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O rooftop está cheio, mas eu só consigo enxergar ele. Kio está encostado no parapeito, a cidade iluminada atrás dele, como se o mundo continuasse girando enquanto eu fico presa nesse momento. Enquanto fico presa nele.
Eu deveria ter ido embora quando o vi chegar. Deveria ter pegado minha jaqueta, descido as escadas e deixado essa noite para trás. Mas aqui estou eu, segurando um copo quase vazio, sentindo o gosto amargo do álcool e das palavras que quero dizer.
— Você ainda me deve uma resposta.
Minha voz soa mais forte do que eu esperava, mas por dentro, meu peito está em guerra.
Kio ergue uma sobrancelha, aquele meio sorriso que um dia me desarmava agora só me irrita.
— Sobre o quê?
Eu rio, mas não tem nada de engraçado nisso. Balanço a cabeça, apertando o copo nas mãos.
— O que você fez com os beijos que te dei?
Por um segundo, ele não diz nada. O vento passa entre nós, bagunçando seu cabelo, e eu odeio que ainda me lembre do toque dele entre meus dedos.
Kio desvia o olhar para a cidade abaixo. Quando fala, sua voz é baixa, mas eu ouço cada palavra como um soco.
— Eu os guardei... Em um lugar onde eu não consigo mais alcançar.
Meu coração aperta. Eu queria que ele dissesse que os jogou fora. Que nunca significaram nada. Que me esqueceu. Seria mais fácil odiá-lo assim. Mas Kio sempre teve o dom de tornar tudo mais difícil.
Engulo em seco e encaro ele nos olhos.
— Você não tinha que ter guardado nada, Kio.
Ele ri, mas não há humor nisso. Seus olhos, sempre tão intensos, me atravessam.
— E você não tinha que ter me feito acreditar que era certo amar você.
A dor chega de um jeito diferente dessa vez. Não é um impacto, mas um peso que se espalha devagar, sufocando qualquer resposta que eu poderia ter.
A música ao fundo fala de promessas quebradas. De amores que ficaram na memória. Eu fecho os olhos por um instante, tentando afastar as lembranças, mas elas estão todas ali.
Quando os abro, Kio ainda me olha. E eu percebo que talvez nunca tenha existido uma resposta certa para nós dois.
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