★|| C a r a ||★

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— Não, Tom, para!

— Nem pensar — eu respondo, rindo.

Ela ri mais quando faço mais cócegas nela, fazendo-a se contorcer na cama e tentar se soltar de mim, bagunçando os lençóis da cama.

— Para, Tom, minha barriga tá doendo! — ela diz entre risadas embaixo de mim, o som de suas risadas preenchendo o quarto.

— O quê? — finjo que não escutei e puxo ela pela cintura, arrastando-a até mim quando tenta se afastar, fazendo ainda mais cócegas.

O riso dela fica ainda mais alto, me fazendo rir também.

— Para, Peter! — ela grita, desesperada em meio aos risos.

Ela continua rindo, mas eu paro de fazer cócegas nela na hora que ouço o nome.

Franzo o cenho, olhando para ela.

— Que? — pergunto, tentando entender se ela tinha mesmo me chamado pelo nome de outro cara.

Ela cessa a risada aos poucos, me olhando, minhas mãos ainda apoiadas nela.

— Que foi?

— Peter? — pergunto, olhando-a.

Ela franze o cenho levemente.

— Que?

— Você me chamou de Peter.

— Não chamei, não.

— Chamou, sim — digo, sentindo a irritação crescer.

Ela ter me chamado por outro nome causou em mim uma irritação enorme. Principalmente, porque, se ela trocou meu nome, era porque existia outro cara? Só a ideia de isso ser uma possibilidade me deixa puto.

Eu fico em silêncio por um tempo, meus músculos tensionam e cerro o maxilar.

O quarto parecia mais silencioso de repente.

— Quem é Peter? — pergunto sem conseguir disfarçar a irritação na minha voz.

— Ninguém — ela diz, rindo fraco. — Eu devo ter confundido, sei lá.

Solto uma risada de escárnio. Confundido?

— Confundir Tom com Peter? Fala sério, Sn — digo, irritado, me levantando da cama.

Ela se senta e puxa meu braço, me fazendo olhá-la.

— Ei, relaxa.

Desvio o olhar, mordendo o canto da minha bochecha com força, a impaciência começando a tomar conta de mim. Eu respiro fundo, desconfortável, e a olho.

— Quem é esse tal de Peter?

— Sei lá, Tom. É só um nome.

— Só um nome... — eu repito como se tentasse acreditar — Esse cara existe?

Ela suspira.

— Não tem nenhum cara.

Eu assinto respirando fundo e desviando o olhar irritado. Talvez não houvesse nenhum cara, talvez o Peter realmente não existisse. Mas ver ela trocar meu nome pelo de um outro cara me deixou puto. Não conseguia nem olhar pra ela.

— Ta com ciúmes do Peter?

Ela suspira, me olhando como se achasse graça mas ao mesmo tempo me achasse ridículo .

Eu coço a testa, inquieto, e me sento na cama de frente para ela, olhando-a sério.

— Você vai me falar quem é esse Peter?

Ela não me olha e a vejo levar a mão ao rosto. Percebo o corpo dela tremular. Pensei que ela poderia estar chorando até ouvir o som de uma risada escapando em uma tentativa falha de segurar o riso.

Eu franzo o cenho.

— O meu pai...— ela me olha, rindo.

— Quê? — pergunto em uma carranca confuso.

— Eu tava brincando com você, seu idiota — ela diz, rindo. — Peter é o nome do meu pai, esqueceu? — ela se aproxima ainda rindo para me dar um beijo na bochecha.

Eu fico olhando para ela, ainda com a mesma cara.

Ela só pode estar brincando...

Respiro fundo, meu corpo relaxando, passo a mão pelo rosto e ela permanece me olhando, tentando parar de rir.

Eu a olho, ainda desacreditado que era tudo uma brincadeira, a tensão ainda saindo do meu corpo, mas então não consigo evitar. A vendo rir de mim, eu acabo rindo também, logo indo para cima dela de novo, deitando-a e voltando a fazer cócegas nela sem parar.

Ela grita, gargalhando e se contorcendo.

— É melhor você nunca mais fazer isso — digo, sorrindo.

Então paro de fazer cócegas nela, olhando-a enquanto ela ria. Nós nos olhamos, os dois sorrindo. Eu me sentia aliviado e, quando olhei para sua boca, só tive vontade de beijá-la. Então me aproximei e a beijei.

Por causa da porra de uma brincadeira idiota por um segundo achei que havia a perdido para outro cara.

ミ★ 𝘐𝘮𝘢𝘨𝘪𝘯𝘦𝘴 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻 ★彡Onde histórias criam vida. Descubra agora