(capítulo 4) O Crawl-A-See-Um

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(Todd narrando)

A viagem de família em que o nosso pesadelo começou devia ser uma comemoração. No inicio de março de 2003 , eu havia programado viajar para Greely, Colorado, para uma reunião de diretoria da igreja Wesleyana. Desde o mês de agosto anterior , nossa família havia passado por um periodo de turbulência: sete meses de enfermidades e lesões sucessivas, que incluíram uma perna quebrada , duas cirurgias e uma ameaça de câncer, as quais , combinadas, esgotaram a nossa conta bancária a ponto de eu quase chegar a ouvir o barulho de um ralo quando as contas chegavam pelo correio. O meu pequeno salário de pastor não havia sido afetado , mas o nosso suporte financeiro era o negócio de portas de garagem que possuímos. As nossas provações com a saúde havia causado um grando estrago.
Por volta de fevereiro, porém, parecíamos ter superado aquilo tudo. Como eu tinha que viajar de qualquer forma, decidimos transformar a viagem de trabalho em um tipo de marco na nossa vida em família: um tempo para nos divertimos um pouco , para revigorar nossa mente e nossa espírito, e para começarmos a seguir em frente outra vez com a esperança renovada.
Sonja ouviu falar de um lugar legal para as crianças visitarem fora de Denver , chamado Butterfly Pavilion [Pavilhão das Borboletas]. Anunciado como um "zoológico de animais invertebrados" , o Butterfly Pavilion foi aberto em 1995 como um projeto educacional que ensinaria as pessoas sobre as maravilhas dos insetos e das criaturas marinhas que vivem nas poças residuais das marés.
Atualmente , as crianças são recebidas do lado de fora do zoo por uma enorme escultura de metal colorido de um louva-a-deus. Mas em 2003 , o inseto gigante ainda não estava em seu lugar , de modo que o prédio baixo de tijolos que ficava a cerca de quinze minutos do centro de Denver não tinha nenhum apelo para crianças do lado de fora. Mas lá dentro, um mundo das maravilhas as aguardavas , prijcipalmente para as crianças da idade de Colton de Cassie.
O primeiro lugar onde paramos foi o "Crawl-A-See-Um" , uma sala cheia de terrários repletos de criaturas rastejantes , desde besouros e batatas ate aranhas.
Um deles , a torre da tarântula, atraiu Cassie e Colton como um imã. Esse monte de terrários era , exatamente como anunciado , uma torre de ambientes com envidraçados contendo aquelas aranhas de pernas grossas e peludas que ou nos facinam ou nos dão calafrios.
Cassie e Colton se revezaram para subir em um banquete dobrável de três degraus a fim de dar uma olhada nos moradores dos andares superiores da torre da tarântula. Em um terrário, uma tarântula loura mexicana estava agachada em um canto , com seu exoesqueleto coberto com o que o letreiro descrevia como cabelos de uma "adorável" cor clara. Outro ambiente continha uma tarântula-esqueleto " , assim chamada porque suas pernas pretas eram segmentadas com faixas brancas , de tal forma que a aranha parecia um pouco com raios × ao contrário. Mais tarde , ouvimos falar que essa aranha-esqueleto específica era um pouco rebelde: certa vez , ela havia de alguma forma conseguido fugir, invadindo o ambiente ao lado , e comeu sua vizinha no almoço.
Enquanto Colton subia na banqueta para ver como era a tarântula vilã, ele olhou para mim com um sorriso que mecaqueceu. Eu podia sentir os músculos do meu pescoço começarem a relaxar e , de algum modo , uma válvula de pressão dentro de mim foi liberada , no que foi equivalente emocionalmente a um longo suspiro . Pela primeira vez em meses, eu sentia que podia simplesmente desfrutar da minha família.
- Uau , veja aquela ali! - disse Cassie, apontando para um dos terrários. Uma menina de seis anos levemente desengonçada , minha filha era esperta como um sagui , um traço que ela havia ganhado de sua mãe. Cassie estava apontando para o letreiro , que dizia: " Golias, o comedor de pássaros... as fêmeas podem passar de 27 centímetros. "
A aranha desse tanque tinha apenas 15 centímetros, mas o seu corpo era tão grosso quanto o pulso de Colton. Ele olhou pelo vidro com os olhos bem abertos. Olhei e vi Sonja franzir o nariz.
Creio que um dos voluntários que guardavam o local viram a expressão dela , tambem, porque ele veio rapidamente em defesa do comedor de pássaros.
- O Golias vem da América do sul - disse ele com um tom agradável e educativo que sugeria: Elas não são tão nojentas quanto você pensa. - As tarântulas da América do Norte e do Sul são muito dóceis. Você pode segurar uma bem ali - Ele apontou para onde outro funcionário estava segurando uma tarântula menor na palma da mão para que um grupo de crianças pudesse dar uma olhada mais perto.
Cassie aventurou-se a atravessar a sala para ver o motivo de toda aquela agitação, e Sonja , Colton e eu fomos logo atrás. Em um canto da sala com uma decoração, que imitava uma cabana de bambu, o funcionário estava exibindo a estrela do Crawl-A-See-Um: A aranha Rosie, uma tarântula de pelos cor de rosa da America do Sul. Rosie era uma aracnídeo com um corpo do tamanho de uma ameixa e pernas de 15 centímetros, grossas como lápis. Mas a melhor coisa com relação a Rosie do ponto de vista de uma criança era que , se você tivesse coragem de segura-la , mesmo que só por um instante , o funcionário lhe dava um adesivo.
Ora, se você tem filhos, sabe que há momentos em que elas preferem um bom adesivo a um punhado de dinheiro.
E este adesivo era especial: era branco com a imagem de uma tarântula em amarelo, dizendo: "Eu segurei a Rosie!" Aquele não era um adesivo qualquer , era uma medalha de bravura!
Cassie se abaixou na direção do funcionário. Colton olhou para mim , com os olhos azuis muito abertos: - Posso ganhar um adesivo ,papai? - perguntou Colton.
- Você vai ter de pegar a Rosie para ganhar um adesivo , filho.
Naquela idade , Colton tinha aquele jeitinho preciso de falar , aquela curiosidade meio séria e meio ofegante das crianças. Ele era um garotinho esperto e engraçado com um jeito de olhar a vida em preto e branco: ou uma coisa era divertida (LEGOs) ou não era (Barbies). Ou ele gostava de comida (Bifes) ou detestava (ervilhas).
Havia os mocinhos e os bandidos , e os brinquedos favoritos dele eram os personagens mocinhos. Os super-heróis eram especiais para colton. Ele levava o seu Homem-Aranha , o Batman e o Buzz Lightyear para todo lugar aonde ia. Assim, quer estivessecno banco de trás da caminhonete, em uma sala de espera ou no chão da igreja , ele ainda podia criar cenas em que os mocinhos salvavam o mundo. Isso costumava incluir espadas , a arma favorita de Colton para banir o mal. Em casa, ele podia ser o super-herói. Eu costumava entrar em casa e encontrar Colton armando até os dentes , com uma espada de brinquedo enfiada de cada lado do cinto e uma em cada mão: "Estou brincando de zorro , papai ! quer brincar? "
Agora colton voltou o olhar para a aranha na mão do guardador , e me pareceu que ele desejava ter uma espada bem ali , pelo menos para lhe dar apoio moral. Tentei imaginar o quanto a aranha devia parecer enorme para um garotinho , que não tinha nem 1,20 metro de altura. Nosso filho era mesmo um menino - uma criança agitada qua havia tido contato pessoal com muitas formigas e besouros e outras criaturas rastejantes. Mas nenhuma dessas criaturas rastejantes era tão grande quando o rosto dele nem tinha cabelos quase tão longos quanto os dele.
Cassie se esticou e sorriu para sonja.
- Eu vou segura-la mamãe. Posso pegar a Rosie?
- Está bem, mas você tem de esperar a sua vez - disse sonja.
Cassie entrou na fila atrás de duas outras crianças. Os olhos de Colton não desgrudavam de Rosie enquanto um menino e depois uma menina seguraram a enorme aranha e o guardador entregou os cobiçados adesivos. Em uminstante , chegou a vez de cassie. Colton se abraçou às mi has pernas , perto o bastante para ver a irmã, mas tentando se agarrar ao mesmo tempo , apertando o corpo contra os meu joelhos. Cassie estendeu a palma da mão , e todos vimos quando Rosie levantouumapata peluda de uma vez e atravessou a ponte da mão do funcionario para a mão decassie, e depois voltou à mão dele.
- Você conseguiu! - disse o funcionário, enquanto sonja e eu aplaudiamos e aclamaávamos.
- Muito bem!
Então o funcionario ficou de pé, tirou um adesivo branco e amarelo de um grande rolo e o entregoua cassie.
Isto , naturalmente , piorou as coisas para colton , cuja irmã havia roubado a cena , e que agora era também a unica criança da nossa família sem um adesivo.
Ele olhou com desejo novamente para Rosie , e pude vê-lo tentando dominar o seu medo. Finalmente , ele aoertou os lábios, afastou o olhar de Rosie , e olhos novamente para mim.
- Não quero segurá-la.
- Tudo bem - disse eu.
- Mas posso ganhar um adesivo?
- Não, a unica maneira de ganhar um adesivo é segurando a Rosie.
Cassie conseguiu. Você pode conseguir se quiser. Quer tentar ? Só por um segundo?
Colton olhou novamente lara a aranha, e depois para sua irmã, e eu pude ver círculos girando por trás de seus olhos: Cassie conseguiu. Ela não foi mordida.
Estão ele sacudiu a cabeça com firmeza: Não, mas euainda quero um adesivo!. - insistiu.
Naquela época, faltavam dois mesespara colton completar quatro anos - e ele era muito determinado em manter sua posição.
- A única maneira de você conseguir um adesivo é pegando a Rosie - disse sonja. - Tem certeza de que não quer pega-la?
Colton respondeu agarrando a mão de sonja e tentando empurra-la para longe do funcionário.
- Não, quero ir ver a estrela do mar.
- Tem certeza? - perguntou sonja.
Com uma sacudida de cabeça vigorosa, colton andou em direção à porta do Crawl-A-See-Um.

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