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_Micaela_

Ter visto Amanda, minha "mãe" biológica, fez eu voltar na época que eu ainda era maltratada por ela por simplesmente não ser do jeito que ela queria, de como eu era espancada por ter um pênis entre as pernas, humilhada e xingada.

Isso tudo era quando meu pai não estava em casa, quando ele chegava, ela me tratava como se eu fosse a coisa mais boa que ela já teve na vida, como uma benção, não como a aberração que ela sempre me chamava.

Bastava meu pai dar as costas para ela começar a ser verdadeira comigo.

Quando meu pai descobriu isso, humilhou ela e deixou ela falida, tirou tudo dela, já que só o dinheiro importava para ela. Como ele descobriu? Os seguranças novos que ele contratou na época, falaram para ele e depois, mostraram as filmagens das câmeras de segurança que tinha no corredor da mansão, na cozinha e no quintal.

Nunca vi meu pai ficar com tanta raiva igual eu vi naquele dia, ele só não bateu nela porque ele respeita mulheres, ele é meu exemplo.

Quando bati meus olhos na Amanda, tive que me segurar pra não falar merda na frente da Ângela que não tinha nada haver com isso.

Depois que eu fechei a porta, Ângela, mesmo não sabendo de tudo, ficou do meu lado e me acalmou. Por isso que eu amo essa mulher, ninguém tira ela de mim.

Nem a morte é capaz de tirar ela de mim.

Hoje, como todos os sábados, vamos à casa da minha mãe, Rosalina, para jantar com eles. Não vou tocar nesse assunto, meu pai é capaz de quebrar uma parede com apenas um soco só de imaginar que ela chegou perto de mim.

Nesse momento, eu estava colocando o meu tênis todo branco all star, vestida com uma calça moletom preta e esperando Ângela me devolver minha camisa branca.

Ângela estava apenas de toalha enrolada no corpo, já tinha feito sua maquiagem e estava decidindo se ia ir de vestido ou de calça. Ela tinha pego minha camisa para passar no ferro de passar roupas.

Eu só estava esperando. Aliás, ela que escolheu minha roupa de hoje.

— Amor, vamos — Digo, vou até ela que estava no closet.

— Calma, Micaela. Eu ainda não acabei de me arrumar — Ela diz — Veste essa camisa e vai me esperar na sala, você já tá me irritando quando me apressa assim — Ela joga a camisa no meu peito e sai do closet.

Resmungo e visto a camisa, passo o perfume, desodorante, coloco minha correntinha prateada e depois saio do quarto para não apanhar.

Pego minhas chaves e a carteira na cozinha, coloco no bolso e fico esperando a irritadinha sair do quarto.

Uns minutos depois, ela desce a escada como se estivesse entrando em um baile de gala, sua roupa era um vestido preto justo que pega até sua coxa, e um salto branco de amarras até na sua panturrilha.

Uma verdadeira deusa.

— Não podemos ficar em casa, não? — Pergunto e vou até ela, cheiro seu pescoço — Cheirosa.

Ela solta uma risadinha.

— Claro que não, prometi para sua mãe que íamos sempre jantar na casa dela todos os sábados — Diz, ela rodeia meu pescoço com os seus braços.

𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫𝐚 (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora