II

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- Pronto, já podemos ir - falei trancado a porta da loja, hoje a chave ficaria comigo já que o Joey não viria e Zayn sempre chega atrasado.

- Nós podemos ir com o seu carro? depois eu pego o meu se não for incômodo para você me trazer...

- Eu não tenho carro, Louis - Falei o cortando e rindo de sua expressão surpresa.

- Desculpa, eu não sabia - Ele falou corando um pouco pela primeira vez - Vamos com o meu então.

Comecei a pensar que as coisas estavam andando como se fosse algum plano do destino. Eu havia acordado nesta manhã um tanto disposto e como a loja ficava a alguns quarteirões da minha casa, resolvi vir sem a bicicleta, então não precisaria me preocupar em deixá-la aqui.

Fomos até o seu carro, e mesmo eu estando fascinado pelo veículo, eu não iria falar nada.

- Sua casa é perto daqui? - Louis disse antes de entrarmos e eu fiz que sim com a cabeça.

Ele destrancou a porta do carro parecendo pensativo, e eu apenas sentei no banco do passageiro, passando o cinto de segurança.

O caminho foi em completo silêncio de ambas as partes, tirando quando eu falava para qual rua ele deveria seguir, mas não era um silêncio desconfortável.

Ele ligou o rádio colocando algum CD e ouvi Shine do Benjamin Francis vindo das caixas de som até meus ouvidos. Deixei um sorriso escapar já que essa música não era muito conhecida, mas eu sabia a letra perfeitamente.

Me arrisquei a cantar junto, minha voz soando rouca e não muito baixa, entrando em harmonia com a melodia que preenchia o carro.

Pude observar os olhos de Louis virarem para mim no momento em que as palavras iam saindo de minha boca, e depois de alguns segundos ele começou a cantar junto, tão baixinho que era quase imperceptível.

Ele parecia um pouco inseguro enquanto entoava a música que logo chegava ao fim.

Assim que a música acabou eu dei a coordenada para ele virar à direita, chegando onde eu morava.

- Chegamos - falei soltando o cinto e abrindo a porta que havia acabado de ser destravada.

Imaginei que ele fosse querer ficar esperando no carro, enquanto eu subia e pegava os seus livros, mas me surpreendi quando o vi ativando o alarme do carro e se pondo logo atrás de mim, rumando para o apartamento.

Ele quebrou o silêncio assim que eu comecei a caminhar até as escadas que levavam até o meu andar.

- Aqui não tem elevador? - Ele indagou, observando o lugar com o cenho franzido.

- Infelizmente não - disse com as mãos nos bolsos da calça enquanto subia mais alguns degraus.

Por sorte eu morava no segundo andar, então não eram muitos lances de escadas.

Assim que eu parei em frente a minha porta, pegando na maçaneta, respirei fundo tentando me lembrar se eu havia deixado as coisas em ordem, ou se estava com a bagunça costumeira.

Passei a chave na fechadura, destrancando e entrando em casa.

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Assim que entramos em sua casa, pude notar que não era um lugar muito espaçoso, mas ainda assim transmitia um ambiente aconchegante.

Havia duas janelas grandes na sala, permitindo uma vista completa da rua e do céu. A cozinha e a sala eram divididas apenas por um balcão de granito, em estilo americano e tudo ali parecia simples, mas agradável.

Vi Harry se afastando um pouco e indo em direção à uma porta, e eu aproveitei para me sentar em seu sofá.

- Mais alguém mora aqui? - Perguntei assim que ele voltou, eu ainda avaliava o lugar, era uma mania minha observar bem cada detalhe.

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