Chan e Minho estavam sentados dentro do carro do advogado. O silêncio era meio constrangedor — afinal, eles não se conheciam de verdade. Lee Know era apenas um fã, mesmo que um pouco obcecado. Mas, para aliviar o clima, Minho decidiu puxar assunto.
— Vou tentar deixar ele livre — disse, virando em uma esquina — As provas que eles têm contra o Jisung não sustentam nada. E omissão de socorro... não é exatamente um crime pesado. Ele não tem antecedentes, né?
— Não. Jisung é super tranquilo. Normalmente... fica na dele — Chan respondeu, desviando o olhar para Minho por um segundo antes de voltar a encarar a estrada.
— Então acho que consigo tirar ele daqui hoje. Mas ele ainda pode ser chamado de novo, se o caso andar — explicou Minho, enquanto estacionava em frente à delegacia.
Os dois desceram do carro e entraram no prédio, que estava iluminado demais e cheio de bêbados perdidos ou gente esperando para prestar depoimento.
Minho se aproximou do balcão com a postura séria de quem já fez isso muitas vezes.
— Boa noite. Sou o advogado de Han Jisung.
O policial que já parecia conhecer Minho deu um sorriso cansado, como quem já viu aquilo antes.
— Você nunca para de trabalhar, né? Até eu acho que você merece um descanso... — Ele soltou uma risada leve e continuou — Venha, o Delegado Jun-ho está te esperando.
O policial saiu de trás do balcão e Minho o seguiu. Bangchan ia atrás por impulso, mas foi barrado com um gesto firme.
— Desculpa, senhor... só o advogado pode entrar agora.
Com um suspiro emburrado, Chan se jogou em uma das cadeiras de plástico da recepção. Pegou o celular e acenou para Minho.
— Enquanto espero, vou procurar alguma coisa pra comer e avisar os meninos que a gente chegou na delegacia — disse, já distraído com o celular na mão.
Minho apenas assentiu e seguiu o policial pelos corredores frios da delegacia. Quando chegaram à sala do delegado, Jun-ho estava recostado na cadeira, mexendo casualmente no celular.
— Olha só! Já esperava você por aqui, Minho — Jun-ho se levantou e apertou sua mão com um sorriso — Nunca para, hein? Mas dessa vez você se meteu num caso complicado...
— Não acho que seja tão complicado assim — Lee Know respondeu com um sorriso de canto, afiado e confiante. — Será que posso falar com meu cliente antes do interrogatório?
— Claro, aqui estão os papéis do caso — Jun-ho disse, já se levantando para abrir a porta e entregar os papéis — Te vejo daqui a pouco.
Minho agradeceu com um aceno e foi conduzido a uma salinha menor. Pela grande janela, observou Jisung sentado do outro lado; depois de alguns segundos, entrou na sala.
— Boa noite... eu vou ser seu advogado, Lee Know — disse, tentando manter a postura profissional, embora fosse difícil: estava vestido como um adolescente e, para piorar, usava a camiseta da banda de Jisung.
Han Jisung ergueu o olhar:
— Peraí... você não é o cara que me encontrou primeiro? Você é advogado? — perguntou, confuso, apontando para a camisa de Minho. — E ainda é fã da minha banda? Ótimo... então estou em "boas" mãos, né? — ele completou, a ironia escorrendo na voz.
Ele se recostou na cadeira, cruzando os braços e esperando a próxima jogada de seu improvável defensor.
— Sim, na verdade... ótimas mãos — Lee Know disse, ignorando a ironia de Jisung. — Você tem duas acusações: homicídio culposo e omissão de socorro — continuou, folheando os papéis entregues pelo delegado. — Eles não têm provas concretas, e omissão de socorro é crime de menor potencial ofensivo. Podemos alegar que você tentou salvar a vítima, o que justificaria o sangue nas suas mãos.
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Just A Bit Of Blood
RomanceLee know era um grande fã da banda Blood moon e ficou empolgado ao saber que eles tocariam em sua cidade no fim de semana. Ele reuniu seus amigos e foram todos para o show, garantindo um lugar bem na frente do palco. Lee gritava e cantava com entusi...
