Acordei, encarei o teto branco do meu quarto, olhei para o lado e vi Vini, ele estava sentado no chão com a cabeça encostada na cama, ele estava com os olhos, sentei na cama, Vini abriu os olhos e me encarou. Ele soltou o ar aliviado e me abraçou.
- Ainda bem que você esta bem - disse ele, me abraçando forte.
- Vini, eu não consigo respira - disse rindo.
- Desculpa - disse ele me soltando.
- Vini não conta nada pros meus pais - disse - Nada, eu não sei o que ele vão fazer se descobrirem que eu faço isso.
- Me conta - disse ele - Porque você faz isso?
- Eu comecei a fazer isso com quatorze anos, porque um menino me humilhou na frente da escola inteira, então eu corri para o banheiro e coloquei o dedo na boca e vomitei. E comecei a fazer isso toda vez que eu me sinto mal, tipo na escola quando Isa jogou o suco em mim, hoje e em outros momentos.
- Mel você não pode fazer isso - disse Vini - Isso trás prejuízo a sua saúde.
- Eu sei - disse, comecei a chorar - Vini eu te imploro, não conta nada para os meus pais.
- Ta! Eu não conto nada pro seus pais, mas você tem que me promete que nunca mais vai fazer isso.
- Prometo - disse.
Abracei ele.
- Vamos comer alguma coisa - disse Vini - Você esta com estomago vazio e ainda ta pálida.
- Ta.
Descemos a escada e fomos para a cozinha, Vini fez um sanduiche pra mim, e colocou um pouco de suco no copo. Depois de comer fomos pra sala e colocamos um filme de terror.
- Mel se você não tirar o rosto do meu ombro você não vai ver o filme.
- Nada a ver - disse com o voz abafada por esta com a cara enterrada no ombro dele.
- Vai me dizer que tem medo de filme de terror - disse ele dando risada.
- Não tenho - gritei para sair com a voz normal.
- Tem sim - disse ele.
Tirei o rosto do ombro dele e olhei para a TV, mas logo me arrependi, dentei no sofá e coloquei a cabeça no colo de Vini, fiquei encarando o teto. Vini deu risada.
- Nossos pais estão demorando - disse.
- Verdade você ligar pra eles - disse Vini, ele foi se levantar, mas segurei-o. - Que foi?
- Nada - disse.
Vini levantou e ligo para o pai, depois de alguns minutos ele voltou.
- Eles estão chegando - disse ele se sentando, coloquei a cabeça em seu colo. - Eles pegaram transito.
- Ta bom - disse.
Meus pais chegaram eram nove e meia da noite, jantei, tomei banho e fui dormi.
Acordei com um trovão. Olhei pelo quarto estava tudo escuro, fiquei com medo por causa do filme, outro trovão. Peguei meu travesseiro, levantei e fui para o quarto de Vini, bati na porta dele. Depois de alguns instantes ele abriu, ela tava só de calça de moletom e seu cabelo estava bagunçado. Meu deus que abdômen.
Ele me encarou confuso.
- O que você esta fazendo aqui? - perguntou - É meia noite e meia.
- Eu to com medo.
- E o que eu tenho a ver com isso - disse ele - Eu to com sono.
- Deixa eu dormi com vo...
Antes que eu pudesse terminar, outro trovão ecoou pelo ar, apertei mais o travesseiro.
- Vai-me dizer que tem medo de trovão - disse ele.
- Tenho e pra piorar to com medo daquele filme - disse. - Deixa eu dormi com você, por favor.
- Ta, entra.
Entrei e esperei ele fechar a porta. Ele se deitou do lado direito, fiquei encarando ele.
- Não vai deitar? - perguntou.
Deitei e fiquei encarando o teto, outro trovão ecoou. Passei o braço em torno de Vini e coloquei minha cabeça em seu peito, Vini deu risada, o soltei e fiz careta.
- Medrosa - disse ele.
- Para - disse. - Não tem graça, eu tenho medo.
- Vem cá.
Ele me puxou, fazendo com que eu colocasse minha cabeça em seu peito, ele começou a mexer no meu cabelo fazendo com que eu caísse no sono logo.
Acordei com a luz do sol no meu rosto. Anda estava com a cabeça no peito de Vini, ele já estava acordado e mexendo no meu cabelo, olhei para ele.
- Desde quando você ta acordado? - perguntei.
- Faz uns dez minutos - disse ele.
- Porque não levantou? - perguntei.
- Não queria te acordar - disse ele. - Vamos tomar café e se arrumar para a escola.
- Vamos
Chegamos na escola de longe vi Carlos, quando ele me viu veio em minha direção, segurei no braço de Vini, ele me encarou e colocou o braço em torno de mim.
- Fica calma - disse ele.
- Mel, meu amor...
Antes de Carlos vim me abraçar Vini colocou a mão na frente.
- Qual é? - perguntou Carlos.
- Eu...
- Vini - o chamei - Eu falo. Carlos eu vi o que aconteceu ontem entre você e a Isa, não precisa se explicar, é melhor irmos Vini.
Passamos por Carlos e entramos na escola.
Algumas meninas ficaram me encarando, larguei de Vini e fui para o meu armário. Mari veio ate mim.
- Oi - disse ela me abraçando.
- Oi.
- Vamos pro shopping hoje?
- Vamos sim.
Entrei na sala e sentei no meu lugar.
Cheguei em casa.
- Entra Mari - disse - Eu só vou trocar de roupa.
- Filha - disse minha mãe.
- Oi.
- Eu e seu pai achamos uma casa, é nessa rua mesmo.
- Serio? Quando vamos nos mudar?
- Vamos comprar o que resta hoje - disse ela - Alguns moveis já estão lá e depois arrume as suas malas, porque vamos amanha pra lá.
- Ta. Mãe posso ir ao shopping com a Mari?
-Se o Vini for - disse ela.
- O que? Por que só se ele for? - perguntei. - Mãe é coisa de menina.
- To brincando - disse ela se sentando no sofá - Pode ir.
Subi a escada correndo, troquei de roupa e fomos para o shopping.
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Garoto Errado
Novela JuvenilDepois de alguns anos Josh e Lissa se casaram e tiveram um filha chamada Melissa. Hanna e Chris também se casaram e tiveram um filho chamado Vini. Apos acabar a escola Lissa e Josh se mudaram por causo do trabalho, mas depois resolveram voltar pra...