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_Micaela_

Porra, se eu soubesse que teria mais de três olheiros nas arquibancadas, teria treinado mais, não só meu jeito de jogar, mas como meu jeito de manter a calma dentro da quadra sobre pressão.

Ângela me ajudou bastante nesses três últimos dias de descanso, além de me acalmar com seu belo e doce chá, me manteve consciente para não surtar na hora H como agora.

Deu para sentir que meu time estava em um clima tenso, nervoso e totalmente apressado para as coisas saírem bem. Eu, como capitã do time, tinha que manter todos focados, calmos e conscientes também.

No basquete, não é sua habilidade de manter a bola na mão ou de se esquivar do time adversário. No basquete, você tem que manter a calma para dar um passe para seu parceiro, mas também não pode ficar lerdo e nem lento.

Mas acima de tudo, manter a calma para sair bem, incentivar seus parceiros e manter o foco sem distrações, na quadra, e você com seu time e treinador, não tem essa de ficar olhando para as arquibancadas a todo minuto ou para as líderes de torcida balançando sua bunda enquanto nós incentiva.

Foco, calma e parceria entre o seu time e você. Você deve confiar nos seus parceiros e nunca duvidar deles e nem de você.

Mas o capitão tem a responsabilidade maior, ele é o exemplo e a força do time, ele é a mente, tirando o treinador, para manter seu time ativo, vivo, calmo, paciente e focado, deve acreditar no seu time acima das duas habilidades.

O que adianta ter habilidades boas sem confiança naqueles que podem te ajudar a completar elas?

Driblar, desviar, quicar a bola, passe e fazer cesta tem que ser com a ajuda do seu time, capitão é a mente, co-capitão é os braços e o resto é o corpo e as pernas.

Nesse momento antes do jogo começar seus 4 tempos, eu estava incentivando meu time a manter o foco e a calma. Mesmo que a gente não saia daqui sem a vitória, devemos manter a cabeça erguida e saber que lá na frente vai ter de novo e de novo.

Faltavam apenas 25 minutos para o primeiro tempo começar, eu estava nervosa pra caralho, mas não podia deixar isso aparecer.

O treinador falava das instruções de cada jogador, onde eles iriam ficar e como contra-atacar. Minha instruções que ele me passou era tentar fazer algumas cestas de três, mas nunca me arriscar enterrar a bola na cesta.

Eu posso ser a capitã, mas tenho os meus defeitos. Pular alto para enterrar era, com todo a certeza, arriscado para a minha perna direita, por isso, Henrique era minha "sombra" na quadra e eu a dele.

Já faltando 3 minutos para o primeiro, eu me aproximo do meu time depois de perceber algo no time adversário.

— Chegam aqui — Chamo eles que logo fazendo uma rodinha atrás de mim — Em hipótese nenhuma caíam no joguinho deles, mantenho o foco e a calma — Falo isso diretamente para o Henrique — Não escutem eles e nem se deixem cair nas provocações, eu quero que vocês mostrem para eles os monstros que nós somos dentro da quadra, escutem o treinador sempre e foco nessa porra. Se a gente não conseguir vencer, pelo menos, perdemos dando tudo de nós na quadra. Confia em si e no seu time, somos uma equipe, entenderam? — Falo alto para eles ouvir, eles respondem sim — Eu não ouvi, porra — Digo alto, meu time grita "Sim, capitã" e dão um soco suave uns nós outros.

𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫𝐚 (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora