Desespero.

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Eu e Jeff trocamos olhares por alguns segundos depois começamos a correr mais rápido do que acreditasse ser possível, mas a moça trancou todas as portas e dois seguranças enormes nos seguraram, a moça riu :
- Hahahaha, mas agora acabou a brincadeira! Chamem a chef!
Duas portas se abriram e no momento em que aqueles cabelos ruivos invadiram a sala eu já reconheci a "chef" daquele lugar, era a Red! Ela dava altas gargalhadas:
- Ora ora ora, Jane? Minha melhor amiga hahaha, você ousou mentir na minha cara, não é?
- Como assim?
- Você nem me contou que era uma assassina!
- E você? Vai me prender aqui e diz ser minha amiga!
- A verdade é que eu sempre te observei pretendendo te colocar aqui, mas agora você está no Hadley o hospício para assassinos!
- Me solte!
- Levem os novatos!
Eu e Jeff estávamos de mãos dadas, mas os seguranças nos levaram para lados diferentes fazendo com soltassemos nossas mãos, eu gritava e chorava como um bebê, não só por estar naquele lugar, mas por ser separada de Jeff, eu não queria ficar longe dele, eu não conseguia!
Me levaram para a ala feminina, mas disseram que eu teria que pagar pelo meu mal comportamento e me lavaram a uma sala enteira branca, la havia uma cadeira de ferro, me amarraram nela e puxaram uma alavanca, a cadeira dava choques que duravam 20 segundos, depois ela parava por mais 5 segundos e voltava a me eletrocutar, o pior não era o choque e sim os intervalos entre eles pois além do pequeno alívio vinha o desespero de tentar escapar e não saber quando outro choque virá!
Depois de 5 minutos naquela cadeira eles me liberaram e me jogaram em meu novo quarto, as paredes eram pintadas de branco, isso me enlouquecia pois em minha cabeça eu via pessoas morrendo e pintando a parede com seu sangue, era meu outro lado de novo, na verdade o meu lado mal era o predominante desde o incidente com meus pais, com a ajuda de Jeff eu consegui controlar a vontade de matar, mas agora eu estava sozinha, tudo pelo oque eu ja havia passado voltou a minha mente:
Sorrisos falsos, meus pais que me odiavam e mesmo assim eu os amava, meus cortes nos pulsos que ficavam cada vez mais profundos, lembrei tambem de Hinamy, minha melhor amiga, a qual eu matei, e Lucas, meu primeiro amor, que eu também matei... Meu sofrimento não é culpa de ninguém a não ser de mim!
Eu gritava chamando desesperadamente por Jeff, mas duas enfermeiras me deram tranquilizantes, foram tantas vezes, que dormi por 3 dias, acordei desesperada, e uma enfermeira me observava:
- Oque aconteceu?
- Você dormiu garota!
- Por quantos dias?
- Apenas 3.
- Apenas?
- Tem casos em que as pessoas dormem por uns 5 dias ou mais...
- Vocês não podem fazer isso com as pessoas!
- Podemos sim, afinal já estamos fazendo!
- Cadê o Jeff?
- Não te enteressa!
- Por favor, eu presciso saber!
- Ele está na ala masculina, vocês estão proibidos de se ver!
- Monstros!
Me sentei na cama, a saudade me matava por dentro, mas escutei um barulho na janela, quando a abri não havia ninguém, havia apenas um carta e uma rosa negra:
Jane, já faz um tempo que não te vejo, a saudade faz meu coração apertar, me disseram que você estava morta, mas não acreditei, consegui alguns informantes que me revelaram onde era seu quarto e passaram a carta para você, presciso saber se você está bem, presciso te ver! Temo que minha sanidade acabe logo, tenho o mesmo problema que você! Mas isso não é o pior, sinto sua falta, tenho medo de te perder, mas há algo que me conforta, no jardim daqui tem rosas negras, oque me lembra de você!
Guardei a rosa, chorei ao ler a carta, depois enviei minha resposta:
Jeff, seria mentira dizer que estou bem, mas estamos na mesma situação, fico preocupada com você, se souberem que estamos nos falando irão nos matar! Não quero isso pra você, temos que fugir daqui, temos que sobreviver a cima de tudo, pois não poderemos nos ver se estivermos mortos! Faremos o seguinte: iremos nos ver essa noite no jardim, caso o outro não comparecer significa que foi pego pelos guardas, sairemos a meia noite, assim que as luzes se apagarem!
Quando a hora combinada chegou eu saí do meu quarto, andei cuidadosamente pelos corredores, mas quando cheguei perto da porta avistei uma pessoa, era alguém que também estava presa aqui, era uma moça estranha, assim que ela me viu tentou gritar,mas eu tampei sua boca:
- Você tá louca? Se nos pegarem seremos esfoladas, agora, eu vou tirar a mão da sua boca e você ficará em silêncio ok?
Ela balançou com a cabeça, mas assim que eu removi minha mão ela gritou:
- Guardas, corram aqui, tem um moça fora do lugar!
Torci o pescoço dela fazendo-a desmaiar, mas não deu tempo de fugir dos guardas, eles me lavaram para a sala de afogamento, lá eles tinham uma banheira onde nos afogavam, era horrível, eu não sabia por quanto tempo eu ficaria viva!

Oque eu sou quando estou sozinha?Onde histórias criam vida. Descubra agora