▶In some weird way I don't wanna fight it◀
⭐ caroline ⭐
O tratamento de silêncio dura já há mais de três semanas, e eu estou a ficar farta e cada vez mais deprimida. Já mal como, não vejo a luz do sol há imenso tempo, também porque não vou há escola sempre que me apetece porque não sou questionada acerca de nada, e portanto passo a maior parte do meu tempo agarrada ao telemóvel a falar com o Michael.
Até com a Rita não tenho forças para falar, muito menos com o irritante do Luke, porque parece que não me vão compreender. Não que o Michael compreenda, ele está a fazer de tudo para me tentar convencer para ir viver com ele, mas eu preciso de um sinal. Preciso de ter a certeza absoluta de que os meus pais me têm uma indiferença tão grande ao ponto de me ignorarem durante quase um mês.
michael: confronta-os, pergunta-lhes porque é que te estão a fazer tal coisa, porque não me parece que eles sejam os primeiros a falar disso, ainda parecem mais casmurros que tu, Keating.
Ia responder quando o meu telemóvel vibrou com mais uma mensagem, desta vez do Ashton. O Ashton tem-me tentado ligar desde a manhã seguinte ao nosso "pequeno deslize" mas eu tenho-o andado a ignorar completamente pois ainda não sei a 100% porque é que fiz o que fiz nem sei se quero voltar a meter-me na vida complicada do Mr. Irwin para voltar a ser expulsa a pontapés que me magoam muito mais psicologicamente. Portanto tenho a caixa de entrada cheia de mensagens desesperadas e com demasiadas memórias dolorosas e tenho o registo de chamadas quase todo ocupado por ele também.
Decido ignorar a nova mensagem do Ashton (outra vez), ignoro também o Michael, ignoro a impressão na minha garganta que me diz que estou prestes a chorar, ignoro tudo e tento dormir. O que, ao fim de 45 minutos, se mostra impossível, por isso, com a raiva que se tem vindo a acumular dentro de mim não apenas naqueles 45 minutos mas também por todos os momentos pelos quais tenho vindo a passar, decido pegar numa mala de viagem e pôr lá dentro tudo o que me é importante, tudo o que eu sei que me iria custar separar.
Lágrimas formam-se nos meus olhos ao pensar naquilo que eu estava prestes a fazer, mas ao mesmo tempo tinha a consciência que seria a única a deitar estas lágrimas por me estar a ir embora, os meus pais possivelmente até ficariam aliviados.Aliviados.
Acabei de fazer a mala e sentei-me no meu quarto simplesmente a observar. Eles devem de ter um ódio enorme por mim para me forçarem a abandonar o meu quarto há já 18 anos, e de certa forma, a abandonar a vida que eu dantes tinha, apenas porque me odeiam profundamente. E naquele momento, fiz uma promessa a mim própria: se eu alguma vez tiver filhos, nunca me atreverei a tratá-los da forma como eu estou a ser tratada há anos.
A seguir a ter este pensamento, a porta de casa abriu-se, revelando o que eu adivinho serem os meus progenitores, e eu apercebi-me que, se o sinal que eu pedia não vinha de forma espontânea então teria de ser eu a forçar que acontecesse.
"Tenho de falar com vocês" disse, ao entrar na sala onde eles estavam "E espero muito bem não ser a única a falar porque eu estou à espera de ter uma conversa com os meus pais adultos, não com crianças amuadas de 10 anos, pode ser?"
Eles olharam para mim mas não pronunciaram uma palavra, nem sequer um som.
"O que é que vos fiz para merecer isto? Eu tenho aguentado as vossas palavras rudes, os nomes, os gritos, e mesmo assim ainda tinha alguma consideração por vocês porque vos amo, são os meus pais, fui criada por vocês por amor de Deus! O que é que vos fiz para além de nascer?"
Nada, nenhum som saiu daquelas bocas.
"Respondam-me, mereço saber! Ou são uns mérdas assim tão grandes para deixarem a vossa própria filha sofrer?"
o meu pai olhou-me nos olhos e não vi nem uma ponta de amor naqueles que eu antes considerava os olhos cor de céu mais carinhosos do universo.
"Não és nossa filha biológica, é isso que querias que eu te dissesse?"
(a/n) estou a irritar-me com o wattpad, rly já tenho poucos dados e esta cena decide brincar com a minha cara -.-
wtv
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harmless fun? ♠ l.h
Acak"Nós somos apenas crianças à vista de todos, principalmente à vista daqueles que nos criaram, mas vamos provar-lhes o contrário. Vamos ser os adultos que eles nunca foram capazes de se tornar." Um pequeno sorriso formou-se nos meus lábios, e agarrei...