Depois do "animado" funeral, eu estou no meu quarto, vazio. Mas aí a Sophia entra com uma mala enorme e diz:
- Você esqueceu disso - ela aponta pra mala ao seu lado.
Eu corro e abraço Sophia, minhas lágrimas estragam sua maquiagem e suas lágrimas mancham minha blusa.
- Você está bem? - Sophia diz, soluçando. Eu assenti e coloquei minha mala vermelha em um canto do quarto.
- Eu vou falar para eles trazerem sua cama e...
- Sophia, eu te amo muito. Muito obrigada por tudo. - eu a interrompo. Você é como uma mãe pra mim.
Ela começar a chorar e me abraça.
- Eu também te amo... Filha... - ela ri. Às vezes eu sinto pena da Sophia. Ela nunca pode ter um filho, passou vinte e cinco anos tentando ter um filho. E agora ela me considera como sua filha.
Dois caras entram devagar, com um armário gigante em suas mãos. Eles o colocam no chão e saem para pegar mais coisa.
- Você pode só... Me ajudar a organizar as roupas, por favor? - eu abro um sorriso.
- Claro - ela abre um outro sorriso.
No começo, começou com um silêncio constrangedor, mas aí ru quebrei esse silêncio.
- Sophia...
- Diga.
- Você acha que pegaram todas essas mulheres de propósito?
Ela fica em silêncio.
- Pois não é possível que eles tenham confundido todas as mulheres por causa de um capuz. - eu falo.
- Olha - ela se vira pra mim - a única coisa que eu vou pedir pra você é que você confie, mas desconfie ao mesmo tempo. Você me escutou?
Eu meio que estou assustada, com os olhos abertos, eu assento e pergunto:
- Você pode me dizer o que está acontecendo? - eu digo, bem calma e desconfiada.
- Você irá descobrir. - ela termina de me ajudar a guardar as roupas e me dá um beijo suave na testa e sai.
Isso está tão estranho. Primeiro eles recrutam mais de cem mulheres, depois a mulher desconfia do meu nome, em seguida a Sophia fala pra eu desconfiar de tudo. O que está acontecendo?
- Oi - alguém bate na porta e eu vejo os cabelos loiros claros. Seven.
- Oi - eu me levanto.
- Eu sinto muito pelo seu amigo. - ela diz, com os olhos lacrimejando.
- Está tudo bem. Eu só...
- Eu sei que você não está bem. - ela me interrompe e me dá um abraço.
Eu me sinto tão aliviada, eu não estou bem, e ainda bem que ela percebeu isso. Eu preciso de algum abraço quentinho.
- Vamos, tem mais coisa sua lá em baixo.
Eu tiro minha blusa e guardo no armário. Estou com uma blusa branca. Nós descemos no elevador e, lá fora, há muitos caminhões. Um deles tem as minhas coisas. Eu vejo dois homens carregando uma caixa onde está minha cama, desmontada.
- Obrigada - eu abro um sorriso pra eles. E, automaticamente eles abrem um sorriso pra mim. Seven se separa de mim, indo ajudar uma outra garota.
Quando eu pego todas as minhas coisas e volto pra minha "casa", eu tento organizar tudo, sem atrapalhar os homens que estão montando minha cama.
Alguém bate na porta e eu vou atender.
- O que você está fazendo aqui?- eu pergunto.
- Serviço grátis durante um dia, amanhã, você que terá que montar e arrumar suas coisas. - Alex já vai entrando no meu quarto.
Ele vai direto pra minha cama, trazendo uma caixa de ferramentas consigo.
Eles ficam lá durante um tempo, e eu só fico observando. Então Alex levanta e fala.
- Pronto, você já tem aonde dormir.
- Você pode me emprestar essa caixa de ferramentas? - eu pergunto - Eu não preciso de serviço grátis.
Ele sorri e dá a caixa na minha mão.
- Então vai lá nos caminhões buscar todos seus móveis. - Alex ironiza.
Eu vejo se tem algo pra eu apertar na mesinha que já estava lá. Eu aperto uns três parafusos. Logo, coloco todas as minhas coisas em cima dela. Eu coloco um retrato que está o Mike, Ashley, Johnny e eu. Depois outro retrato, dos meus pais. Eu o acaricio, cai uma lágrima dos meus olhos.
- Oi - alguém fala do meu lado, me fazendo levar um susto. Quando eu olho, Mike.
Eu o abraço bem forte.
- Eu não posso ficar muito tempo. Só tenho quarenta minutos. - ele abre um sorriso e me mostra o seu cartão.
- Cadê a Ashley? - eu pergunto olhando para fora da porta.
- Está no orfanato, ela tá bem triste por causa do Johnny. Ela te mandou um beijo.
- Manda outro pra ela. E avisa que eu não a quero ver com depressão.
- E então... Quando você vai... - Mike olha pra trás.
- Vou o quê? - eu pergunto.
- Sabe? Fugir...
Fugir. Essa palavra ficou grudada na minha cabeça. Ele está falando sério?
- Você está louco? Eu não posso fugir! Se eles me pegarem tentando, eles me prendem!!!
Ele começa a chorar.
Eu o abraço e sussurro:
- Por favor, não me faça chorar mais.
- Bom, eu tenho que ir embora. - ele enxuga as lágrimas.
- Cuida da Ashley pra mim - eu falo.
Ele assente e vai embora.
Eu sento na cama... Tentando relaxar depois de tudo que aconteceu. Mas então o maldito homem loiro dos olhos azuis bate aquelas palmas altas de novo.
- Vocês tem meia hora para arrumar sua coisas. Depois de dar meia hora, eu quero ver todas vocês... Enfileiradas neste corredor.
- Pra quê? - uma mulher ruiva pergunta.
O homem abre um sorriso e fala...
- Hora de vocês treinarem.
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Amigos e Irmãos #Wattys2016
Science FictionPLÁGIO É CRIME *PRIMEIRO LIVRO DA TRILOGIA* Num mundo distópico, Catherine Colds é uma menina órfã, perdeu os pais aos doze anos, durante a sexta guerra. A quinta guerra mundial foi catastrófica, mortes, tragédias... Durou seis anos. No fim, sobrara...