ONDE Liz Caroline, uma blogueira carioca, com o coração quebrado, decide acompanhar seus primos em uma missão de conseguir uma foto com os Mc's de batalha.
OU
ONDE Rogério Caui mais conhecido como Apollo, MC de batalha,se vê perdidamente interessand...
Liz estava tão empolgada que parecia uma criança prestes a entrar no parque de diversões. Usava a camisa branca do São Paulo, com o número da sorte do Apollo nas costas, o cabelo preso em um rabo de cavalo alto e o sorriso mais radiante que Apollo já tinha visto.
- Tá pronta? - ele perguntou, encostado na porta do carro, com aquele sorriso de canto que fazia o coração dela disparar.
- Eu nasci pronta - respondeu, piscando para ele enquanto subia no banco do passageiro.
O caminho até o Morumbi foi cheio de música sertaneja, cantoria alta e piadinhas sobre quem ia chorar no fim do jogo. Apollo, claro, torcia pro mesmo time.Mas, naquele dia, nem se importava com o resultado. Tudo o que ele queria era ver Liz feliz, vibrando a cada gol, xingando o juiz e pulando nos braços dele sem medo de nada.
Quando chegaram perto do estádio, Liz arregalou os olhos ao ver a multidão de torcedores vestindo vermelho, preto e branco.
Assim que passaram pela catraca, Liz sentiu o coração bater mais rápido. O estádio estava lotado. Eram milhares de vozes cantando o mesmo hino, bandeiras tremulando, fumaça branca e vermelha subindo para o céu cinza de São Paulo. O chão tremia a cada batida de tambor. Era como entrar em outro mundo - um mundo onde nada mais importava além daquele time, daquela camisa e daquele momento.
Apollo olhava ao redor, impressionado com a energia que parecia tomar conta de tudo.
- Caramba... Isso aqui é surreal - ele disse, segurando a mão dela firme.
- Eu te disse - Liz respondeu, com um sorriso que chegava até os olhos. - Não tem sensação igual.
Isso que nem foi a primeira vez deles no estádio.
Foram andando até encontrar seus lugares. Passaram por vendedores de pipoca, amendoim, bandeiras, camisas falsas, gente rindo, gente chorando antes mesmo do jogo começar. O cheiro de churrasquinho misturava com o de cerveja gelada. Liz respirou fundo, sentindo a alma se encher de vida.
Quando sentaram, ela olhou para Apollo. Ele estava sério, observando o gramado com atenção, como se tentasse gravar cada detalhe.
- O que foi? - ela perguntou, curiosa.
Ele virou para ela e deu um sorriso pequeno, mas tão verdadeiro que fez o peito dela doer de amor.
- Eu só... nunca imaginei estar aqui com você, Liz. Ver você tão feliz assim... - Ele suspirou, balançando a cabeça. - Não tem nada melhor.