CAPÍTULO 1
-Sabia que você é um completo i-di-o-ta? - protestei séria.
E eles sempre estiveram juntos, intensos amigos, divertidos e compartilhando coisas e sentimentos que nunca poderiam imaginar.
-Não sou Aislin. Você sim é imprudente! E idiota.
-Por quê? Pedro largue de ser babaca! O foco é: você simplesmente despejou tinta verde, VERDE! Nos meus cabelos... - choraminguei querendo socá-lo com força.
Ele começou a gargalhar, ria como um louco. Peguei um porta-guardanapo que estava na mesa do restaurante e atirei na direção dele. Pedro gemeu de dor por um instante, mas ainda ria como um louco, retardado, idiota e milhões de adjetivos do gênero.
-E você, santa - ironizou - não sabe por que fiz isso? Que cínica!- disse teatralmente.
-Não sei - dei de ombros. Eu tinha vontade de arrancar-lhes a cabeça.
-Ah... Vou refrescar sua memória. Por acaso alembra-te do dia em que saltamos de bungee jumping? - concordei com a cabeça. Dia hilário! - E você simplesmente me incentivou a saltar primeiro, quando pulei você atirou uma corda solta! Você é louca! Eu prensei que era a corda do meu tornozelo! - ele descontara o susto e deste não pude deixar de rir. Gargalhava histericamente! Parecia parente de uma hiena. Ele ficou sério. A viagem à Costa Rica foi hilária. -Pare de rir sua débil! - Provavelmente todas as pessoas ali presentes param para observar meu ataque - Do que você acha graça?
-Da sua cara! - eu me afogava em risadas -Você quase teve uma síncope!
Ele olhou em meu rosto e começou a gargalhar.
-Se bem que eu despejaria tinta verde neste seu cabelo loiro sem motivos.
-Rá rá... -me limitei a ironizá-lo - Engraçadinho você...
Pagamos a conta e saímos do restaurante. Estava muito frio em Londres. Aquele meu casaco grosso e marrom protegia-me do frio até chegar em casa. Olhei a pele branca de Pedro. Usava jaqueta de couro preta e parecia desconfortável com algo. Nos conhecemos desde os quatro anos de idade. Passamos três anos longes em termos territoriais. São quase 14 anos de tortura e amizade. Ele é, sem dúvida, meu melhor amigo. Já espantou três namorados meus. Não deixei barato. Espantei cinco dele. Temos várias discussões, na verdade não muitas. E somos felizes com nossas implicâncias. Quando quero refugiar de meus medos não consigo imaginar uma pessoa melhor do que ele.
-Eu estou gostando muito dessa viagem de férias - falou Pedro. Os olhos azuis profundos olhando sugestivamente na minha direção -Não queria voltar e encarar situações que estou tentando evitar -fez uma careta. Ele falava sobre vestibular e assumir os negócios da família -Não me sinto na obrigação de fazer o que não quero.
-Concordo. Você sabe que minha vontade é fazer dois cursos de disciplinas que me interessam e não incluir um terceiro curso indesejado. Odeio quando tentam mandar em mim. É no mínimo frustrante.
-Você sabe bem o que quero ser.
-Sei. Mas como você acha que seus pais reagiriam ao saber que o filho irá se tornar drag queen?
-Rá rá -me imitou - engraçadinha você.
Sorri. Ele sempre ficava tenso com esse tipo de conversa e eu tentava distraí-lo. Tentava fazê-lo rir, se sentir bem e melhor. Não gostava de vê-lo assim. Pedro quer ser web designer e/ou publicitário, uma coisa sempre precisa da outra... Ele diz não ter nascido para ficar em frente de uma mineradora, mas sabia também que este posto era dele e de mais ninguém.
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Sempre ao seu lado - Jogos (EM PAUSA)
RomanceAislin e Pedro, antigos amigos se veem num impasse. Como agir diante de um forte sentimento? Se entregar seria assumir uma fraqueza? Com muitas implicâncias eles começam seus Jogos. Onde tentarão fazer um admitir o sentimento que nutre pelo outro...