Capítulo 4

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Acordei, encarei o teto branco do meu quarto, olhei para o lado e vi Vini, ele estava sentado no chão com a cabeça encostada na cama, ele estava com os olhos, sentei na cama, Vini abriu os olhos e me encarou. Ele soltou o ar aliviado e me abraçou.

- Ainda bem que você esta bem - disse ele, me abraçando forte.

- Vini, eu não consigo respira - disse rindo.

- Desculpa - disse ele me soltando.

- Vini não conta nada pros meus pais - disse - Nada, eu não sei o que ele vão fazer se descobrirem que eu faço isso.

- Me conta - disse ele - Porque você faz isso?

- Eu comecei a fazer isso com quatorze anos, porque um menino me humilhou na frente da escola inteira, então eu corri para o banheiro e coloquei o dedo na boca e vomitei. E comecei a fazer isso toda vez que eu me sinto mal, tipo na escola quando Isa jogou o suco em mim, hoje e em outros momentos.

- Mel você não pode fazer isso - disse Vini - Isso trás prejuízo a sua saúde.

- Eu sei - disse, comecei a chorar - Vini eu te imploro, não conta nada para os meus pais.

- Ta! Eu não conto nada pro seus pais, mas você tem que me promete que nunca mais vai fazer isso.

- Prometo - disse.

Abracei ele.

- Vamos comer alguma coisa - disse Vini - Você esta com estomago vazio e ainda ta pálida.

- Ta.

Descemos a escada e fomos para a cozinha, Vini fez um sanduiche pra mim, e colocou um pouco de suco no copo. Depois de comer fomos pra sala e colocamos um filme de terror.

- Mel se você não tirar o rosto do meu ombro você não vai ver o filme.

- Nada a ver - disse com o voz abafada por esta com a cara enterrada no ombro dele.

- Vai me dizer que tem medo de filme de terror - disse ele dando risada.

- Não tenho - gritei para sair com a voz normal.

- Tem sim - disse ele.

Tirei o rosto do ombro dele e olhei para a TV, mas logo me arrependi, dentei no sofá e coloquei a cabeça no colo de Vini, fiquei encarando o teto. Vini deu risada.

- Nossos pais estão demorando - disse.

- Verdade você ligar pra eles - disse Vini, ele foi se levantar, mas segurei-o. - Que foi?

- Nada - disse.

Vini levantou e ligo para o pai, depois de alguns minutos ele voltou.

- Eles estão chegando - disse ele se sentando, coloquei a cabeça em seu colo. - Eles pegaram transito.

- Ta bom - disse.

Meus pais chegaram eram nove e meia da noite, jantei, tomei banho e fui dormi.

Acordei com um trovão. Olhei pelo quarto estava tudo escuro, fiquei com medo por causa do filme, outro trovão. Peguei meu travesseiro, levantei e fui para o quarto de Vini, bati na porta dele. Depois de alguns instantes ele abriu, ela tava só de calça de moletom e seu cabelo estava bagunçado. Meu deus que abdômen.

Ele me encarou confuso.

- O que você esta fazendo aqui? - perguntou - É meia noite e meia.

- Eu to com medo.

- E o que eu tenho a ver com isso - disse ele - Eu to com sono.

- Deixa eu dormi com vo...

Antes que eu pudesse terminar, outro trovão ecoou pelo ar, apertei mais o travesseiro.

- Vai-me dizer que tem medo de trovão - disse ele.

- Tenho e pra piorar to com medo daquele filme - disse. - Deixa eu dormi com você, por favor.

- Ta, entra.

Entrei e esperei ele fechar a porta. Ele se deitou do lado direito, fiquei encarando ele.

- Não vai deitar? - perguntou.

Deitei e fiquei encarando o teto, outro trovão ecoou. Passei o braço em torno de Vini e coloquei minha cabeça em seu peito, Vini deu risada, o soltei e fiz careta.

- Medrosa - disse ele.

- Para - disse. - Não tem graça, eu tenho medo.

- Vem cá.

Ele me puxou, fazendo com que eu colocasse minha cabeça em seu peito, ele começou a mexer no meu cabelo fazendo com que eu caísse no sono logo.

Acordei com a luz do sol no meu rosto. Anda estava com a cabeça no peito de Vini, ele já estava acordado e mexendo no meu cabelo, olhei para ele.

- Desde quando você ta acordado? - perguntei.

- Faz uns dez minutos - disse ele.

- Porque não levantou? - perguntei.

- Não queria te acordar - disse ele. - Vamos tomar café e se arrumar para a escola.

- Vamos

Chegamos na escola de longe vi Carlos, quando ele me viu veio em minha direção, segurei no braço de Vini, ele me encarou e colocou o braço em torno de mim.

- Fica calma - disse ele.

- Mel, meu amor...

Antes de Carlos vim me abraçar Vini colocou a mão na frente.

- Qual é? - perguntou Carlos.

- Eu...

- Vini - o chamei - Eu falo. Carlos eu vi o que aconteceu ontem entre você e a Isa, não precisa se explicar, é melhor irmos Vini.

Passamos por Carlos e entramos na escola.

Algumas meninas ficaram me encarando, larguei de Vini e fui para o meu armário. Mari veio ate mim.

- Oi - disse ela me abraçando.

- Oi.

- Vamos pro shopping hoje?

- Vamos sim.

Entrei na sala e sentei no meu lugar.

Cheguei em casa.

- Entra Mari - disse - Eu só vou trocar de roupa.

- Filha - disse minha mãe.

- Oi.

- Eu e seu pai achamos uma casa, é nessa rua mesmo.

- Serio? Quando vamos nos mudar?

- Vamos comprar o que resta hoje - disse ela - Alguns moveis já estão lá e depois arrume as suas malas, porque vamos amanha pra lá.

- Ta. Mãe posso ir ao shopping com a Mari?

-Se o Vini for - disse ela.

- O que? Por que só se ele for? - perguntei. - Mãe é coisa de menina.

- To brincando - disse ela se sentando no sofá - Pode ir.

Subi a escada correndo, troquei de roupa e fomos para o shopping.

Garoto ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora