Katy Ferraro carrega um passado sombrio e perturbador, forçada a se reinventar na vibrante e caótica Miami como uma garota de programa. Quando seu primeiro cliente chega, ela mal imagina que está prestes a se envolver com um homem que pode ser sua s...
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Após me deixar plantada como uma idiota no meio da cozinha, voltei para o quarto e me joguei na cama novamente. O peso de tudo estava me esmagando. Revirei na cabeça a situação que me trouxe até ali, um abismo que parecia cada vez mais impossível de sair. Meus pais... o quanto eles cuidaram de mim... o que diriam se vissem o desastre que minha vida se tornou? Minha mente gira em torno dessas lembranças, enquanto uma onda sufocante de culpa e desespero aperta meu peito.
Por quanto tempo eu poderia aguentar isso? Faz uma semana que estou trancada nesse inferno, sem notícias de Jess, sem dar sinal de vida no curso... Parece que minha existência parou no tempo. Uma pausa interminável, enquanto o mundo continua girando lá fora, sem mim.
Solto uma risada amarga e solitária, quase com desprezo de mim mesma.
— Quem sentiria minha falta? — murmuro, me encolhendo na cama.
Os pensamentos me dominam e o tempo parece se arrastar, o silêncio do quarto só aumenta a opressão do que estou sentindo. Mas então, o barulho do trinco da porta me arranca do torpor, fazendo meu corpo enrijecer instantaneamente. Meu coração acelera. Fecho os olhos rapidamente, fingindo estar dormindo, enquanto ouço o som dos passos se aproximando. Cada passo é mais pesado, mais ameaçador. Há algo de errado. Sinto isso antes mesmo de vê-lo.
— Eu sei que você não está dormindo. — A voz de Aleksios corta o ar como uma lâmina. Grossa, autoritária, carregada de uma frieza que faz minha pele arrepiar.
Relutante, abro os olhos e me viro na cama, enfrentando-o. E então, o choque. Suas roupas estão manchadas de sangue. Um arrepio gélido percorre minha espinha e minha garganta seca. Não era o Aleksios que eu conhecia, não esse. O homem à minha frente é uma sombra mais sombria, mais perigosa.
— Estou tão assustador assim, pequena provocadora? — Ele arqueia uma sobrancelha, um meio sorriso irônico desenha seus lábios, mas seus olhos... Deus, seus olhos.
Eles estão mortos. Vazio de qualquer emoção humana. O ar entre nós está denso, sufocante, como se o perigo estivesse prestes a se materializar a qualquer instante.
— Você... você matou alguém. — Minha voz mal sai, um fio de som perdido no abismo que se abriu entre nós.
O azul de seus olhos, que costumava ser tão hipnotizante, agora se transforma em algo inumano, predatório. Não há nada além de uma escuridão abissal, fria, cruel. Sinto o peso de sua presença como se fosse uma pressão física me esmagando.
— Que perspicaz, Katy. — Sua voz sai arrastada, quase debochada. — Você tem um ótimo palpite.
Ele está brincando comigo, jogando palavras como se fossem facas afiadas. A raiva dentro de mim, mas sei que qualquer explosão minha não será páreo para o furacão que Aleksios carrega por dentro. Ele se aproxima lentamente, as mãos relaxadas nos bolsos, cada movimento seu calculado, controlado. Sua frustração pulsa no ar ao redor dele, quase tangível.