Nine - Needy

355 33 34
                                    

Ultimamente tenho estado em uma montanha-russa

Tentando controlar minhas emoções

Mas tudo que sei

É que preciso de você por perto

E eu gritarei a plenos pulmões por aquilo que amo

Sou intensa, mas não dou a mínima

- Ariana Grande.

Uma dor de cabeça lancinante me atinge antes mesmo que eu abra os olhos, angustiada rolo pela superfície macia que o meu corpo está em cima, sinto a quentura do cobertor sobre mim e quando respiro fundo o cheiro inconfundível de Samuel me atinge em cheio, tão concentrado e bom que se eu estivesse de pé teria me deixado tonta, pensar nele trás os acontecimentos da briga de Jacob e Paul de uma só vez a tona, com um ofegar abro os olhos e me sento de supetão no que agora vejo ser uma cama, observo em volta atordoada e reconheço o cômodo das poucas vezes que estive dentro dele, é o quarto de Sam, não mudou muita coisa nesses anos, continuava aconchegante e simples, tinha uma janela ampla por onde uma pequena fresta de luz passava pela cortina meio aberta, uma mesa de estudos com vários livros e cadernos em cima, uma cadeira, um grande tapete no chão de tacos escuros, a cama onde eu estava com uma mesa de cabeceira perto, um guarda-roupa médio, a porta do banheiro na outra extremidade do cômodo, pequenas decorações aqui e ali dando ainda mais personalidade ao ambiente. A porta do quarto sendo aberta me traz de volta ao presente, quem passa por ela é justamente o dono do quarto, ele fecha a porta atrás de si e vai se sentar na cadeira da mesa de leitura, respeitando o meu espaço.

- Temos muito o que conversar. - Minha voz rouca quebra o silêncio, ele me encara e confirma com um aceno a minha fala.

- Vamos te alimentar primeiro, você está dormindo a cinco horas. - Sua fala tem um tom de angústia, mas seu rosto permanece pacifico, meu estômago ronca em confirmação, me livro do cobertor quente e chego para beira da cama, o frio atinge meus ossos me fazendo encolher.

- Acho que vou ficar por aqui. - Resmungo ainda sentindo meu corpo fraco, embora nada parecido com o mal estar que estava sentindo durante a última semana.

Sam se levanta e vai até seu guarda-roupa e pega nele um moletom escuro e volta para mim, sem que eu diga nada ele me ajuda a vestir a peça como se eu fosse uma criança, sinto seus dedos arrumando os fios que se bagunçaram do meu cabelo e o gesto relaxa automaticamente meu corpo, ele me estende sua mão e me ajuda a ficar de pé, meu corpo está rígido pelo tempo deitado e minhas articulações reclamam um pouco, mas Sam me apoia sem sequer se esforçar, devagar caminhamos para fora do quarto e pelo corredor longo, a quentura que emanava de corpo dele me aquecia inteira, como se ele fosse o próprio sol, quando chegamos na sala temi encontrar alguns dos meninos ou até mesmo sua mãe, mas além do nós dois a casa está vazia.

- Minha mãe está na cidade e os meninos queriam estar aqui, mas estão respeitando o seu espaço, eles sabem que é muito para assimilar. - Sam responde meus questionamentos mudos, mas o que ele fala chama minha atenção, todos os meninos viram aquele bicho enorme? Penso em Seth, na sua doçura e não consigo imaginá-lo daquele jeito, na forma brutal que Jacob e Paul se enfrentaram. Meu corpo é sentado em uma das cadeiras da mesa de jantar e Sam caminha pela cozinha servindo uma comida cheirosa e quente no prato, ele coloca na minha frente o mesmo e os talheres, me serve um copo de suco de laranja e se senta à minha frente em silêncio.

- Me explica o que está acontecendo, por que estou começando a considerar me internar num manicômio. - Minha voz não tem uma nota de diversão, sou pura ansiedade, nos encaramos em silêncio por um tempo.

MaktubOnde histórias criam vida. Descubra agora