Eu ainda estava escutando música no carro e pensando naquele maldito sonho quando Jack e Cameron apareceram. O cabelo deles brilhavam no sol e estavam bem vestidos.
Eles se dirigiram ao carro e eu liguei o meu, desligando o som para poder me concentrar e os segui, tentando não chamar atenção. Eles foram para o sul e, ao mesmo tempo que os seguia, ia me comunicando com Bryan.(...)
Depois de cinquenta minutos dirigindo, eles pararam em um galpão afastado da cidade. Parei perto do posto de gasolina e fiquei observando seus movimentos. Eles entraram no galpão e eu peguei minha mochila no banco traseiro. Saí do carro, o deixando estacionado ali mesmo. Liguei para Bryan e passei minha localização enquanto caminhava até o galpão. Quando desliguei o telefone, estava em frente a porta velha daquele lugar. A porta estava só encostada e eu fiquei naquele dilema: entro ou não entro?
Resolvi entrar, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não ser notada. Ainda não sabia direito o que pretendia fazer, eu só queria saber o motivo deles estarem em um galpão abandonado no meio do nada. Algo me dizia que isso não acabaria bem, sinto aquele alerta de perigo, mas preciso enfrentar isso. O FBI me ensinou a ser corajosa, então é isso que me faz seguir pelo galpão. O lugar era enorme, havia vários comôdos.
Começei a ouvir vozes, mas era num lugar mais ao fundo. Continuei caminhando lentamente tentando entender o que eles falavam, mas as vozes estavam muito baixas. Segui até o fundo do galpão onde tinha uma porta meio aberta, de onde as vozes vinham.
— A gente tem que resolver isso e pegar logo os arquivos antes que seja tarde de mais. - Cameron falava.
— Tudo bem, vamos sair pela porta dos fundos e encontrar aquele velho. - Jack disse. Ouvi barulho de porta sendo aberta e entrei. Estava tudo escuro e não tinha nenhuma janela. A porta que ouvi sendo aberta estava invisível naquela escuridão.
Quando estava mais ou menos no meio do cômodo, a porta atrás de mim se fechou. Uma luz foi acessa, e eu olhei para trás. Jack e Cameron sorriam.
— Olha a gente aqui de novo, querida Jennifer. Já estava com saudades. - Jack falou e eu tentei abrir minha mochila, mas Cameron foi mais rápido: ele me deu um soco no nariz e senti ele se quebrar. Meu nariz sangrava muito, e logo recebi um chute na barriga. Tudo estava girando. Tentei me levantar mas fui presa por uma corrente numa cadeira.
— Dói em mim te ver sangrando. - Jack disse, perto o suficiente de mim. - Queria que as coisas não fossem assim.
— O que vocês querem de mim? - perguntei sentindo o gosto do sangue que escorria.
— Isso não é óbvio? Queremos que você pare de interferir no nosso trabalho. - Cameron disse, sentando em um sofá que tinha ali.
— Eu só estou fazendo o meu trabalho. - disse.
— Só que o SEU trabalho atrapalha o NOSSO trabalho.
— Não importa se agrada ou não, vocês são repugnantes.
— Não fala assim. - Jack falou pegando um pano pra limpar o meu sangue - você está fazendo o seu trabalho e a gente está fazendo o nosso.
— Qual é o trabalho de vocês afinal? - perguntei.
— Isso não é da sua conta. - Cameron falava, que idiota, meu Deus.
— Ótimo, tenho certeza de que posso descobrir sozinha.
— Não pode não, agora você é a minha refém. - Jack falou, sorrindo e me olhando curiosamente.
— Nossa refém, Gilinsky. - Cameron o corrigiu e revirou os olhos.
— Certo, nossa.
— Eu não posso ficar aqui pra sempre, o pessoal do FBI vai achar vocês.
Eles deram os ombros, pareciam que nem estavam ligando. Eles irão ser presos e nem ao menos estavam preocupados?
(...)
Depois de mexer na minha mochila, Cameron saiu para resolver algumas coisas, ficando somente eu e Gilinsky. Ele estava sentado no sofá que antes era ocupado por Cameron, olhando para baixo com o maxilar travado.
— O que vocês ganham me prendendo aqui? - ele se levantou e seguiu na minha direção.
— Primeiro, conseguiríamos os arquivos .- ele se curvou, fazendo sua cabeça ficar na altura da minha. - Segundo, ficaríamos extremamente ricos, e terceiro, não seríamos presos pelo fato de conhecermos quem nos quer atrás das grades, sabemos quem virá atrás de nós sem ao menos ter pisado fora do departamento. - ele sussurrou ao pé do meu ouvido e logo se afastou. - Não somos como você que entrou achando que não seria vista. Podemos ver que não teve bons exemplos. - suas sobrancelhas foram arqueadas.
— Então por que você não me solta? Vai fazer o seu trabalho que eu faço o meu.
Ele riu.
Ele
Riu.
— Não é bem assim que as coisas funcionam.
— E como as coisas funcionam então? - perguntei.
— Você é minha refém e agora faz o que eu quero. - ele falou isso muito perto de mim, sua respiração estava perto o suficiente para nossas respirações se misturem numa única.
— Não vou fazer nada, eu tenho nojo de você. - falei, rispidamente.
— Quer que eu te obrigue? - ele falou sussurrando.
A voz dele fez eu me arrepiar.
Eu não sabia o que dizer, então fiquei quieta, esperando ele falar algo.
Ele pegou meu cabelo por trás e puxou.
— Você não me respondeu. - ele falou, com o maxilar travado. Ele fica lindo assim.
— Não tenho o que responder. - eu disse, ainda olhando pro teto porque ele ainda puxava meu cabelo.
— Então eu irei responder por você. - ele foi até a mesa de centro, pegou uma chave e abriu o cadeado da corrente que me prendia.
— Vai me soltar? - perguntei, me levantando enquanto ele segurava forte meu braço.
— Não, quero lutar com você. - ele deu um passo para trás, se preparando.
— Lutar comigo? Ficou louco? - eu também dei um passo para trás, me posicionando.
— Não fiquei louco, lute comigo Jennifer.
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Slow Motion
Fanfiction— E se eu dissesse que gosto de você? - ele diz, me encarando com seriedade. — Eu não acreditaria, eu não acredito em nada que você fala. — Para de bancar a insensível, nós sabemos que não é bem assim. Eu ri e saquei a pistola escondida no cós do...