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Pov'S S/N Morrison.
A chuva caía pesada, escorrendo pelas janelas como lágrimas que S/N já não tinha forças para derramar. O relógio na parede marcava quase meia-noite, mas o tempo parecia não ter mais significado. Ela estava sentada na ponta da cama, observando as malas prontas ao seu lado, sentindo o peso do que estava prestes a fazer esmagar seu peito.
No berço ao lado, sua filha dormia profundamente, as pequenas mãos fechadas em punhos suaves, a respiração tranquila. No outro quarto, seu filho também descansava, alheio à tempestade que rugia dentro da mãe.
S/N passou a mão pelos cabelos, tentando conter o soluço que ameaçava escapar. Cada parte de si gritava para ficar, mas ela sabia que precisava ir. Não por raiva. Não por desistência. Mas porque, pela primeira vez, entendia que o amor, sozinho, não poderia salvá-la.
Quando pegou a mala e as mochilas das crianças, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Um som baixo ecoou pela casa—passos.
— Você vai mesmo fazer isso?
A voz de Kaden veio baixa, carregada de uma dor que S/N reconhecia porque também era a sua.
Ela se virou lentamente. Ele estava ali, parado na penumbra do corredor, os olhos castanhos escuros como a noite lá fora. A exaustão marcava seu rosto, e as sombras sob seus olhos contavam histórias de noites mal dormidas, de batalhas silenciosas, de um amor que resistia, mas que, ao mesmo tempo, os destruía.
S/N apertou as alças das mochilas, sentindo o peso não só dos objetos, mas de toda a sua decisão.
— Eu preciso, Kaden.
Sua voz saiu baixa, trêmula. Ele olhou para as malas, depois para o berço. Sua mandíbula se contraiu, e ela soube que ele estava lutando contra cada emoção dentro dele.
— Você vai levar as crianças?
Ela sentiu o ar ficar pesado ao seu redor.
— Elas precisam de estabilidade, de paz… Eu preciso dar isso a elas.
O peito de Kaden subiu e desceu rapidamente. Ele passou uma mão pelos cabelos molhados de suor, como se estivesse tentando processar tudo.
— E eu? Sua voz soou mais áspera, um resquício do homem que ela conhecia tão bem. — Eu não sou parte dessa estabilidade?
S/N sentiu a garganta fechar. Ela queria dizer que sim. Queria dizer que ele sempre seria parte da vida delas, mas a verdade era que, nos últimos meses, ele havia se tornado um estranho para si mesmo.
— Você sempre será o pai delas. — Ela deu um passo à frente, tentando encontrar seus olhos. — Eu não estou tirando isso de você. Mas… nós dois sabemos que elas sentem o que está acontecendo. Elas veem a distância, percebem o vazio dentro de mim. Eu não posso mais fingir que está tudo bem.
O silêncio entre eles foi cortante. Kaden apertou os punhos, desviando o olhar como se não quisesse que ela visse a dor em seu rosto.
— Isso não pode ser o fim. — Ele sussurrou, e foi aí que a voz dele quebrou.
S/N sentiu seu coração se partir ao meio. Lágrimas silenciosas escorreram pelo seu rosto enquanto ela colocava a mão sobre o peito, como se pudesse segurar os pedaços quebrados dentro dela.
— Eu queria que não fosse… — Sua voz era apenas um fio de som. — Mas eu preciso encontrar quem eu sou, Kaden. Eu me perdi tentando segurar tudo de pé sozinha.
Os olhos dele brilharam com algo entre desespero e aceitação.
— E se você não voltar?
S/N segurou a respiração, porque essa era a pergunta que mais a assombrava.
Ela engoliu em seco, olhando para ele como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento.
— Então, espero que um dia… você me perdoe.
E com isso, pegou as mochilas e virou-se para a porta.
O choro suave de sua filha soou no berço, como se sentisse que algo estava mudando. S/N hesitou por um segundo antes de pegá-la no colo, sentindo o corpinho quente contra seu peito. No quarto ao lado, seu filho ainda dormia. Com todo o cuidado do mundo, ela o pegou nos braços, segurando-o contra si como se fosse sua âncora.
Ela deu os primeiros passos para fora da casa, sentindo a chuva fria contra sua pele. Cada gota parecia um golpe, uma lembrança do que estava deixando para trás.
Kaden ficou parado na porta, observando-a desaparecer na tempestade. Ele não correu atrás dela. Não implorou. Apenas ficou ali, imóvel, olhando para o espaço vazio onde ela estivera.
A única coisa que restava era a carta sobre a mesa e o eco de um amor que, apesar de imenso, não foi suficiente para salvá-los.
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