❄️ Tão Frio Como Gelo❄️

🔞🔥Sob a Luz embriagada da Lua❄️

Pov:Hanzo 🔥

O ar dos Jardins Ardentes deveria trazer-me paz, um bálsamo para a alma ferida que carrego de volta do gelo traiçoeiro do Lin Kuei e da brutalidade da Yakuza. No entanto, a familiar fragrância das flores noturnas e o calor suave das tochas parecem apenas acentuar a fria apreensão que me envolve. Estamos de volta... juntos, sob o mesmo teto, mas a distância entre nós parece tão vasta quanto os reinos que nos separaram no passado.

Sei que Bi-Han está neste quarto, a poucos metros de mim. A surpresa em sua aura quando pedi que preparassem um espaço para nós dois ainda ecoa em minha mente. Talvez ele veja isso como um sinal... uma abertura para a reconciliação que ele tanto parece ansiar. Mas a lembrança da minha frieza, das palavras cortantes que eu lhe dirigi no Lin Kuei, ainda que a vileza de Yuwei tenha sido desmascarada, permanecem como farpas dolorosas em minha própria alma. A verdade da manipulação não apaga a reação visceral dos meus sentimentos, a dor e a raiva que me consumiram naquele momento. Dividir o mesmo espaço, a mesma quietude, depois daquilo... parece um teste silencioso, uma corda bamba esticada sobre um abismo de mágoa.

Mas não somos os únicos a carregar o peso de conflitos não resolvidos. Senti a aura turbulenta de Yuzuru, uma mistura de frustração e mágoa, certamente ainda lidando com a complexa dinâmica com Sektor, Smoke e Cyrax. A tensão entre eles pairava no ar como uma névoa densa, tornando a atmosfera ainda mais carregada.

E depois há Kuai Liang, agora repousando sob os cuidados hesitantes de Kenshi. A possessividade cega de meu amigo em relação a ele é palpável, uma força silenciosa que permeia este lar. Observar a forma como a intensidade fria de sua aura o protege, evoca em mim uma estranha mistura de preocupação e uma ponta de... reconhecimento? A natureza complexa da ligação entre eles espelha, de alguma forma distorcida, a teia intrincada que sempre nos uniu e separou, a mim e a Bi-Han.

Preciso encará-lo. Preciso fitar a verdade nos seus olhos gélidos, agora despidos das mentiras de Yuwei. A conversa que se avizinha não será fácil. A reconciliação... parece uma montanha íngreme a ser escalada, com o passado como uma avalanche constante a nos ameaçar.

Respiro fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções em meu peito. Raiva, dor, uma ponta hesitante de esperança... tudo se mistura em uma confusão incômoda. Mas uma coisa é certa: o silêncio entre nós precisa ser quebrado. As palavras, por mais dolorosas que sejam, precisam ser ditas. E este lugar, os Jardins Ardentes, outrora um símbolo da minha liberdade e força, agora se torna o palco incerto para um novo começo... ou para o fim definitivo do que um dia existiu entre mim e Bi-Han.

Com uma determinação hesitante, finalmente direciono minha atenção para ele. Ele está ali. Precisamos conversar.

O silêncio no quarto era denso, palpável como a própria escuridão que se insinuava pelas frestas das cortinas cerradas. Bi-Han estava ali, imóvel como uma estátua de gelo talhada na própria dúvida. Meus olhos, hesitantes, percorreram sua figura tensa, detendo-se involuntariamente em seu pescoço. Ali estava ele. O cordão. Aquele fio singelo, outrora a representação tangível de nossa união, resistindo teimosamente ao tempo e à dor.

Uma pergunta silenciosa brotou em meus lábios antes que eu pudesse detê-la, a voz rouca e carregada de uma emoção que eu lutava para controlar.

__Hanzo🔥: "Você... você não tirou."

Minha afirmação pairou no ar, carregada de um misto de surpresa e uma ponta de algo mais... reconhecimento? Bi-Han ergueu os olhos lentamente, a intensidade gélida de seu olhar suavizada por uma vulnerabilidade que raramente permitia transparecer.

__Bi-Han❄️: "Não conseguiria." Sua voz era um sussurro grave, embargado por uma emoção contida. "É... a representação. De... de tudo o que fomos. De tudo o que... poderíamos ser." Seus dedos roçaram levemente o pingente, uma chama de ouro branco.