Where are you now that I need you

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Eu já estava saindo hoje. Finalmente saíria daqui.
Meus cabelos pareciam dez vezes mais secos e oleosos, e a roupa laranja finalmente parecia cair bem no tom da minha pele.
Em todo esse tempo, eu só tinha um sentimento no meu coração: raiva.
Odiava Camila. Ela foi embora, com o meu pai. Me deixou sozinha. Me colocou na enrascada e me deixou aqui. Ela viu, ela olhou bem nos meus olhos enquanto eu implorava por ajuda. E ela somente, me deixou.
Eu odiava meu pai. Ele me deixou sozinha, não fez questão de dizer adeus. Não fez questão de nada. Só me deixou. Enquanto isso, quando minha mãe nos deixou, eu fui a ÚNICA que ficou do seu lado. E ele agradece da forma mais rídicula que já vi:
Me deixando. Abandonando.
Não estou sendo dramática. Fui largada na prisão por três semanas, enquanto ele pagava pensão para a namorada lésbica dele.
Palmas para ele!

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-Jauregui? Acorda! -Um guarda chamou.
Respirei fundo, jogando meus cabelos pro lado e levantando, sentindo minhas costas implorarem por uma massagem.

-Sim?- Respondi, ainda um pouco zonza.

-Você está livre, pegue seus pertences e saia. -Ele disse.
Nesse momento, eu sorri. Mais do que eu já havia sorrido na minha vida inteira.

-Obrigado! -Por motivo algum, senti a necessidade de abraçar o guarda, então fiz.
Logo depois disso, saí correndo dalí, parecia finalmente estar feliz. Estar solta não significa liberdade somente do corpo, mas também o sentimento.
Me livrei de todos aqueles pensamentos ruins, parando na secretaria e pegando meus pertences.
Me troquei, e empurrei o portão do local, já podendo ver meu pai.

-Pai! -Saí correndo na direção dele. Abracei-o com força, quase fazendo-o cair.

-Filha! -Ele me confortou mais ainda nos seus braços. Senti o cheiro dele e sorri. Senti saudades do cheiro dele.
Nos soltamos e eu olhei em volta.

-Onde está a Camila? -Perguntei curiosa, já que ela não estava alí.

-Hum... Sobre isso Lauren... Quando a soltaram, ela saiu correndo, pelo o que eu vi, chorando e está desaparecida desde então. -O olha dele estava perdido, quase culpado.

-Pai, isso foi 3 semanas atrás! Como assim? Isso é perigoso! Ela não pode ter sumido. Nem pegou as roupas nem nada? -Perguntei. Meu coração batia, e algo me dizia que isso não estava bom.

-Nada.- Meu pai resmungou.

Meus dedos começaram a suar e o ar pareceu entrar com mais dificuldade. Eu estava nervosa sem motivo.
Não, algo estava errado. Eu tinha certeza, Camila não podia apenas desaparecer.

-Vamos para casa...- Sugeri tentandk dar uma esperança para me acalmar.

Caminhamos até o carro. O trajeto parecia ser bem mais longo com minha ansiedade e meu nervosismo.

Quand avistei a garagem, literalmente saltei do carro, entrando em casa. Entrei no meu quarto, esperando ver Camila lá, mas ele estava sozinho, como antes.
Busquei meu celular e assim que liguei-o, eu congelei.

20 chamadas perdidas de Dinah
70 mensagens de Dinah

Meu deus. Ou algo aconteceu, ou ela está parindo.

Tentei ligar para ela e ela não atendia.
Liguei novamente... Nada.

-Porra. -Peguei minhas chaves e corri para a garagem pegando o primeiro carro que vi na frente e acelerando até chegar na casa de Dinah.

Saí do carro, batendo na porta.
Nada.
Andei até os fundos e percebi que estava tudo apagado.
Cacete...

Voltei para o carro, encostando minha testa no volante, tentando afastar todos os pensamentos ruins da minha cabeça.

De repente, ouvi o toque do meu celular. Peguei-o com rapidez, olhando para a tela.

Dinah.

-Alô?- Atendi.

-Lauren? Ouvi dizer que você virou bad girl...- Ela brincou.

-Sim -Ri. - Mas o que foram todas essas chamadas? -Perguntei. Ouvi Dinah suspirar. Ela estava triste.

-Ela está em coma Lauren. Foi atropelada e está em coma. -A voz dela estava embargada. Ela estava chorando.
Fechei os olhos.

-O que? Em que hospital ela está? -Questionei, já ligando o carro.

-O único nobre de Miami. -Ela respondeu.
Desliguei o celular, arrancando com o carro.

A cidade parecia um borrão. Uma tinta estatelada no papel.
Nada fazia sentido.
Nada.

Estacionei o carro de qualquer jeito e adentrei no hospital.

-Olá, vim ver Camila Cabello. -Disse à atendente, ofegante por nervoso.

-Vou chamar o doutor Cowell. -Ela saiu com uma ficha. Sentei-me, afundando meus dedos no meu cabelo.

-Srta? -A atendente chamou, acompanhada de um homem grisalho com um jaleco.

-Sim? -Levantei ansiosa.

-Sou Dr. Cowell. -O homem estendeu a mão e eu apertei-a. -Você é?

-Lauren Jauregui. Camila é namorada do meu pai e uma amiga extremamente próxima. -Respondi e ele assentiu.

-Tenho que avisar, sobre os efeitos colaterais... Venha comigo. Você verá. - Cowell começou a caminhar pelos corredores e eu o segui.

Entramos no quarto e ele me deixou ficar sozinha.

-Camila? -Chamei. Ela se virou, um de seus olhos estava coberto com algo, ela havia perdido a visão de um lado esquerdo.
Ela sorriu, fazendo-me sorrir.

-Desculpa... Mas eu te conheço? -Camila respondeu.

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