Caixa de dragão

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(...)
Olhei o relógio.
Eram 06:15am.
Ele ainda estava dormindo.
E eu? Tinha acabado de acordar de um sonho estranho. Muito estranho.

Estava , eu e Rick. Estávamos andando no telhado do bar abandonado, onde deveríamos ir hoje às 09:00am. De mãos dadas olhando para o nascer do sol. Quando, de repente, apareceu o pai dele. Bom, eu acho que era o pai dele. Nunca o conheci. Mas vi um homem de blusa listrada, cabelos grisalhos, calças surradas, olhos azuis, e pele um pouco enrugada. Ele chegou perto de nós dois e disse, sussurando com o olhar vazio:
"Da vingança, se colhe o fruto da justiça".
Eu fiquei assustada. Rick olhava para ele com medo. E apertava a minha mão. Apertava tão forte, que eu queria dar um berro. Mas percebi que era um tipo de aviso. Como se mandasse eu fugir, correr, escapar...
Não fiz nada. Apenas apertei de volta. Olhei para ele, ele olhou para mim. Agora com um olhar diferente... Estava confiante e não com medo. O pai dele se virou e pegou uma caixa marrom velha, com um símbolo estampado na tampa. Um dragão com uma calda vermelha, dentes parecendo lanças, garras parecendo espadas e asas de furacão.
Ele abriu a caixa, e pegou de , papéis e cartas com os mesmos símbolos estranhos de dragões. Ele olhou para mim e Rick, deu um sorriso. E fim! O sonho acabou.

Confesso que fiquei morrendo de medo.
Não quis acordar Rick.
Por que aliás, ele estava dormindo tão bem.
Parecia que não dormia assim há muito tempo.
Deixei ele dormindo e delicadamente, saí da cama.
Desci as escadas bem devagar e abri o notebook do Rick e entrei na internet. Fiquei pesquisando sobre o tal dragão que estava estampado na tampa da caixa. Pesquisei e pesquisei... Até que, achei um site, que citava o dragão, para muitos povos antigos, como um símbolo de vingança, honra e justiça... A mesma citação do pai de Rick no meu sonho.
"Da vingança, se colhe o fruto da justiça " e essa frase não cansava de martelar a minha cabeça. Fiquei atormentada.
A justiça se dá por si própria. Não precisamos de vingança para tornar a justiça vigorável.
Não concordava com essa frase... E garanto que Rick também não.
Depois de mais uma meia hora na internet, vendo uma coisa pior que a outra, isso encheu o meu saco e então voltei para a cama. Tinha ficado mais ou menos uma hora e meia lá em baixo.
Já eram 07:50am. E precisávamos sair às 09:00am. Dava para dormir mais uma hora. Subi e fui dormir.
(*)
- Ei! - disse Rick fazendo cócegas na minha barriga - Acorda, Bela Adormecida - abri os olhos e olhei para ele. Ele estava lindo. Ele é muito mais bonito de perto. Estava com a cabeça apoiada na mão. Olhando para mim.
- Eu quero dormir! - digo, resmungando.
- Temos que ir no Bar. Você não vai querer ir? Se não quiser, tudo bem... Eu vou sozinho.
- Não... Nunca vou deixar você ir lá sozinho. Nunca.
- O quê? Por quê?
Sinto um arrepio na espinha.
- Depois eu te conto.
- Tudo bem!
Ele me beija. Seus lábios estavam quentes e suas mãos também.
Acabamos dormindo de novo.
(*)
10:00am.
- Rick, minha vez de ser chata! - digo, dando uns tapinhas leves no seu rosto e rindo.
- Bom Dia!
Ele levanta da cama. Ele vai direto para o chuveiro. Toma um banho, eu faço o café, brinco com o Luke, dou comida para ele, tomo banho...
(*)
- Rick? O café está na mesa!
- Estou descendo!
E então desce ele. Ele estava tão perfeito. Com uma calça jeans bem nova e azul, um camisa branca, carrega um óculos grande e marrom, tênis marrons e um sobretudo xadrez. Eu sorri para ele.
- Vai encontrar alguém? - digo.
- Sim. Minha namorada está me esperando.
- Ah, entendi.
- Aposto que ela é linda.
- Aposto que não.
- Você está em desvantagem!
- Por quê? Eu também não posso votar?
- Não.
- Por quê?
- Por quê sou eu que beijo ela e não você.
- Isso não é justo.
- A vida não é justa, querida.
- Mas que patético - eu dou risada.
Ele desce as escadas e se senta para tomar café.
- Que vestido lindo - diz ele apontando para meu vestido azul bebê bem simples. Com algumas rendas na manga, somente.
- Ele é bem simples, mas eu gosto. É confortável - respondo.
- Simplicidade é beleza, Diana.
- Na maioria das vezes, sim.
Me sento com ele.
- Preciso te contar uma coisa muito importante.
- O que é?
- É sobre seu pai.
- Meu pai? Você conheceu ele?
- Não. Mas preciso saber se ele tinha cabelos grisalhos antes de morrer?
- Tinha.
- Tinha olhos azuis?
- Sim. Os meus eram parecidos com os dele.
- E ele gostava de alguma roupa em especial?
- Ah... Ele adorava uma calça surrada que tinha por aí... Ah é... E adorava uma blusa xadrez que minha mãe deu para ele.
Eu fiquei apavorada!
- O quê? - digo.
- Diana, você está bem? Me conte o que aconteceu!
- Eu sonhei, Rick! Sonhei com o seu pai. Ele era exatamente como você descreveu. Usava calças jeans surradas e a blusa xadrez. Tinha olhos azuis, mais ou menos a sua altura, cabelos grisalhos...
- Nossa, que bizarro... E o que ele fez no sonho?
- Ele pegou uma caixa que tinha um símbolo de dragão com caldas vermelhas. E disse exatamente assim: "Da vingança, se colhe o fruto da justiça".
- Ele disse isso? Que sinistro. Mas como será que você soube de tudo isso? Nunca te mostrei nenhuma foto ou roupas dele. Não falo muito dele... Será que isso foi uma premonição? Ou algo assim? Visão do passado?
- Não sei... Só sei que precisamos ir naquele bar logo!
- Tem razão.
(*)
- Chegamos! - grito.
- É aqui?
- Bom... É exatamente aqui.
- Ótimo!
Rick me ajudou a sair do carro e saímos para investigar. Era frio, escuro, seco, sem qualquer iluminação. Á não ser pelas nossas lanternas.
- O meu sonho foi no telhado. - digo.
- Telhado? Nossa.
- Sim. Eu e você estávamos de mãos dadas, aí seu pai apareceu com uma caixa com símbolo de dragão. Acordei assustada e fui pesquisar. Os povos antigos diziam que o dragão era um símbolo de vingança, honra e justiça.
- Tudo bem. Vamos no telhado, ver.
(*)
Chegamos no telhado. Era iluminado pelo nascer do sol como no meu sonho... Não era exatamente igual... Várias coisas que vi no meu sonho eram diferentes do que realmente são.
Vi o lugar onde o pai de Rick pegou a caixa. No sonho, ela estava no chão... Mas... Aqui no telhado verdadeiro... Estava sobre uma cadeira.
Ela tinha um símbolo diferente. Um símbolo de libélula. Uma libélula azul escuro. Tentei abrir a caixa. Mas ela não abria. Ela era bem grande. Maior que no sonho. Ela tinha uma fechadura. Mas não tinha a chave.
- Precisamos achar a chave. - digo.
- Pelo amor de Deus... O meu pai era mesmo cheio de surpresinhas - responde, Rick revirando os olhos.
- O jeito, é encontrá-la. Olha aqui... Tem um símbolo de libélula e não de dragão.
- Espera. Libélula? Tem certeza?
- Sim, olhe. - digo apontando para a tampa da caixa.
- Não acredito.
- O que foi?
- Meu pai tinha um livro com uma libélula exatamente igual a essa, na capa. E ele leu esse livro muitas e muitas vezes. Até que, um dia, eu pedi para ler... E ele não deixou. Gritou "Não quero você mexendo nas minhas coisas". Eu era um garoto. Concordei. E não dei mais atenção ao livro.
- Você ainda tem ele?
- De fato. Mas está no quarto antigo dos meus pais.
- É a única porta da sua casa que fica fechada. Com tranca e tudo! Faz quanto tempo que você não entra lá?
- Anos. Faz anos... Nunca entrei lá nem para limpar. Eu tinha contratado uma empregada só para limpar aquele cômodo. Meu pai pediu para não entrar lá. Ele disse antes de morrer que se precisasse entrar, deveria ter um motivo de honra.
- Agora é que tudo está começando a se encaixar.
- Beleza! Vamos para a casa do Gary.
- Quem é Gary?
- Um amigo meu da faculdade.
- Você fez faculdade?
- Sim. Para ser policial. Quando meu pai ainda era vivo, claro.
- Que legal, já foi até oficial. Mas o que vamos fazer na casa do seu amigo?
- Perguntar se o pai dele ainda é do FBI.
- Eita. Isso é um caso para o FBI?
- Máfia? Como não seria!
(...)
E continua no próximo, galera...
Vocês podem achar que está sem sentido... Mas esperem o fim, por favor!
A frase correta é "Os meios sempre justificam os fins".
Ok?
Data do 8°: 30/07/2015
Às 23:45
Um beijo pra vcs, pudim pra vcs e fui...

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⏰ Última atualização: Nov 06, 2015 ⏰

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