Você vai vir aqui, ou tenho que ir te buscar aí?

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Baek Seungjo


Caminho o mais rápido que posso para o mais longe possível daquele restaurante, daquelas pessoas e dela. Minha cabeça começa a girar em um turbilhão de pensamentos que me deixam confuso e bastante frustrado (?!). Balanço a cabeça como se isso fosse afastar os pensamentos da cena que acabei de presenciar. A final, porque eu estou sequer pensando nela e nele?

Assim que chego no ponto de ônibus, fico olhando distraído para frente até que duas pessoas param ali, então reparo que é um casal. Por sorte, o ônibus não demora a chegar, mas assim que arrumo um lugar para me sentar me lembro novamente deles dois escorados no carro dela em um momento bastante íntimo e depois... o beijo. Patético. Típico de um conquistador barato, e ela está caindo feito um pato na lábia dele.

Olho para o céu escuro e respiro fundo tentando esquecer tudo, simplesmente tudo. Porque essa garota tinha que voltar e ficar na minha casa? Porque todos gostam dela? Porque ela tinha que ser tão fodidamente sexy? Depois desse último pensamento, recordo-me do incidente em que a blusa dela ficou transparente e em como foi difícil dormir naquela noite sem pensar em nada que não envolvesse sexo. Acabo dando um gemido de frustração por continuar pensando nela e atraio atenção de um homem magro e com vestes bem gastas que está sentado ao meu lado, me viro para ele com a sobrancelha erguida e ele diz:

— Problemas com a sua garota? — pergunta ele ainda lendo seu jornal. Fico encarando-o sem reação e então após longos segundos ele me encara e ergue a sobrancelha e continua: — Você é surdo garoto? Te fiz uma pergunta. — diz ele como se estivesse falando com uma criança.

— Ela não é minha garota. — é a única coisa que consigo falar.

— Que chato, hein? Pelas caretas que você estava fazendo, achei que sim. — diz ele e volta a ler seu jornal. Continuo o encarando e quando penso em falar algo, ele fala comigo novamente:

— Se ela não é sua garota, porque continua fazendo essas caras e bocas e agindo como se fosse matar alguém? — pergunta ele me encarando diretamente.

— Vontade não falta. — respondo e me encosto na cadeira. Não que ele percebeu o meu dilema interno.

— Então a garota fez algo errado? — pergunta ele mais interessado.

— Sim! Quer dizer... não. É complicado. — respondo passando as mãos nos meus cabelos e bagunçando-os um pouco.

— Descomplica então. Ela é SUA garota ou não, afinal? — olho para ele e fico em quieto por alguns segundos antes de responder.

— Não. — respondo olhando para qualquer outro lugar que não seja ele.

— Mas você quer que seja, estou certo? — pergunta ele com uma sobrancelha erguida. Não porque, mas sinto como se ele quisesse me pegar mentindo para ele.

— Não! Quer dizer... ela mora comigo, nos conhecemos desde pequenos, e da última vez que ela nos visitou ela se declarou para mim, mas eu a humilhei, sem contar que o pai dela provavelmente me odeia, então... Algumas semanas atrás eu a beijei, entende? Eu não entendo o que aconteceu e ela age como se nada tivesse acontecido, nada! Eu passei uma noite inteira velando o sono dela porque ela tem pesadelos com o acidente que acabou matando sua avó, mas como sempre eu ferrei com tudo. E agora, um chefezinho de merda está caindo matando em cima dela e ela... está deixando. E eu não tenho nada com isso. Mas mesmo assim eu não consigo deixar de me sentir furioso com isso, com ela, com ele! Eu sinto que eu vou explodir. Eu sinto várias coisas de uma vez só e isso... me assusta por que eu não tenha nada haver com a vida dela. — digo tudo muito rápido, nem tenho certeza se ele entendeu uma palavra do que eu disse, quando termino me arrependo por ter praticamente exposto minha vida para um estranho.

Till I Found YouOnde histórias criam vida. Descubra agora