𝕮𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏𝟓- 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒖𝒎 𝒂𝒍𝒊𝒂𝒅𝒐 𝒆 𝒖𝒎 𝒕𝒓𝒂𝒊́𝒅𝒐

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O dia seguia tranquilo, e Amy não conseguia parar de sorrir.

Caminhava ao lado de Code, os dois em silêncio, mas conectados por uma energia invisível. Ela não sabia explicar o que era aquilo que sentia quando estava perto dele — e nem precisava. Só queria aproveitar o momento, e ele também.

Quando pararam perto de uma árvore alta, Amy se virou para ele com aquele olhar curioso e carinhoso de sempre. Mas, dessa vez, antes que dissesse qualquer coisa...

Code se aproximou. Seus olhos nos dela. Um leve tremor nos dedos.

— Amy... — disse ele, quase num sussurro.

E então a beijou.

Foi lento, calmo, intenso. Code não entendia tudo sobre sentimentos, mas sabia que queria aquilo. Não porque era parte de um plano. Mas porque era real. Porque ela era real.

Amy retribuiu, surpresa e feliz, abraçando-o com força quando os lábios se separaram.

— Isso foi... inesperado — ela disse, corando.

— Eu quis fazer isso — respondeu Code, direto.

Ela o olhou com ternura.

— Fico feliz por isso.

Enquanto isso, Tails caminhava apressado pela floresta, o monitor portátil em mãos, os dados ainda brilhando na tela.

Estava nervoso.

Os gráficos não mentiam. A análise era clara: Code era Metal Sonic. Ou, pelo menos, uma versão que compartilhava absolutamente todos os dados estruturais e padrões de energia do antigo inimigo.

Quando o encontrou, Code estava sozinho, de costas, perto de um riacho.

— Code! — chamou Tails.

O outro virou-se devagar. Não havia ameaça no olhar, apenas curiosidade.

— Tails.

— A gente precisa conversar — disse o pequeno gênio, firme. — Eu... descobri coisas. Sobre você.

Code permaneceu em silêncio.

— Eu analisei sua energia, seus padrões mecânicos... você... você é o Metal Sonic. Não é?

Code abaixou a cabeça.

— Sou.

Tails deu um passo para trás.

— Mas como? Por quê? Está infiltrado? Vai nos atacar?

— Não — respondeu Code, encarando-o. — Não mais.

Tails franziu a testa.

— "Não mais"? O que isso quer dizer?

Code hesitou por um momento. Mas agora... ele não queria mais mentir.

— O plano original... era simples. Me infiltrar. Fazer Amy se apaixonar por mim. E com isso... destruir Sonic por dentro.

Tails ficou em choque, os olhos arregalados.

— O... o quê?

— Eggman criou essa identidade para mim. Para ser alguém confiável, alguém com quem ela pudesse se conectar. Um ataque emocional, mais cruel que qualquer arma.

Tails apertou os punhos.

— Então... isso tudo... era mentira?

Code balançou a cabeça.

— Era. Mas... não é mais.

Tails o olhou com desconfiança.

— Por que eu acreditaria em você?

— Porque eu também não entendo tudo. Eu só sei que... não quero seguir esse plano. Não quero fazer mal a ela. Nem a Sonic. Não quero ser uma ferramenta.

O silêncio entre eles foi longo. O som do riacho ao fundo parecia ecoar a tensão entre os dois.

— Você ainda pode se transformar? Em Metal?

— Posso.

— E por que não nos atacou?

— Porque eu não sou mais apenas Metal Sonic.

Tails abaixou o monitor devagar.

— Isso não prova que você é confiável. Mas... se for verdade o que está dizendo, você precisa me ajudar a proteger eles. Especialmente a Amy.

Code assentiu.

— Eu sei.

E em algum lugar distante, Eggman gargalhava.

— Hahahaha! Confissão! Que dramático!

Na tela à sua frente, ele assistia à conversa entre Code e Tails. Cada palavra registrada. Cada hesitação anotada.

— Então, você decidiu contar a verdade, Metal... ou devo dizer, Code. Que adorável.

Orbot o olhou, surpreso.

— Doutor... ele traiu o plano!

— Traiu? — Eggman sorriu. — Não, não, meu caro. Ele só seguiu exatamente como eu imaginei. Porque, mesmo sabendo, mesmo tentando ser livre... ele ainda está jogando o meu jogo.

O doutor se levantou, caminhando até uma enorme cápsula metálica coberta por um pano preto.

— Deixe o traidor se afundar no papel de herói. Deixe-o amar, se perder. Porque no fim... todos vão sofrer. Até ele.

Ele puxou o pano.

Uma nova máquina estava lá, viva, pulsante. Um novo monstro.

— Que venha o próximo ato.

Enquanto isso, Amy e Code estavam sentados lado a lado na relva, em silêncio. Ela acariciava a mão dele, e Code a observava, como se cada movimento dela fosse a coisa mais importante do mundo.

Ele não sabia o que viria a seguir.

Mas sabia que queria protegê-la.

E isso... não fazia parte do plano









(Eu disse que sairia segunda feira só não disse a hora)

sintonia metálica Onde histórias criam vida. Descubra agora