- Tinha que ser o Vitor, é sempre ele... - Ashley tem razão. Desde que sua mãe morreu e ele virou órfão, ele ficou com muita raiva, e então, desconta ela nos outros. Mas antes ele era um garoto muito legal. Tem cabelos pretos e olhos escuros. Agora ele é tipo um "valentão". Quando comecei a me virar sozinha, aos doze anos , eu comecei a vender algumas pinturas minhas, sim, eu pintava e desenhava muito bem. Com o dinheiro, eu comprava alimentos e água, mas quando eu voltava pra casa Vitor sempre roubava as coisas de mim. Às vezes ou eu ia mais cedo pro mercadinho ou eu corria bem rápido pra ele não me roubar.
Eu lembro de um dia, inesquecível, em que eu estava me reabastecendo, eu estava cheia de sacolas e não conseguia correr. Ele chegou, me empurrou e disse: "Vai pedir dinheiro pros seus pais". Com as sacolas já no chão, eu me irritei tanto que acabei socando e batendo muito nele. Ele conseguiu escapar e correr, tinha ido em cima de uma casinha. Eu corri atrás dele e o derrubei da casa. Imagine três geladeiras empilhadas... E é a geladeira das grandes. E o resultado foi... Um braço quebrado. Portanto, eu consegui engordar.
Eu queria muito ter essa coragem que eu tive nesse dia.
Vitor me pega olhando pra ele, e logo desvio meu olhar pra comida, na verdade, todos desviam. Ele chega do meu lado, pega minha bandeja e joga no chão.
- Vai pedir comida pros seus pais - ele ri alto, com sua "turminha" atrás.
Eu não penso duas vezes, dou um soco rápido e forte na sua cara com a mão direita, a esquerda está sendo puxada pelo Mike. Vitor cai no chão e se levanta rapidamente... Logo eu percebo que há uma roda entre nós dois.
Eu já estou preparada para dar outro soco, e ele também, mas nós somos separados por dois merendeiros gigantes ( gigantes de barriga ).
Eles levam Vitor para a "diretoria" para darem a ele alguma punição. Já eu, sento na cadeira, fecho os olhos por um segundo e respiro fundo.
- Está tudo... - Ashley pensa - bem... Eu divido minha comida com você... -
Ashley é tão carinhosa, tão amável, ela é muito amigável...- Obrigada, mas eu não estou com fome - eu falo, tentando não a deixar triste.
- Tem certeza? - Sophia coloca na minha frente, um hambúrguer gigante.
Aqui eles não fazem comidas, tipo...
"Chiques"... É apenas arroz, gosma, feijão, salada, gosma, frutas, gosma, gosma, gosma... E eles também fazem... Como que é o nome? Eu esqueci... Ah! Gosma.E é só uma prato e meio permitido por refeição. Eles controlam tudo, gordura, proteínas, calorias, acredite... TUDO. Faz muito tempo que eu não vejo um hambúrguer, portanto... Eu aceito.
- Hum... Esse hambúrguer parece delicioso... - Johnny fala, acariciando a barriga. Ele tenta pegar o hambúrguer, mas Sophia dá um tapinha na sua mão
- Ei! Esse hambúrguer é da Cat... Pare de olho gordo e coma sua comida - Sophia ri. Então ela vai embora, ver o caso do Vitor.
" Esse hamburguer é da Cat"...
Primeira vez que alguém me dá um apelido... Eu não sei porque, mas esse "Cat" me marcou...
Eu pego a faca da Ashley, do meu lado, e corto o hambúrguer em quatro.
- Se vocês contarem pra alguém, eu juro que puxo o pé de cada um de noite.
- Eu vi isso - Sophia grita, mas não olha pra gente.
- Eu vou puxar o pé de vocês - eu abro um sorriso
- Nossa que medo... - Mike diz de boca cheia, e ao falar ele meio que cospe alguns pedaços do hambúrguer. Eu pego um guardanapo e limpo sua boca. Todos nós rimos.
Em quanto eles comem, eu olho para a mesa descolada de Vitor, ele está voltando para sua mesa e quando senta, faz alguns toques com uns meninos e depois olha pra mim. Um olhar de ódio, puro ódio. Em seguida ele faz um sinal, não muito agradável. É como se uma faca estivesse passando em seu pescoço.
É, eu já sei o que isso quer dizer.
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Amigos e Irmãos #Wattys2016
Science FictionPLÁGIO É CRIME *PRIMEIRO LIVRO DA TRILOGIA* Num mundo distópico, Catherine Colds é uma menina órfã, perdeu os pais aos doze anos, durante a sexta guerra. A quinta guerra mundial foi catastrófica, mortes, tragédias... Durou seis anos. No fim, sobrara...