Capítulo quarenta e sete

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A atmosfera em Cheshire era algo do qual Louis sentia falta demais. Era meio dia e Louis se sentou no assento desconfortável de couro escuro do aeroporto. Ele tinha conseguido comer um croissant que ele comprou antes do voo, mas o pensamento de que aquela podia ser sua última refeição decente o fez se sentir enjoado. O pescoço de Louis ardia depois do voo dolorosamente longo e ele não pregou os olhos nenhuma vez. Ele não dormiu de forma alguma, porque por trás dos seus cílios fechados, tudo o que Louis podia ver era a imagem distorcida de Harry chorando em Nova Iorque. Louis estava considerando mandar uma mensagem para Anne, ele explicaria que estava em casa, e talvez ele contasse tudo para ela. Ela entenderia. Sim, ele destruiu o filho dela, mas ela era gentil demais para matar Louis. Talvez. Louis colocou sua comida dentro de sua mochila, que tinha uma quantidade de roupa que ele tinha se importado em levar para casa. Ele queria andar. Ele queria aproveitar o pouco resto da sua liberdade que ele terá por anos. Ele andaria por quilômetros, milhas... tanto faz. Se ele acabasse andando por um deserto que não parecia estar chegando a lugar nenhum, ele não ligaria, mas ele provavelmente ligaria para Anne, mas novamente, talvez não.

Ao que ele saiu do aeroporto, a brisa de Cheshire o atingiu. O ar tinha cheiro de chuva fresca e de doces, mas isso era provavelmente porque tinha uma padaria bem ao lado dele. Ele respirou fundo e forçou suas pernas pesadas a se mexerem.

Harry.

Harry.

Harry.

Com cada passo, o nome de Harry ecoava na mente de Louis como uma dor de cabeça chata. Louis estava mordendo a parte interna de sua bochecha com tanta força que ele conseguia sentir gosto de sangue. Seu corpo todo ardia, cada fibra de seu ser querendo voar de volta para Harry e deixar tudo bem, mas ele não podia, nada que ele fizesse agora deixaria tudo bem. Ele não podia correr mais. Era hora de enfrentar as consequências. O som do nome de Harry lentamente começou a sumir, conforme Louis andava. Sua cabeça passou a imaginar lugares tão escuros que dava dor física a Louis. Ele estava se lembrando de tudo que sentiu ou aconteceu enquanto estava com Harry. O amor, a dor, a raiva e a tristeza. As memórias vívidas do seu próprio pai o espancando quase até a morte, até mesmo atirando. Mas Louis passaria por isso cada dia do resto da sua vida só para ficar com Harry, só para fazer as coisas voltarem ao normal. Louis engole um soluço e pisca fortemente, sentindo lágrimas quentes caírem para suas bochechas.

"Está acabado,"

A voz de Louis mal é audível. Está tudo acabado. O sol estava quente contra a pele dos braços e rosto dele, mas Louis não ligou, ele continuou andando, não ligando para a quantidade de carros que ofereceram carona. Em uma ocasião, ele considerou, ele considerou pedir para a pessoa só dirigir para o oceano para que ele pudesse morrer, mas ele não o fez. Ele só balançou a cabeça e continuou andando, mastigando a parte de dentro de seu lábio nervosamente. Louis conseguia sentir seu telefone vibrando em seu bolso traseiro, mas ele não poderia responder. Ele sente vibrar uma, duas e até mesmo três vezes. Quem quer que seja que está ligando, está determinado. O nome de Harry estoura na cabeça de Louis como fogos de artifício no dia quatro de julho. Os músculos de Louis tensionam ao pensamento que talvez Harry esteja ligando e ele não consegue evitar e pega. Ele não consegue evitar o suspiro decepcionado ao que ele vê o nome de Zayn aparecer na tela. Ele pressiona seu telefone e seu ouvido e suspira.

"Louis,"

Louis não responde, ele não quer e não sabe o que dizer. Zayn é amigo de Harry, ele definitivamente sabe o que aconteceu. Niall saberia, Liam também. Ed também. Oh, Deus. Louis quer vomitar. Ele abre sua boca e tenta encontrar sua voz.

"Y-yeah,"

"Me diga. Me diga em que porra de mundo é plausível deixar Harry sem saber que você está indo para a cadeia, como você poderia? E quando ele descobre, você só simplesmente vai? Louis, porcaria, diga algo!"

Homophobic 》larry stylinson (portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora