Pov: Hanzo 🔥
A luz fraca que trespassava as pesadas cortinas do meu quarto parecia cutucar meus olhos, cada raio uma agulha afiada espetando por trás das minhas pálpebras. Abri-os com um gemido baixo, a boca seca como poeira e a cabeça latejando em um ritmo doloroso. Saquê... Yuzuru... bebemos demais. A lembrança da bebida era clara, mas depois... depois era um borrão de imagens vívidas e desconexas.
Flashes. Rostos contorcidos em luxúria, toques intensos, a frieza cortante do olhar de Bi-Han, a possessividade sombria de Kenshi, a entrega febril de Yuzuru... era como tentar agarrar fumaça, fragmentos de uma noite que parecia ter gravado suas emoções em minha alma, mas cujos contornos exatos escorregavam pela minha mente.
Sentei-me na cama, o corpo pesado e enjoado. Um suor frio percorria minha testa. Aquilo... aquilo foi real? A intensidade dos sentimentos - a raiva, o desejo, o constrangimento - era tão palpável que parecia ter deixado marcas físicas. Involuntariamente, meus dedos tatearam meu pescoço, buscando qualquer resquício do toque de Bi-Han, mas encontraram apenas a familiar textura da minha pele.
Olhei ao redor do quarto. Tudo estava como sempre. Minhas roupas dobradas sobre a cadeira, o aroma sutil das ervas que sempre mantinha queimando. Não havia o menor indício daquele encontro caótico à beira do lago, da nudez, dos beijos... da orgia.
Uma ponta de estranheza começou a corroer a névoa da ressaca. Se tudo aquilo tivesse acontecido... haveria sinais, não haveria? Uma bagunça, talvez um cheiro diferente... qualquer coisa. Mas o quarto estava imaculado, guardando apenas o silêncio da manhã que chegava.
A confusão se intensificou, misturada a uma crescente sensação de irrealidade. As lembranças eram tão vívidas, tão carregadas de emoção, mas a ausência de qualquer confirmação física era perturbadora. O que diabos aconteceu depois que bebi com Yuzuru?
A última lembrança clara era o gosto forte do saquê junmai daiginjo e a voz embargada de Yuzuru pedindo perdão. Depois... o caos de imagens fragmentadas. A necessidade de clareza me impulsionou a sair da cama, apesar do protesto de cada músculo do meu corpo. O enjoo era quase palpável, e a luz do corredor pareceu agredir meus olhos sensíveis.
Preciso encontrar Yuzuru. Ele seria a chave para desvendar a confusão que nublava minha mente. Arrastei meus pés pelo corredor silencioso, atento a qualquer som que indicasse sua presença. A casa ainda parecia adormecida, mas a agitação da noite anterior (real ou imaginária?) pairava no ar como uma sombra persistente.
Finalmente, encontrei Yuzuru na cozinha, bebendo uma xícara de chá com uma expressão cansada, mas calma. Ele parecia... normal. Não havia sinais da entrega febril que minha mente insistia em recordar.
__Hanzo🔥: "Yuzuru... precisamos conversar." Minha voz saiu mais rouca do que eu esperava.
Yuzuru ergueu os olhos, surpreso ao me ver.
__Yuzuru⚙️: "Hanzo? Você já acordou? Como está se sentindo?"
__Hanzo🔥: "Confuso. Muito confuso. Depois que bebemos... o que aconteceu?"
Yuzuru franziu a testa, pensativo.
__Yuzuru⚙️: "Bem... bebemos bastante. Você ficou bem... alterado. Lembro que Bi-Han apareceu e... estava preocupado com você. Ele te levou para o quarto, Hanzo. Nos braços, na verdade. Você estava apagado."
As palavras de Yuzuru atingiram minha mente como um raio de clareza em meio à névoa. Bi-Han me levou para o quarto? A gentileza daquele ato contrastava fortemente com a imagem do seu rosto contorcido em fúria no meu sonho.
__Hanzo🔥: "E depois disso? A gente... ficamos lá? No meu quarto?"
Yuzuru me olhou com uma expressão estranha.
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❄️ Tão Frio Como Gelo❄️
De TodoUma mentira pode levar à destruição de um indivíduo, uma escolha pode mudar tudo, um mal-entendido pode levar a um caminho sem volta. Hanzo, com uma voz desesperada, suplica: 'Por favor, me mate!' Mas Bi-Han, com uma expressão gelada e vingativa, re...
