sintonia metálica

𝕮𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏𝟒- 𝒗𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔

A manhã seguinte chegou preguiçosa, com o sol ainda escondido atrás de nuvens leves. Amy acordou antes de todo mundo, o coração disparado só de lembrar da noite anterior. Ela ainda podia sentir a pressão suave do beijo que deu em Code... e a resposta calma dele. Não sabia o que aquilo significava de verdade, mas, de alguma forma, não parecia errado.

Depois de enrolar um pouco no quarto, decidiu sair. Talvez encontrar Code.

O encontrou não muito longe dali, sentado num tronco caído, olhando para o bosque, como se estivesse esperando algo.

— Oi — disse Amy, tentando soar casual.

Code virou-se na mesma hora. Mesmo sem sorriso, o olhar dele parecia mais leve quando a viu.

— Oi.

Ela se aproximou e se sentou ao lado dele, com uma pequena distância entre os dois. Ficaram em silêncio por um tempo, escutando os sons suaves da floresta.

Amy brincava com a barra da saia, nervosa.

— Sobre ontem... — começou ela, hesitando. — Você ficou... sei lá, diferente depois?

Code pensou um pouco antes de responder:

— Eu gostei. Mas não entendo tudo ainda.

Amy soltou uma risadinha, olhando para o chão.

— Tá tudo bem. Eu também não entendo. Só... senti que queria fazer aquilo. E não me arrependi.

Ela olhou para ele de novo. Havia uma doçura escondida na rigidez dele que a fazia querer ficar mais perto. Amy se inclinou, encostando levemente o ombro no dele. Code não se moveu, mas Amy notou: ele relaxou um pouco.

— Gosto de ficar perto de você — disse ela, baixinho.

Code olhou para o lado, observando-a como se estivesse tentando guardar aquela imagem na memória.

— Eu também — respondeu.

Enquanto isso, a quilômetros dali, Tails se trancava em sua oficina.

A tela do computador brilhava com gráficos em verde e azul, e o escaneamento completo de Code girava em sua frente.

— Vamos lá... vamos lá... — murmurava, ajustando os filtros.

Então, finalmente, a sobreposição aconteceu: os dados de Code combinavam quase perfeitamente com os de um antigo conhecido.

Metal Sonic.

Tails empurrou o banco para trás, encarando a tela com olhos arregalados.

— Não pode ser... Metal Sonic... Mas... — digitou rápido, reprocessando o material biológico detectado.

A análise era clara: os traços mecânicos eram idênticos aos do Metal Sonic original, mas havia algo mais agora — tecido vivo, células adaptativas, sinais de energia vital real.

— Isso é impossível. Ou... Eggman aprimorou ele? Ou... ele evoluiu?

Tails não conseguia entender completamente

— Se o Sonic souber disso... — Tails esfregou o rosto, tentando pensar.

Code estava com eles, perto da Amy. Se ele fosse uma ameaça, já teria agido. Mas e se ele atacar? Se for realmente metal sonic?

Tails sabia que precisava de mais provas, mais tempo. Não podia julgar Code apenas por seu passado.

Voltou ao computador e começou a registrar tudo: cada medição, cada anomalia, cada indício de mudança.

Enquanto isso, no bosque, Amy e Code caminhavam juntos, bem devagar. Sem pressa.

Em determinado momento, Amy tropeçou numa raiz, E, Code segurou sua mão antes que ela caísse.

— Você precisa prestar mais atenção — disse ele, sério, mas com um brilho sutil nos olhos.

Amy riu, nervosa.

— Talvez eu só esteja buscando uma desculpa pra você me segurar.

Code ficou quieto, mas não soltou sua mão de imediato. Pelo contrário, deixou os dedos dela entre os seus por mais alguns instantes antes de soltar.

Amy sorriu, o rosto corado.

O céu começou a mudar de cor à medida que o dia caminhava para a tarde. Os dois se sentaram à sombra de uma árvore alta, onde as folhas filtravam a luz em pequenos feixes dourados.

Amy encostou a cabeça no ombro dele, sentindo o calor calmo de sua presença.

— Code... — sussurrou. — Eu te amo

Amy disse corada

Ele demorou para responder, como se estivesse pesando cada palavra.

— Eu amo você também

disse ele com um rosto sério mais estava claramente corado

Amy fechou os olhos, sorrindo para si mesma achando fofo.

O vento passava por entre as árvores, carregando folhas secas e cheiros de terra molhada. O mundo parecia suspenso naquele instante, como se tudo estivesse exatamente onde deveria estar.

Mesmo que ela ainda não soubessem toda a verdade de quem ele realmente era.