Minto, não era que eu não confiava nele, é só que odeio falar de mim.
- Talvez sim, talvez não.
- Você está bem Alef ?
- Não. - Ele fixa o olhar nas águas do lado - Eu sonhei com minha mãe.
- Como foi o sonho ?
- Horrível. Ela morreu muito antes de o mundo acabar, já estou acostumado com os pesadelos.
- Sinto muito.
- Não sinta, todos aqui perdemos alguém. Izzy, eu não sei como essa coisa de salvar o mundo vai funcionar, mas quando terminamos o que vai acontecer ? Vamos continuar fingindo que as pessoas que perdemos não existiram? Vamos viver e seguir em frente ? Izzy, eu não quero sobreviver a essa missão!
- Alef, não diga isso, precisamos de você, vamos dar um jeito.
- Eu sei. Só sinto que não existe mais nada nesse mundo que seja meu, somos parasitas nele.
- Alef, somos uma família. Precisamos de você.
- Izzy, eu vou dormir tá, preciso descansar. - Ele se levanta e saí, meu coração fica pesado automaticamente e eu me encolho, Alef não podia pensar assim, ele era sempre o mais calmo, mais educado, mais pensativo, Alef era Alef, mordo meu lábio inferior e minha mente se acalma, as pessoas mais quietas tem mentes barulhentas.

***

Na manhã seguinte Alef agiu normalmente, não tentei falar com ele nem ele comigo, eu evitava olhar nos olhos deles, odiava ver aquele muro que escondia toda sua alma. Na viagem para a cidade eu conheci o outro grupo, Pietra era uma garota calma que odiava mosquitos, em cinco minutos fez amizade com Sofia, Malia era inteligente e amigável, mas torturaria sem dó e Lucy tinha uma habilidade com as facas que dava medo. Os garotos eram simplesmente eles, fizeram amizade logo, mas Alef era o distante, ele sorria quando sorriam e respondia quando perguntavam, mas não fez uma amizade inseparável com ninguém, como minha mãe diria, ele estava sempre na dele.
Chegamos na cidade logo e as autoridades nos deixaram passar sem problemas, pelo que percebi Ian e os demais tinham uma grande amizade com as autoridades daquela cidade. A cidade era linda, os prédios eram altos e tinham jardins ao redor, as flores pareciam ter brilho pois tinham cores escandalosas.
- Aquela é a nossa casa! - Ian diz e todos paramos para observar, ela era uma casa normal de dois andares.
- Legal. - Tyler comenta.
- Perfeita! - Sofia sorri.
- Interessante. - Melanie observa.
- Tem comida ? - Derek pergunta e todos rimos. Ian abre a porta e todo mundo entra, por dentro a casa era azul claro e tinha dois banheiros, seis quartos, sala, cozinha e lavanderia, era confortável. Malia e Lucy preparam uma comida e então nos reunimos na sala para conversar.
- Então, o que vamos fazer ? - No caminho Alef tinha explicado tudo que Mark havia nos contado, mas eles já sabiam.
- Esse segredo não é tão secreto. - Ian diz calmamente.
- Como assim ?
- Existem grupos rebeldes em todo o Novo Mundo que descobriu isso, eles vêem tentando fazer algo desde então, mas é difícil. Pessoas controladas só acreditam no que são programadas para acreditar.
- Voltamos ao começo. O que vamos fazer ? - Minha voz saí completamente amarga.
- Podemos tentar nos comunicar com os grupos para descobrir aonde tudo está sendo controlado. - Malia sugere.
- Por que eles confiariam em nós ? - Pietra suspira entre as palavras.
- Precisamos fazer algo que prove que estamos do lado deles, precisamos chamar atenção deles.
- Como vamos fazer isso ? - Ninguém sabia, mas todos sabiam que precisavamos fazer algo muito maluco, as complicações estavam só começando.

Perdidos no Futuro.Onde histórias criam vida. Descubra agora